O dia a dia de todos nós. Os fatos que ocorrem. O exercício da cidadania. A qualidade das relações humanas. Educação, que gera respeito para que o cidadão exija seus direitos e cumpra seus deveres.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Por que não seguir o exemplo de César Cielo?
Sua vitória deve servir de excelente exemplo para outros jovens deste País, que, mesmo não participando de competições esportivas, poderão lutar também com garra para fazer este nosso tão querido Brasil crescer de verdade. Porque o que precisamos crescer é a nossa cultura, a nossa mentalidade. Não basta o crescimento econômico. Este pode ser bom, apenas e como sempre, para os grandes. Precisamos crescer em nosso dia a dia, em nosso comportamento. Crescimento que nos faça enxergar de verdade o que existe por detrás de palavrórios, discursos, promessas e belas estatísticas com segundas e até terceiras intenções.
Mais uma vez, parabéns pelo feito. Você já se tornou uma celebridade no cenário esportivo brasileiro. E graças a Deus, pois senão correríamos o risco de ter muita gente pensando que aqui só existe o futebol. Uma celebridade você é pela garra e pelas conquistas de hoje e de noutro dia. Ao contrário de outras celebridades nacionais, que se tornam célebres infelizmente pelos maus exemplos que dão ao seu público. Maus exemplos porque deles nada se poderá retirar de bom para as pessoas comuns imitarem.
Se puder e acreditamos que você pode, traga sempre outras medalhas e nem importa se de ouro, de prata ou de bronze. O que importa mesmo é o seu exemplo de conquista honesta. A sua emoção ao subir no pódio no Campeonato em Roma.
O seu nome, César, provavelmente não foi mera coincidência quando assim batizado. E nada mais propício a sua vitória, além do seu próprio nome, do que o cenário romano, que mesmo nos dias atuais, alguns milênios depois, faz-nos lembrar dos grandes Césares do antigo Império Romano, conquistadores que fizeram seu nome na história do mundo.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Coisas de biografias
Observar o dia a dia, os fatos que rolam e suas interligações, alterna momentos de criatividade com momentos de verdadeiro enjôo para quem escreve ou até para quem lê.
Todavia, quem pode ficar quieto diante de mais uma “crise” do Congresso Nacional, ou do Senado, melhor dizendo desta vez? A resposta é que muita gente fica. Por muitas razões, porque não sabe mesmo o que acontece, ou por não saber expressar suas opiniões, ou até por aquela velha máxima que ainda vigora na cultura brasileira, que é o receio de que algo de ruim possa lhe acontecer. Ficar quieto pode também ser a evidência do saber que tudo vai dar
Afinal, a coisa rola mais ou menos assim: como pode um ser qualquer, mortal, expressar sua idéia a respeito de coisas tão profundas que acontecem no País? Um ser qualquer que não tem nome cintilando no gás neon, não é nenhuma celebridade e muito menos notório. E pior, não tem uma considerável BIOGRAFIA! E nem é imortal!
Recorrendo rapidamente ao dicionário, ou o velho PAI DOS BURROS, vemos resumidamente que, “Biografia” é “a descrição da vida de uma pessoa”. Portanto, e usando da lógica, só se pode mesmo é esmiuçar a vida desses “merdinhas” que andam todo o dia pra lá e pra cá, trabalhando e buscando a sobrevivência, enfrentando toda aquela eficácia e conforto da vida cotidiana de nossas cidades, que a imprensa teima em só ver coisas erradas no funcionamento. Esses “bostinhas” sim, têm que levar tinta sem dó nem piedade. Eles talvez tenham que pagar o alto preço da sua “ingenuidade”, da sua credulidade, da sua fé e esperança, para não dizer aqui aquela velha história da falta de educação e cultura, que resulta na falta de visão da vida e de elementos para que possam enxergá-la melhor.
De fato, somos o resultado do que somos mesmo e do que temos sido ao longo de muitos anos, e esses, de biografia medíocre ainda vão por muito tempo usar o seu voto de confiança e de esperança naqueles de legendária biografia. Naqueles muitos de extenso currículo de carreiras e cargos públicos, que deixam o povo deslumbrado quando abrem suas bocas em velhos e antiquados discursos, muitas vezes mal proferidos no idioma pátrio, mas que prometem, prometem e prometem!
Felizes então esses de biografia ímpar, imensa, de vida plena de veneráveis serviços prestados à Pátria amada, que estão acima de tudo, inclusive de qualquer suspeita. Afinal, não são seres reles, comuns. Certamente estão e estarão sempre acima do bem e do mal. E olharão sempre de cima para baixo, esquecidos de quem os paga para ali estarem. Muitos deles até já verbalizam que se “lixam” para esse povinho de biografia rasteira. Esse povinho que sonha com a casa própria, sair enfim dos puxadinhos de fundo de quintal, que corre atrás de bolsas e sacolões e que quase baba quando recebe tais benesses.
