sábado, 10 de novembro de 2012

Adoro Portugal

Agora em outubro estive na Europa. Pela terceira vez revi Lisboa. Na viagem, dediquei também uma semana para conhecer Sevilla, na Espanha, e outra semana para Londres. Gostei muito dessas duas cidades. A primeira, um encanto de cidade, com suas marcas históricas da presença dos árabes na península ibérica. Gente simpática, alegre e muito receptiva com os visitantes. A capital da Grã Bretanha foi uma grande surpresa para mim. Além de ser a maior cidade européia, Londres me mostrou um povo extremamente educado e receptivo com o monte de turistas que a superlotam quase o ano inteiro. Mas, a minha paixão mesmo é Lisboa. Os portugueses são muito agradáveis conosco, brasileiros. E porque não dizer também bastante educados. Como nos outros países da Europa, são conscientes do que são como povo, política e economicamente falando. Mas, é claro que, é fundamental também que nós, viajantes, saibamos entrar e sair na casa dos outros, no caso, nos países que pretendemos visitar. Respeitar as regras deles é o básico para uma viagem feliz. Essa viagem me consolidou na mente a idéia do respeito ao ser humano. Nós, brasileiros, habituados que estamos a uma cultura da irreverência com relação ao cumprimento das regras estabelecidas, podemos logo de cara constatar nesses países europeus, a relação de respeito mútuo que leva direto à verdadeira cidadania e a uma qualidade de vida melhor. Adoro Portugal. Este pequeno país, que geralmente costumamos culpar por nossa colonização e consequente cultura que temos hoje no Brasil, não faz jus de fato a esse rótulo. Lá, em terras portuguesas, o comportamento é outro. O respeito também se faz presente e isto aqui a gente não pode comprovar de imediato, no dia a dia, já que estamos há mais de 7 mil km de distância daquele país. Em Lisboa por três vezes nos últimos anos, não tenho a menor queixa e nem nenhuma crítica a fazer àquele país, com toda a crise do euro que hoje lá é enfrentada. Nessa última viagem, conheci três brasileiros que lá vivem a vida com suas famílias há mais de dez anos. E não pensam em voltar ao Brasil, a não ser para passear. Batalharam e conseguiram se firmar como cidadãos locais. Pudesse eu, iria mais vezes à Lisboa. Mas, como brasileiro comum, tenho que planejar e juntar os euros necessários. E isto não se faz com pouco tempo, já que a vida aqui no Brasil é mais complicada para a sobrevivência, do que o acúmulo de algum dinheiro para uma viagem ao exterior. Circulando pela capital portuguesa, a gente, sem fazer esforço, consegue perceber coisas que nos são familiares aqui no Brasil. O português faz questão de que o seu visitante coma bem e muito, coisa que aqui no Brasil é facilmente vista nas casas de famílias que recebem alguém para o almoço ou jantar. A boa receptividade do brasileiro com o visitante, certamente decorre da herança portuguesa também. Há outras minúcias que somente indo lá poderemos constatar. Uma das coisas que muito chamam a atenção do visitante na Europa e até mesmo em Portugal,é o sistema do transporte público. Infelizmente ainda estamos muito longe daquela eficiência de pontualidade, conforto e frequência, embora muitos de lá ainda reclamem que a coisa não é tão boa assim. E reclamam porque têm educação de base, conhecimento, consciência política. São cidadãos na mais ampla concepção dessa palavra. E isto é que faz a diferença. Isto é que traz o desenvolvimento de um povo. Lá agora há o desemprego, a dificuldade de se obter o euro para a vida do cotidiano. Mas, os cidadãos não perderam o respeito mútuo e certamente estão de olho a sua volta, observando tudo o que acontece de verdade no seu país.

sábado, 5 de maio de 2012

Mas, afinal, o que é cidadania?

