quarta-feira, 5 de março de 2014

Verdade ou invenção, eis a questão!

Recebi semana passada um email com anexo falando de coisas do Brasil. Coisas com o poder de tirar o bom humor e sossego da gente. Enviado por um brasileiro residente na Austrália. De fato, um email que assusta. Mas, como sempre desconfio de coisas que rolam pela internet, fiquei apenas pensativo, pois também acredito que essas coisas possam estar ligadas a interesses de grupos ou de uma pessoa. Sei lá! Todavia, vou colocar aqui o que ando pensando nos últimos meses. Não posso deixar de recordar o período que o Brasil viveu antes da ditadura militar, que teve início em 1964. Os que se afirmavam "comunistas" à época, eram perseguidos, mortos, torturados, etc. Falar em comunismo (nem sempre a pessoa precisava ser) era algo meio escondido, perigoso até. Ser comunista era algo parecido como "comedor" de criancinhas. Um monstro, um bicho papão. Era um terror, imaginar que alguém pudesse achar que alguém seria comunista. Então veio a ditadura militar. E foi aquele período abominado por quase todos. Depois, seguiu-se essa "Democracia" brasileira, iniciada com a famosa expressão “Diretas Já”, que, a meu ver, acabou não gerando um verdadeiro Estado Democrático. Em resumo, vejo que passamos por várias fases, mas em que todas havia somente um único objetivo: o poder pelo poder. O povo mesmo, que sempre trabalhou, pagou impostos, etc, nunca teve (não sei nem desde que data) uma vida de qualidade, com o conforto e a paz necessária. Sempre fomos (desde que me entendo como gente) uma população sacrificada, a corrupção de muitos sempre campeou e foi se alastrando com o passar dos anos. Consolidou-se uma cultura estranha: a da corrupção cara de pau sem punição verdadeira seja lá para quem a praticasse. Hoje, a gente ouve e vê pelas notícias, que estão tentando punir, que demos um avanço nesse sentido. Será? Pelo que vejo na História e ouço muita gente entendida falar, o período da ditadura militar, digamos, foi o período menos corrupto. Atualmente já existem pessoas que conseguem dizer isso timidamente. Quando coloco isso, faço-o sem tender para o lado militar, pois sou convicto de que no Brasil sempre existiram e ainda existem pessoas civis, capazes de levar o País a um rumo melhor. Todavia, essas pessoas não aparecem, são engolidas por um sistema velho e arcaico, onde parece que, os "clãs" estabelecidos há anos, perduram e permanecem no poder a todo e qualquer custo. Dos militares só vejo uma coisa que de fato é positiva: São preparados para defender a Nação, são disciplinados e organizados. Pelo menos era assim. Falo isso com base no que vi, quando fui aspirante da Escola Naval, ficando no meio militar naval por quatro anos tendo depois caído fora, porque aquilo não era de verdade a minha “praia”. Acabei jornalista, o que me abriu as idéias e pude desenvolver o meu dom maior, de ser comunicador e observador, com facilidade para escrever. Bom, li o tal email a que me referi e que vinha atribuído a outro jornalista. O texto assusta, pois eu sempre imaginei e sonhei com um Brasil realmente livre, vivendo a plenitude da verdadeira Democracia. E entendo por democracia, o regime onde a responsabilidade e o respeito imperam. Seria isso utópico? De modo geral, um Estado (democrático) onde o cidadão seria respeitado, cumpriria seus deveres e clamaria por seus direitos. Onde o cidadão teria sempre a chance de lutar por seus objetivos pessoais, sem aviltar, violentar ninguém. Um regime de respeito, onde haveria pessoas que ocupariam cargos de relevo, nas várias esferas de governo, com muita vontade política de fazer o melhor para a população. E que essa população fosse educada o suficiente para poder buscar o conhecimento, saber da existência de coisas boas pelo mundo afora, enfim, ter, pelo menos para começar, aquela estrutura básica a seu dispor, como a educação, saúde, trabalho e o transporte público. Tudo eficaz e funcionando para o seu atendimento. No entanto, hoje já penso que jamais verei isso por aqui e que pensar assim é um pouco idiota, porque os homens em geral parecem não estar muito preocupados (especialmente no Brasil) com o bem da coletividade. Apenas afirmam estar. Por tudo isso, fui desacreditando. Vi que os homens mudavam de partidos políticos, como nós trocamos de roupa. Os ideais??? Que ideais??? O egoísmo desenfreou, sei lá...Nem gosto de ficar falando muito nisso, porque afinal não sou dono da verdade e nem