domingo, 21 de junho de 2009

Vamos cozinhar a "LIBERDADE DE EXPRESSÃO"

Dentre as justificativas dos ministros do Supremo Tribunal Federal, para acabar definitivamente com a exigência do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão, uma delas foi, pelo menos, interessante, para não se fazer qualquer outro comentário a respeito: para se possibilitar, “maior liberdade de expressão”.
Ora, em nenhum lugar deste mundo, ninguém é livre para tanta liberdade de expressão. Vivemos em sociedade e temos que preservar relações humanas saudáveis. E o jornalista que, além da formação acadêmica, tem um mínimo de perspicácia, sabe muito bem disso. Vai falar o que quer ou o que vê de verdade, para ver o que acontece! E muitas vezes, mesmo que tenha fundamento para tal. Mesmo que esteja dizendo a verdade. E sendo fiel a ela.
Empresas de jornalismo são concessões do Governo, principalmente emissoras de rádio e televisão. Repórteres, editores e os donos dessas empresas sabem muito bem disso. E a partir daí já começa o filtro dessa liberdade de expressão. A informação tem que ser muito bem avaliada e analisada, para ser divulgada.
Pouco importa se nos Estados Unidos, na França, seja lá aonde for, não haja exigência de diploma de graduação para se exercer a profissão. Temos que crescer e deixar essa nossa ridícula cultura de lado, sobre o que é bom para eles é bom para nós também. A cultura desses países obviamente é outra. O nível de responsabilidade está mais vivo no seio das populações. Em alguns países a palavra do homem tem muito valor e não existem tantos papéis assinados. As pessoas em geral sabem escolher melhor seus governantes e já existe uma cobrança implícita, mais forte, sobre o desempenho da função pública e do uso do dinheiro do povo. E outras coisas mais.
Brasil é um país que se diz emergente. A maquiagem de uma aparência melhor se faz presente em todos os segmentos. Faz parte de nós esse procedimento. Por isso e certamente no caso do exercício do jornalismo, ainda necessitamos de pessoas bem formadas e bem treinadas para tal e com uma vocação, um dom específico. O pior é que, salvo um ou outro, esses cursos superiores de jornalismo no Brasil, ainda não estavam e nem estão num nível de excelência. Quando se recebia o diploma, o novo profissional que tinha seu registro do Ministério do Trabalho, ainda tinha muito a aprender.
Imagine-se, pois, se houver dispensa generalizada do diploma e se colocar no exercício da profissão, alguma pessoa despreparada, porque não basta somente saber escrever muito bem e falar tão bem quanto. Jornalismo é uma profissão extremamente política e sem uma estrutura fortalecida no Brasil. Os jornalistas sabem o quanto é difícil fazer uma carreira degrau por degrau até se conseguir firmar o nome com respeito e dignidade.
Evidentemente, o jornalismo nunca foi uma profissão valorizada no País, especialmente pelos diversos governos que já passaram por aqui. O que vai acontecer agora, após essa decisão da Suprema Corte? É difícil de se prever. Mas, se de fato a não exigência do diploma prevalecer, com certeza haverá um desestímulo na procura pelos cursos superiores de jornalismo. Afinal, para quê estudar técnicas, aperfeiçoar o idioma pátrio, aprender a falar melhor, a entrevistar, a ler nas entrelinhas, a olhar os bastidores de um fato, se teoricamente qualquer um poderá se candidatar à profissão? E com pouco esforço.
Mesmo que as empresas de jornalismo prefiram os profissionais diplomados e registrados nos órgãos competentes, sempre haverá o risco de uma “celebridade” incompetente, indicada por alguém poderoso, tomar o lugar de alguém que esquentou os bancos de uma faculdade. Estamos no Brasil e disso ninguém poderá discordar. Aqui ainda prevalece muito a cultura do apadrinhamento. Do amigo, do interesse em se colocar alguém em algum lugar para que execute uma tarefa no mínimo estranha.
O Supremo colocou a profissão em crise. Só Deus sabe se o exercício do jornalismo não ficou a um passo de uma total distorção ou se já está distorcido. Conquistas e garantias de mais de 40 anos foram colocadas por terra, em nome de uma abertura de leque não se sabe com que objetivo e com base em dizeres da Constituição. Mas isso não faz sentido porque na própria Constituição Brasileira há muita coisa que nunca foi exercida e que vai levar ainda dezenas ou centenas de anos para que aconteça.
O fato é que a figura do jornalista incomoda e muito. Especialmente aqueles que são fiéis à verdade e buscam freneticamente por ela. Esse negócio de esclarecer fatos para a população, mergulhar fundo em certas lamas ou cobrar de autoridades os atos para os quais ali foram colocados, obviamente não agrada, num país como o nosso, onde milhões mal sabem pegar num lápis e só conhecem a letra “O” porque os copos têm a forma arredondada.
De qualquer modo não nos precipitemos em julgamentos. Nem vamos ligar para a história de que jornalista é semelhante a importantíssima profissão de cozinheiro. Jornalistas sabem que também “COZINHAM” matérias quando necessário.
Vamos então aguardar e torcer para que num futuro breve não tenhamos um monte de jornalistas desavisados, despreparados, sem noção, aprendendo um mínimo na “tapa”, falando e levando informações a milhões de brasileiros ainda mais ignorantes.

