A rua estreita, com inúmeros prédios residenciais. Apesar disso, um grande movimento de tráfego passa por ela. A cidade pode ser qualquer uma. Mas o fato é verídico e corriqueiro. Acontece sempre desse modo ou parecido. Foi visto e testemunhado em silêncio.
O motorista vem com seu carrinho e dá sinal que vai entrar na garagem de um prédio. Obviamente ele reduz a velocidade e ficou evidente que ele fez a sinalização adequada. Todavia, os motoristas que vêm atrás se irritam. Buzinam, dão com a mão para fora dos seus carros. A hora, por volta das 8 da manhã. Todos apressados para ganhar o pão de cada dia. Todos certamente não acordaram num tempo adequado para sair e enfrentar o mundo lá fora. Todos estão estressados e engarrafados.
Mas, por que aquele cidadão tinha logo que diminuir sua marcha para entrar na garagem daquele edifício? Porra, atrapalhando todo mundo! Ele que fosse em frente, largasse seu carro em qualquer lugar, desse a volta no quarteirão, mas, em hipótese nenhuma provocasse uma redução repentina do movimento de tráfego naquela rua. Afinal, não seria possível, num caso desses, em que um idiota tenta entrar no edifício em que mora e atrapalha o tráfego, passar a qualquer custo por outro lugar, subir na calçada, ou desviar daquele infeliz de merda que reteve o tráfego.
Pois assim é o cotidiano da vida em nossas cidades, onde todo mundo está correndo, muitos até sem saber exatamente o porquê. Muitas das vezes porque vêm os outros correndo ou porque disseram que a vida na cidade grande tem que ser assim, não se pode perder tempo. No que perdeu tempo para chegar alucinado aonde se vai, pode já encontrar outro, que correu mais, sentado em seu lugar.
Felizes então aqueles que se livram dessa loucura ou conseguem conviver na maior paz com essa doença metropolitana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário