sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pesquisas, pesquisas...

Pesquisas Eleitorais! Hummm! Há controvérsias. Quem mexe com esse tipo de trabalho, sabe que pode fazer um ótimo trabalho, com resultados mais próximos da realidade. Tudo depende do universo a ser pesquisado e do assunto, claro. Mas, sobretudo, depende bastante da amostragem que se usa, ou seja, do conhecimento das pessoas pesquisadas a respeito do assunto que se deseja pesquisar.
Resultado de pesquisa nem sempre aponta exatamente ou mais exatamente possível, a tendência de algo, a representatividade de determinado assunto. O perigo de manipulação existe. Há poucos dias, uma emissora de rádio de Belo Horizonte, de grande audiência local, promoveu uma mesa redonda para debates sobre o assunto “pesquisas eleitorais”. Participaram jornalistas e alguns outros profissionais da cidade. A maioria opinou contra esse tipo de pesquisa, especialmente durante as prévias das campanhas eleitorais, ou quando estas estão em andamento.
Alguns foram mais enfáticos, afirmando que as mesmas deveriam ser proibidas nessas ocasiões. Afinal, elas acabam induzindo o eleitor a votar sem pensar “naquele que está ganhando”, que está à frente, segundo as pesquisas. Na verdade, tudo está embutido muito sabiamente, para os interessados, no próprio processo eleitoral. A massa populacional de eleitores nacionais acaba votando sem a devida consciência. Expressões que tentam ilustrar o processo das eleições tais como, “use o seu direito de cidadania”, “não perca o seu voto”, “não venda o seu voto” e outras, acabam levando o eleitor a não entender bem a importância da sua escolha na hora do voto.
O marketing que envolve os processos de campanhas dos candidatos também colabora para a persistência desse ato inconsciente. Pelo sistema atual, alguns candidatos e seus partidos têm um espaço maior na mídia, geralmente têm mais dinheiro para efetuar suas campanhas com um bom trabalho de propaganda. Outros candidatos, que poderiam ter bom potencial de se tornarem grandes e proveitosas personalidades públicas, passam pelas campanhas, nos horários e espaços oficiais, como verdadeiros foguetes. Suas mensagens são muito rápidas e alguns mal têm tempo de dizer seus nomes, cargo pretendido e número para votação.
Por outro lado, há uma coisa implícita em nossos costumes: brasileiro não quer jogar para perder. Eleição é também como se fosse uma aposta (na cabeça de muitos). Vota-se para receber algo em troca pessoalmente. Numa comparação grosseira, é uma aposta na sena, na quina ou num bilhete de loteria. A massa popular não está preparada, porque não recebeu a educação necessária, para entender que, eleger é dar passaporte remunerado a quem deverá trabalhar pelo Brasil com muita responsabilidade e ética.
Por isso, as pesquisas eleitorais prévias aqui em nosso país, acabam sendo indutoras no processo. Em geral nós não apostamos em time que não está ganhando. E junte-se a isso a inocente credulidade gratuita de todo um povo. E isso independe de classe social. Isto ainda é o Brasil.
Pesquisa entre uma população é coisa séria. O Brasil dispõe de organismos competentes que podem realizá-la. No entanto, tudo depende da forma, dos ingredientes e do que se coloca no miolo da pesquisa e do assunto pesquisado. É um assunto científico, mas a própria ciência pode cometer falha. Depende sempre do homem que a faz. Se uma pesquisa não é bem conduzida, o seu resultado vai ser acreditado apenas por aqueles que ainda acreditam em cegonhas ou papai Noel.

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