Continuo achando que a maioria dos brasileiros não tem a noção exata do que é ser cidadão. Não acreditam? Então saiam às ruas e prestem atenção nas relações, nos comportamentos das pessoas entre si. Seja nas calçadas, no trânsito, nos meios de transporte, nas filas, enfim, em qualquer situação do dia a dia. No geral, a falta de respeito impera. O mais comum é a exigência de direitos e o esquecimento do cumprimento dos deveres como cidadão. Mas, quem sou eu para querer explicar o que é cidadania? Deixo por conta dos governos, que só fazem campanha sobre o assunto quando as eleições se aproximam ou por ocasião dos grandes campeonatos de futebol em que o Brasil se faz presente. "Seja cidadão, exerça o seu direito. Vote". Geralmente é assim que a coisa vai sendo enfiada pelas cabeças. O restante, o respeito que deve se fazer ouvir e ver pelas ruas entre as pessoas, é ignorado ou não observado. Há uma frase velha que diz: "o direito de cada um termina, quando começa o direito do outro". Mas isso parece ser bobagem, na terra do "manda quem pode, obedece quem tem juízo" ou do "sabe com quem está falando?". Até onde entendo, Democracia é algo que deve ser norteado pelo respeito mútuo. Respeito, deveria ser a palavra de ordem para uma convivência harmônica num país plenamente desenvolvido.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Por que muitos argentinos nos chamavam de "macaquitos"?

Gosto de cinema, de assistir a filmes bons, com roteiros marcantes, intérpretes firmes e seguros de seus personagens, com boa direção, bom áudio e boa fotografia. Gosto de cinema, a nacionalidade do filme não importa para mim, desde que seja um filme bem feito, com bom conteúdo, que retrate a realidade ou mesmo que seja uma boa ficção.
Todavia, todos os anos, quando vejo os anúncios sobre a entrega do Oscar em Los Angeles, não posso deixar de observar o quanto, nós brasileiros, damos extrema importância ao evento que acontece nos Estados Unidos. Aliás, nós damos muita importância ainda a tudo que acontece lá, na terra presidida hoje pelo Presidente Barack Obama. Independente do grau intelectual e cultural de cada brasileiro, parece haver um "sonho" no interior de cada um de nós, como o de visitar Orlando e sua Disney, New York, Los Angeles e sua Disney, além de outros lugares, por que não afirmar "interessantes" no país que guarda Hollywood e seus grandes atores e atrizes. Eu também já tive vontade de conhecer os EUA, mas não fui. Uma das razões era a quase humilhação que tínhamos de passar para conseguir o visto de entrada naquele país. Agora o Presidente Obama afirmou maior facilidade no visto de turista para brasileiros. Mas também não fui, porque sou um apreciador de todo o planeta, embora não tenha o dinheiro suficiente para rodar ele de norte a sul e de leste a oeste, fazendo cruzamentos diagonais tal qual a ISS faz ao redor da Terra.
Viajando nos Atlas geográficos e pela internet, descobri a existência de centenas de países, lugares maravilhosos por este mundo afora. Bom, mas isto não vem ao caso do que estou querendo dizer agora neste texto.
Falava de cinema,da importância extrema que damos à festa do Oscar. E falava isso, pelo fato do tempo que a nossa mídia dedica a esse evento americano, enquanto que, na cobertura do Festival Brasileiro de Cinema em Gramado, esse tempo gasto pela nossa mídía é infinitamente menor se compararmos. Não tenho nada contra a festa do Oscar, até porque não sou ligado nem ao cinema brasileiro e nem ao cinema internacional. Mas, por favor, não nos esqueçamos que já temos filmes brasileiros de excelente qualidade, de roteiros muito bons e, sobretudo, com a atuação de atores e atrizes de alto nível profissional. Embora, por exemplo, Meryl Streep, seja uma atriz de alto gabarito e certamente mereceu o Oscar de melhor atriz agora em 2012, o que quero dizer é que a propagação do Oscar no Brasil começa bem antes do evento, é deslumbrante no dia do evento e permanece na mídia dias depois. Enquanto isso, nossos atores e atrizes premiados no Festival de Gramado, mal são entrevistados quando acabam de receber seus prêmios. Enfim, o tratamento não é o mesmo. E estou escrevendo isso aqui, sem saber exatamente o que leva a tamanha divulgação da festa do Oscar.
Bom, é isso. Passa-me a impressão de que, a velha cultura de que no passado copiávamos coisas e coisas da cultura americana, ainda está sendo seguida. Pode ser até mais devagar, mas continua. Pensem.