entendo a fundo de política. O que entendo na verdade é fruto da minha experiência de vida. É fruto da minha sensibilidade desde menino, quando sempre questionei "quem somos, o que viemos fazer aqui e para onde iremos". Creio que cultivei mais as coisas do espírito e menos as materiais. E o jornalismo me ajudou muito a observar o comportamento dos homens e, claro, o meu próprio. Quero ressaltar que não sou melhor do que ninguém, mas meu ideal político sempre foi imaginar que, se a comunidade, a sociedade está bem, é inteligente, raciocina e tem uma vida equilibrada, com seus anseios básicos disponíveis, então eu também estarei bem dentro desse coletivo, pois as coisas boas também irão me envolver, desde que eu seja um cara que lute, trabalhe e faça algo para conquistar alguma coisa. Sobre o texto enviado, como já falei, não sei se há fundamento. O que sei, o que acho, baseado em minhas observações, é que algo estranho está acontecendo no Brasil. Os valores, antes melhores e mais incentivados pelos pais e pelas escolas, embora nem sempre muitos, agora parecem ter caído por terra. Os jovens em sua maioria, especialmente os da antiga classe média (falo assim, "antiga", porque estou vendo a cada dia, a classe média desaparecendo. Agora parecem ser, "a classe de cima e a debaixo". A mídia (que sempre se vendeu conforme seus interesses, porque seus donos em geral nunca quiseram perder nada), fica divulgando, insistentemente, um monte de porcarias, que, absorvidas pelos jovens, a gente deduz que não iremos à parte nenhuma num futuro próximo. A arte, a cultura mais refinada nesse sentido, está ficando cada vez mais restrita àqueles grupos, ou que dela fazem parte, ou que a apreciam demais para deixá-la de lado. O que predonima agora em excesso são: a violência urbana, as baladas freqüentadas por jovens, ricos, remediados ou pobres, os reality shows pela TV, as discussões babacas a respeito de ser gay ou não (a meu ver isso é perda de tempo), as drogas e uma série de outras coisas que colaboram para o esvaziamento da cabeça dos jovens. Não sou contra o jovem ou qualquer pessoa, de qualquer idade, poder se divertir. Faz parte da vida. No caso dos jovens, parece que não estão pensando no futuro, no futuro deles próprios como sociedade, como País. E seus pais também não os estão preparando para isso. Vejo homens e mulheres de mais de 30 anos, que vivem e querem viver sob os auspícios de seus pais, sugando-os até que aqueles percam as forças. Tempos atrás e não vai muito longe isso, éramos preparados para trabalhar, estudar e nos tornarmos independentes tão logo fosse possível. E concordo que também, nesses "tempos atrás", muitos jovens não tinham chances disso, pelo completo estado de ignorância que sempre existiu no Brasil, pela falta de uma educação boa, para a posterior busca do autoconhecimento geral do mundo, da vida, etc. Não quero acreditar que estamos caminhando para viver um Estado horrível de falta de liberdade, de restrições, de animalização mesmo do ser humano como se fôssemos viver enjaulados, "presos" dentro de um País com essa imensa extensão territorial. Não quero isso nem para mim, nem para os brasileiros. Desculpem-me por ter escrito tanto. O texto enviado mexeu com a minha cabeça. E como tenho observado muitas ações e coisas "diferentes" acontecendo por aqui nos últimos anos, não sei, não sei, ou não quero acreditar que estamos num rumo tão deplorável. A propósito, nunca acreditei que pudesse existir um regime onde todos fossem iguais, onde o rico dividiria suas aquisições com o mais pobre. Acho que não é por aí, desde que o rico tenha lutado (dentro de um Estado verdadeiramente livre e aberto para todos em geral) para obter os seus bens de modo honesto. Creio que o mais importante é todos, TODOS, terem a mesma chance de acesso a tudo e que não haja privilégios de espécie alguma, como temos visto sempre acontecer no Brasil. Na natureza existem diferenças incríveis, seja no reino animal, vegetal ou mineral. No Universo exterior ao nosso planeta, também. Somos seres diferentes, não somos máquinas idênticas. Somos, no globo terrestre, de cores de pele diferentes, culturas diferentes. Então, como pode haver "igualdade" no amplo sentido da palavra? Acredito, pois, na igualdade de chances e na exterminação de privilégios indecentes como os que tenho visto nos últimos anos por aqui. O resto é resto. Se espremermos, não sobra nada. ________________________________________