Caro leitor, convença-se de que “Biografia” não é para qualquer um. Desculpem, mas ser “biografado” é ato pertinente, para aqueles que somente saem da cadeira importante diretamente para o caixão. Biografia pode ser sinônimo de imunidade, coisa para “very important people” que vivem indignadas com coisas “absurdas”, maléficas, que a imprensa inventa ou que algumas pessoas dizem a respeito deles.
Para os que têm aquela biografiazinha chulé, igualzinha no início, meio e fim, só vai restar mesmo a gripe suína. Corrigindo, a NOVA GRIPE. É mais chique pelo menos. Contraindo-a, o sujeito pode dar ares internacionais a sua tão insignificante biografia.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
A irresistível pizzaria brasileira
A afirmativa do presidente Lula, de que os senadores da oposição são “bons pizzaiollos”, estampada ontem, dia 15, nos jornais, no que diz respeito à criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a Petrobrás, demonstra o descrédito geral hoje em voga com relação à dita Casa do Povo – o Congresso Nacional. Ora, mesmo sendo eles da oposição ao governo, o fato aponta que, ninguém mais leva nada a sério quando se trata de políticos, de comissões parlamentares, ou pelo menos parece estar sendo assim. Até o Presidente da República já sabe com certeza de que tudo acaba mesmo
Num momento desses, não há como deixar de lembrar a célebre frase atribuída ao general Charles de Gaulle, de que “o Brasil não é um país sério”, dita muitos anos atrás pelo ex-presidente francês por ocasião de uma crise política (das lagostas) entre os dois países durante os anos 60. De Gaulle morreu em 1970 e parece ter negado até a morte a autoria da tal frase. Todavia, muitos brasileiros, principalmente os que têm vergonha na cara, não esqueceram a tal frase, que volta e meia, como agora, sempre é lembrada e repetida quando acontecem essas sucessivas crises internas no Brasil ou quando ocorrem fatos políticos inexplicáveis. O fato é que De Gaulle morreu há quase 40 anos, virou nome de um dos aeroportos internacionais de Paris, mas a frase, dita ou não, virou quase um slogan por aqui, mesmo que esquisito.
Não bastando a frase do presidente francês, anos depois nosso músico Renato Russo, já falecido, criou a música intitulada “Que País é este?”... E assim fomos passando os anos, mudamos de século, chegamos quase ao final da primeira década deste novo século, mas, aqueles que têm esperança de um País verdadeiramente melhor, que se envergonham de tanta pouca vergonha, que continuam a engolir pizzas estragadas, pois ainda não apareceu uma coisa melhor, certamente continuam com aquelas frases martelando na cabeça.
Se o país é sério ou que país é este, já nem importa mais, pensando bem. É bem mais uma questão de vergonha do que um jogo de palavras. Talvez baste apenas olhar para a nossa política interna, para o procedimento dos nossos políticos. Realmente, o conceito deles não está
Parece que estamos vivendo uma era de descrédito geral. Acreditar em quê?
A afirmativa do nosso Presidente sobre os senadores da oposição, embora algum desavisado não tenha percebido, é tal qual um tiro de misericórdia contra os parlamentares que gostam de criar CPIs. Com esse tiro, esses eleitos pelo povo poderiam se jogar no fundo do Ganges ou no fundo de um poço, a exemplo dos personagens hindus da novela Caminho das Índias, quando ficam em má situação. A afirmativa do Presidente certamente não foi auspiciosa e muito menos preciosa. Borrou mais um pouquinho o Congresso Nacional, já há algum tempo mergulhado em nuvens sombrias.
domingo, 5 de julho de 2009
Amnésia cultural
Aliás, uma amnésia não deve fazer mal a ninguém. Ficar no esquecimento pode ser uma estratégia para evitar problemas circulatórios, de saúde, ou, melhor falando, evitar raivas. Raiva deve ser mesmo coisa para cachorro. E coisa que deve ser evitada também. Afinal, são eles, os cachorros, os nossos melhores e mais fiéis amigos. Muita gente já começa enfim a sentir isso na pele.