Marcos Bas (ou na verdade, Marcos Guedes)




segunda-feira, 15 de junho de 2009

Máquinas não falham


Todos os dias nos utilizamos de máquinas de todos os tipos. De lavar, de serrar, de refrigerar, de costurar, uma infinidade de outras, entre as quais aquelas que nos servem de transporte, das quais o avião deve ser uma das mais sofisticadas.

Recentemente, vêm nos causando um frio na espinha ou na barriga, os “probleminhas” que essas máquinas voadoras, construídas com os mais avançados meios de segurança, segundo aqueles que as fabricam, vêm enfrentando nos espaços aéreos de todo o mundo. Pior, probleminhas que têm culminado com a desfragmentação de aeronaves em meio a seus vôos de cruzeiro. Probleminha esquisito, não?

Mas não vamos aqui falar de acidentes aéreos. Falemos das máquinas e da sua relação com o homem.

É pena que grande parte da humanidade ainda não tenha enxergado a sua insignificância diante da grandiosidade do planeta Terra. Este sim, a criação, a fabricação perfeita por seu criador. E no qual até as imperfeições, por acaso existentes, têm a sua razão de ser. E que mesmo após milhares de séculos de existência do espécime Homem, este ainda continua ignorante, na medida em que não compreende na plenitude o que verdadeiramente veio fazer por aqui. Será por isso que muitos se esforçam todos os dias na destruição do planeta?

Bem, não parece haver dúvidas de que uma das coisas que veio fazer aqui, foi a tarefa de desenvolver máquinas que facilitassem a vida humana. Só que nessa tarefa o bicho Homem se ufanou, alardeando ao máximo as suas perfeições. Humildade e até um pouco de cautela muitas vezes passaram de longe.

Ora, de modo geral e num primeiro olhar não temos restrições quanto às máquinas. Essa mais sofisticada, por exemplo, é algo belo, elegante, confortável, rápido, seguro, etc. Falamos especificamente do avião, claro. Vamos acreditar que ele seja seguro mesmo. Porque o restante dos predicados a gente já teve a comprovação. Foi uma pena que reduziram os serviços de bordo. E se a gente por acaso tiver que morrer por causa dele, vai ter que morrer com fome, ou com um pouquinho de fome. Antes as pessoas morriam, mas de barriga cheia.

Mas deixemos isso pra lá. O melhor mesmo é só morrer na hora certa, sem antecipações.

Como seres humanos, claro que os do bem só buscam a perfeição para tudo, para que a vida siga seu curso do melhor modo possível. Só que a perfeição sempre esbarra numa coisa que parece ser humana e difícil de ser admitida para alguns: a chamada falha humana. E aí, temos que citar novamente o avião, como exemplo. Porque essa máquina parece testar o limite do ser humano, aquele limite do tipo “ou dá ou desce”.

Bom, melhor acreditar nessa máquina segura, com todos os requintes de segurança da moderna tecnologia. Até porque se não acreditarmos, não tomaremos mais o rumo de nenhum aeroporto.

Mas, e confiar nos homens que fabricam essas máquinas, que as mantêm ou naqueles que as levam pelo espaço afora? Ora, a realidade é a de que fabricantes garantem e defendem seus produtos até em nome de Deus se for necessário. Todas as companhias aéreas têm os melhores mecânicos do mundo e pilotos dos mais experientes, alguns até com centenas de milhares de horas de vôo.

Quando ocorre uma tragédia aérea, as explicações são de toda a natureza. Ultimamente, até o aquecimento global tem sido citado, ou outros fenômenos da natureza. Se aceitássemos a simples explicação de que aconteceu por falha humana em algum ponto do processo...

O fato é que quando subimos num banco de cozinha e levamos um tombo, não vamos poder culpar o banco e nem a cozinha. Obviamente existem coisas ligadas às leis da física ou até à outras leis naturais que ainda desconhecemos. Por isso a grande frase comum: ACIDENTES ACONTECEM.

Noutro dia, dentre os milhões de comentários que circulam na internet sobre tudo que se possa imaginar, havia um simples e preciso: “Voar é com os pássaros”.

Pássaros só caem de seu vôo se forem abatidos pela mortífera máquina construída pelo ser humano. Ao contrário, é fantástico a gente saber que eles, em revoada, atravessam milhares de quilômetros de um continente para outro, por sobre extensões imensas de oceanos, nos seus processos migratórios. Isto sim temos que reconhecer que é o mais próximo da perfeição, senão perfeito.

E para os que se acham o máximo da perfeição e teimam em não reconhecer a imperfeição humana, o melhor mesmo é o silêncio absoluto.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Enchendo linguiça

Em determinados momentos dessa “vida de todos os dias”, o melhor mesmo é não se dizer nada. É melhor sentir, observar e calar. Ou “encher linguiça”, como muitos fazem para matar o tempo.