sábado, 22 de fevereiro de 2014

A relação humana e os dias atuais

Acredito que o mais importante da vida é a relação humana. Infelizmente, nos tempos atuais e modernos, a afetividade está em baixa. As demonstrações de afeto, amor e carinho são agora praticamente "virtuais". Parece que ninguém mais tem tempo de olhar no olho, na cara do outro e conversar francamente, como antes se fazia com os amigos do coração. Aceito esse negócio de contato virtual porque tenho que acompanhar o mundo, a sua evolução. Exerço a atividade de Comunicação. Todavia não comungo com esse tipo de comportamento ao extremo. Tolero o contato virtual somente por conta da distância física que podemos estar das demais pessoas. Mas, mesmo assim existe o telefone. Ouvir a voz é importante. A gente sente mais a pessoa, a energia que emana dela. A emoção que pode estar contida na voz. E ninguém é tão pobre assim, que, eventualmente, não possa fazer uma ligação. A internet é importante para a comunicação, para a transmissão de dados, porém é um instrumento frio quando se trata de passar o afeto. Até porque, por intermédio dela, as pessoas podem se enganar ou cometer enganos. Ou seja, nem tudo que parece o é de verdade. No contato virtual, a gente pode “fazer tipo”, pode dizer o que não está sentindo realmente. Sei também que, os que já nasceram e nascem sob esse manto virtual, jamais irão compreender o que aqui está sendo dito. Vão achar brega, vão achar um horror, vão achar uma merda velha. O mundo de hoje é o da cara na tela do computador, é o da cara enfiada na tela e no teclado de um celular. E, assim, ninguém olha pra mais ninguém. Nem para os seus familiares mais próximo. Até para paquerar, namorar, transar, já se busca pelo mundo virtual. Por mim, tudo está bem, pelo fato de que já vivi e tenho vivido outras experiências, que juntei a essa mais atual. Mas eu, e sei que outras pessoas, nós tivemos a felicidade de receber e dar o verdadeiro calor humano e afeto, mesmo que tenham ocorrido contratempos e nem tudo tenha tido sempre ótimos resultados. Entretanto, houve sim, emoção, sentimento que veio se modificando ao longo dos anos. É fato que as pessoas estão se distanciando cada vez mais. Penso que em geral, elas estão voltadas para o seu mundo próprio, envolvidas com seus problemas ou mesmo alegrias. Trocar idéias, pensamentos, passar um sentimento, humano de verdade, bom, adiante, é coisa muito difícil hoje em dia. Sei que posso parecer estranho ao falar sobre isso. E falo isso apenas levando em conta aquelas pessoas que estão mais próximas de nós e com as quais deveríamos formar um grupo verdadeiramente unido simplesmente pelo ato de gostar ou de amar. No entanto, isto é utopia, pois estamos vivendo uma época em que o tempo parece ter se esgotado ou está quase assim. As pessoas estão correndo, têm pressa. Aonde estão indo? Não sei.