O que dizer de tudo que rola por aí, se milhões de cegos não querem ver, enxergar nada de verdadeiro. Preferem a ilusão afogada em vários copos de cerveja. O que pode uma pequena turma que entende melhor, diante de milhões, de uma massa populacional que espera a caridade pública e o velho jogo de futebol para amenizar os seus problemas? Que, claro, existem, montanhas e montanhas deles. E o pior de tudo, ou o melhor de tudo, claro, para a grande maioria dos que “podem”, é fazer disso um grande trunfo ao seu favor, especialmente naquele memorável dia das eleições.
Bem, seguinte, a fila anda mesmo. Até que ponto vale a pena pensar nessa ignorância generalizada que assola o País e até o mundo? Um caso a pensar.
Valeriam a pena amnésias temporárias? Na verdade, a massa de gente talvez não precise disso. Já vive sem tempo correndo atrás do pouco dinheiro, de seus pensamentos presos a 70 prestações da compra de um carro. Isto sem falar das outras contas. De fato, o não pensar em nada ou a ignorância acerca de certas coisas que poderiam ser, chega a ser uma grande benção em situações semelhantes.
Assim, o melhor mesmo são as amnésias. Por que não experimentarmos? Na política brasileira é de grande valia. Presidentes assinam e já assinaram documentos importantes sem ler o conteúdo. Esqueceram-se de procedimento tão importante. Políticos quando cobrados sobre algum assunto, dizem de cara limpas que “não sabiam” ou que ainda vão se informar dos fatos acerca. Outros que até noutro dia eram inimigos ferrenhos, esquecem-se do ocorrido. Viram amiguinhos para um projeto a dois e a vida brasileira continua. Outros se esquecem de seu próprio patrimônio. Deixam de fazer declarações obrigatórias às autoridades, de casinhas humildes que custaram milhões de reais. Meu Deus! Como alguém pode esquecer uma casinha tão simples assim? Deve ser coisa de pobre mesmo, lembrar que só possui aquela casinha de bairro ou aquela laje para churrasco em um morro qualquer. Uma lembrança certamente inesquecível, comparada a quem tem tantas, uma em Miami, outra em Portugal, na França ou sabe-se onde. Deve dar para esquecer mesmo, principalmente se forem castelos imensos, onde se corre o risco de se perder lá por dentro.
Mas é isso, uma AMNÉSIA NACIONAL. Essa amnésia cultural que empurra o Brasil para frente.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Uma vida rapidinha
Iniciamos o segundo semestre de 2009. Tudo muito rapidinho, como rapidinha está sendo a vida. Esta mesma vida que, a cada minuto, fica desvalorizada. Sem profecias do apocalipse, a vida humana está por um fio. Tal qual a vida do planeta na qual ela está inserida. E nem precisamos repetir aqui o nome do culpado por tudo isto. Isto mesmo, aquele que tem o livre arbítrio para o bem e para o mal. E que depois chama por Deus para resolver o problema causado.
Deixemos Deus, o Criador, por fora disso. ELE já se ocupou muito com a criação de tudo e, certamente, espalhado pela imensidão do Universo, tem muito que fazer eternamente. Aliás, é um Criador de maravilhas que, obviamente, sempre esteve muito ocupado para desvios das ocupações mais importantes e atender prontamente os gritos e chamados tresloucados daqueles a quem deu vida animada.
Claro que nada acabará assim... BOOOMMM!!! De uma hora para outra. Os que ainda estamos por aqui, com certeza veremos muita água rolar por baixo da ponte. Nem que seja água suja. Suja das “porcariadas” que por aqui fazemos. Coitado do porquinho! Que carma !
Mas, é assim. Nessa correria em que vivemos, sem saber aonde chegaremos, não temos tempo para nada mesmo. Pensar então, nem pensar !
Aquele ali está ocupado com a compra do carro novo. Tem que correr atrás do dinheiro. Não tem tempo pra família, para os filhos, para ouvir ninguém. O outro tem dez filhos, que fez um em cada mulher que conheceu, e está extremamente preocupado como fazer para não ser preso se não pagar a pensão alimentícia. O coleguinha ali ao lado, está bêbado ao volante, cagando e andando para a lei seca. Ele quer esquecer a raiva que tem de estar casado com aquela mulher chata. Não era aquilo que ele queria para ele viver. Então, o negócio é correr com o carro, numa tentativa de fuga, e matar uma meia dúzia que passar pela frente dele.
A vizinha, tal qual a personagem Melissa, da atual novela Caminho das Índias, está preocupada com seus cremes e ginásticas. O corpo acima de tudo. Ela não tem tempo para saber se o filho está se drogando ou por onde ele anda. O que importa é ir para Paris. Bem, até agora os exemplos são relacionados com aqueles que sobrevivem melhor e tentam se inserir num contexto muitas vezes impossível. Mas e o povão, não está correndo muito também? Claro que está. Correndo ao contrário da fome ou da doença. Na melhor das hipóteses, correndo atrás de um emprego ou da efetivação do resultado de um concurso público.
