quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Um dia a casa cai

Os políticos corruptos e que não são poucos no Brasil - isso é uma longa história, parecem apostar numa espécie de "idiotice" do povo. Talvez não estejam muito atentos às modernas tecnologias hoje disponíveis. Gravações, vídeos, câmeras escondidas, etc, tudo muito pequenino, fáceis de se introduzir em chips, que são verdadeiros barris de pólvora.
Depois, não adianta aparecer com a cara deslavada, de pau, dizendo que "as imagens não provam por si mesmas" o fato indecente e que serão necessárias milhares de reuniões e comissões de investigação, geralmente compostas por gente que não pode sentar com o "rabo" perto do braseiro.
Ora, a internet hoje, por si só, já é um tremendo meio de comunicação. Mal estoura um escândalo, desses à moda brasileira, que já sabemos o início, o meio e como vão terminar, o povo corre para seus computadores e cria. Cria sátiras, gozações sobre o evento podre, piadas e também repassa, aos emails de suas agendas, outra série de fatos escusos complementares, denunciados não se sabe por quem.
Enfim, atualmente, essa imensa categoria suja, de políticos e governantes nacionais, precisa pisar no freio um pouco que seja. São inteligentes em seus esquemas de se apropriar do dinheiro público, mas esquecem da velocidade vertiginosa da mídia moderna. O que os "salva" de certo modo, ainda é aquela característica cultural da cara de pau diante de uma podridão descoberta, que sempre os deixa "indignados" perante tamanha capacidade da imprensa em "distorcer os fatos e montar vídeos falsos".
A gente pode também imaginar que esses cidadãos, de certo modo, não têm sossego. Será que conseguem dormir bem a noite toda? Ou passam a noite pensando naquela fileira de homens e mulheres envolvidos em seus esquemas e "esquemões", de carregar malas de dinheiro, enfiar dinheiro em meias e cuecas e as damas, quiçá, em suas calcinhas, desde que não usem os modernos fios dentais? Sim, porque para essa intensa e já comum distribuição do nosso dinheiro público, há que se ter muita gente envolvida, muita gente que se vende até por pouco mesmo, muita gente que não gosta do trabalho produtivo sadio e se encosta nesses esquemas em que o dinheiro caminha mais fácil em suas direções. Ao mesmo tempo, essa teia é perigosa, pois tanta gente envolvida faz com que imensos terremotos humanos ocorram quando um ou dois são pegos no flagra fazendo tanta sujeira. É como se um imenso poço subterrâneo explodisse, jorrando não o petróleo, essa riqueza natural, mas volumes enormes de merda sobre a terra. E aí, quando isso ocorre, não há outra forma a não ser lavar a cara de pau e caminhar sobre a lama fétida orgânica com a postura de um ser supremo. Isto só acontece porque há muita gente por aqui mais do que acostumada a viver atolada no meio dessa merda toda.
Falando sério, mesmo que tudo ainda continue como a gente sabe que costuma a ser no Brasil, ou seja, consigam costurar essa monstruosa teia de ação entre amigos, o bom é que já fica um pouco evidente que o povo já está começando a enxergar, embora ainda existam milhões de ignorantes cegos e crédulos no que pregam as vozes da podridão nacional. Resta então a esperança de que possam existir, no meio desse vendaval na zona, pessoas, políticos que não estejam com o sangue envenenado pelos vírus de "mensalões" e outras bactérias oriundas das trevas. Será que existem? Não percamos a esperança, mesmo que esses ainda estejam por nascer em solo pátrio.
A imprensa brasileira poderia fazer matérias mais esclarecedoras ao povo, por exemplo, mostrando os inúmeros prejuízos que sofremos quando o dinheiro público é levado dentro de cuecas, meias e malas. Levados para os caixas dois de partidos políticos, para construção de mansões por aqui e no exterior, compra de apartamentos e belos carros novinhos ou contas bancárias em paraísos fiscais no exterior. Somos levados a pensar, só por um instante, quando em Brasília podemos apreciar toda aquela frota de veículos nacionais e importados, sempre reluzentes em suas latarias e irremediavelmente sempre com a data do ano atual, a desfilar pelas largas avenidas da cidade. Sim, só por um instante, porque depois temos que nos voltar para nossas vidas e pensar como fazer para pagar essa carga tributária brasileira imensa anual, que depois, nesse ciclo vicioso sem vergonha, será desviada pelos esquemas brabos em meio à intimidade genital dos nossos eleitos.
E, em meio a tal intimidade, os inúmeros pacotes de dinheiro reduzem os leitos em hospitais brasileiros, a educação nas escolas, os salários de professores, o asfalto em nossas estradas, o alimento em nossa mesa, isso apenas para citar alguns dos milhares de itens que nos são lesados a cada ato indecente do tipo dos milhares que ocorrem certamente em todas as esferas do setor público do País.
Portanto, só nos resta esperar o futuro. Esperar que as mentes brasileiras se abram para o esclarecimento da verdade, que os ignorantes desse estado de coisas o deixem de ser, que os crédulos não sejam tanto assim e que, sobretudo, todos os nossos milhões de irmãos não se deixem enganar por esse bando de vampiros do suor de um povo. Há um ditado que diz: "um dia a casa cai", principalmente quando os alicerces são feitos com lama, para o desvio do material apropriado. E essa casa vai cair. Quem viver, verá.

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