Com essa correria, tudo corre também. Até o vento tem pressa de chegar a algum lugar. Só que, este mesmo vento, numa correria, pode espalhar a destruição.
A "nossa" CAIXA em cena
Mais uma do teatro do absurdo. A Caixa Econômica Federal, a “NOSSA CAIXA”, o Banco do Povo, a instituição criada com fins sociais, iniciou uma cobrança de tarifa pelo saque que o cliente faz nos terminais eletrônicos.
O absurdo se faz maior na cobrança dessa tarifa, por conta dos saques efetuados nas contas de poupança nos terminais eletrônicos.
Ora, já não basta que o Governo movimente o somatório do dinheiro dos poupadores, em suas diversas ações rotuladas como sociais? Imaginem o desespero dos cofres públicos se os poupadores, ao mesmo tempo, fizessem uma corrida para a retirada de suas poupanças? A cobrança dessa tarifa o governo não anuncia. Coloca apenas nas agências da Caixa, uma meia dúzia de panfletos anunciando o feito. E o terminal eletrônico, ao final de um saque, dá um ligeiro aviso da possível cobrança. Os criadores de tais façanhas sabem muito bem que, a massa populacional não lê quase nada, ou nada sabe ler. Muito menos sabe utilizar com eficácia essas maquininhas eletrônicas modernas.
Mais um ato de desrespeito ao cliente, àquele que deposita seu dinheiro em confiança e que não é sequer consultado na hora de uma cobrança dessa natureza. Como sempre, a coisa vem de cima para baixo. É o PODER. É o PODER!
É também mais uma forma de arrecadação, em mais uma modalidade de se arrancar o que puder se arrancar da carteira do povo que trabalha e que, para tal, espreme-se diariamente nos fabulosos serviços de transporte do País. Eles, os que inventam essas modas, e obviamente os grandes investidores, não aplicam o seu rico dinheirinho em cadernetas de poupança.
E os nossos legisladores refestelados nos gabinetes do nosso Congresso Nacional? O que podem dizer disso? Nem devem saber, pois do povo somente se lembram meses antes das eleições. E também vivem sempre muito ocupados com atos secretos, castelos, presidências disso ou daquilo, ou, na melhor das hipóteses, com seus próprios salários e benesses decorrentes dos imunizados cargos.
Sobreviventes
Por que o brasileiro em geral se cala diante de coisas tão absurdas que acontecem? É claro que, atualmente, parece que alguns acordaram e já colocam a boca no trombone, usando dos seus direitos de cidadão e aproveitando este momento tão “democrático” em que estamos vivendo.
São tantas as emoções, ou, melhor dizendo, são tantos os desmandos e descalabros que ocorrem no meio social e político do Brasil de hoje, que ficamos desorientados, massacrados no meio de tanta desordem que salta aos nossos olhos. “Modo de ver a vida”, dirão alguns, certamente aqueles que fazem questão de não ver nada, a não ser os seus próprios umbigos.
O País pode até estar bem, economicamente falando. E diante do mundo pode ser visto como um país em franca expansão e desenvolvimento. Um verdadeiro emergente perante o exterior. E, certamente boas campanhas de divulgação colaboram para isso. E grana, muita grana, para pagar tais campanhas que podem ser sutis em sua elaboração. Aquela velha história de botar um ovo e cacarejar, como faz a galinha. Só que galinhas podem colocar ovos defeituosos e podres também, se estão internamente doentes.
Mas, como vivemos mergulhados na cultura do bom humor, da alegria, da credulidade àquilo que apregoam e prometem os nossos políticos e, sobretudo, acostumados, desde que nascemos, a rirmos da própria desgraça e a manter a esperança acima de tudo... Então, vamos sobrevivendo, sem educação, sem uma transformação cultural, sem enxergar o que de melhor há pelo mundo afora, sem nada. Temos apenas o dia e a noite e se a saúde fizer parte disso, ainda temos que levantar as mãos para o céu.
A grande massa é sobrevivente. E isso pode fazer parte de um processo ainda desconhecido para nós. Uma das provas disso foram aquelas esqueléticas figuras humanas que sobreviveram naquela catastrófica história de Biafra. Todavia, nós, aqui, brasileiros, não podemos nos nivelar por baixo, apesar da tristeza que causa a existência de tanta miséria pelo mundo. Ou de algum modo cada um trabalhe para que se façam valer de verdade, os direitos ao cidadão estabelecidos