quarta-feira, 18 de novembro de 2009

2012 - seria uma solução para o planeta?

O roteiro tem uma lógica baseada na previsão dos Maias. Que o fim do mundo ocorrerá em 2012, por conta do crescente aumento das radiações solares sobre a Terra.
Como toda produção norte americana de filmes do gênero, 2012 apresenta incríveis efeitos especiais para mostrar o cataclisma final do mundo, com gigantescas erupções vulcânicas em diversos pontos do solo terrestre, bem como terremotos assustadores e tsunamis jamais vistas até hoje. Pela ficção, em 2012 a configuração atual dos continentes e mares será totalmente modificada, após a destruição total de todos os países do planeta. Os oceanos e mares terão seus niveis elevados e o continente africano, por exemplo, terá superfície elevada milhares de metros em relação ao que atualmente conhecemos. Uma amostragem da espécie humana, que pode pagar bilhões de euros por um lugar numa das poucas naves especialmente construídas (tipo Arca de Noé moderna), sobreviverá para dar início ao ano 0001 de um novo calendário.
Afora os efeitos especiais de imagem e som, o filme também apresenta aqueles eternos defeitos tradicionais dos filmes do gênero produzidos em Hollywood. Ou seja, o pequeno grupo de pessoas que consegue embarcar naquelas naves computadorizadas, enfrenta todo o tipo de obstáculos horrendos durante o cataclisma, mas, sempre consegue se safar. Saem ilesos a todas aquelas explosões, gases quentíssimos que saem do ventre da Terra, afundamento e rachaduras imensas no solo e todas as situações que, se reais, não dariam a mínima chance de sobrevivência. É onde o cinema de Hollywood falha na medida em que teima em fazer de bobos o restante do mundo, em querer enfiar na cabeça dos outros que os norte americanos são de um heroísmo a toda prova e, sobretudo, pessoas indestrutíveis e que comandam sempre as decisões mundiais. Tirando essa mania cinematográfica de lado, 2012 não deixa de ser um passatempo catastrófico e tenta alertar as pessoas do mundo inteiro sobre a possível destruição da Terra pelo próprio Homem.
Nessa linha, talvez fosse interessante também a produção de um filme, que mostrasse a destruição lenta e gradual a que o mundo vem passando em geral, com todo o tipo de violência e desrespeito que vem imperando entre os seres humanos pelo planeta.
Voltando a 2012, este filme dá destaque aos principais líderes mundiais nos momentos da grande decisão sobre o que fazer diante do evidente final dos tempos. Da Europa e da Ásia alguns desses líderes manifestam suas opiniões e decisões. Da América do Sul, Central e da África nem uma citação. Do Brasil, apenas aparece uma imagem do Rio de Janeiro, com o Cristo Redentor despencando destruído do alto do Corcovado e um repórter de emissora dos EUA apresentando imagens do povo carioca brigando nas ruas por causa de comida em meio ao cataclisma que sacode a cidade. Subentende-se que do Brasil não sobrou ninguém para contar a história. Ou seja, uma solução radical apresentada pelo filme para a solução de tantos dos nossos problemas. Será?

3 comentários:

Evandro Alvarenga disse...

Marcos, eu acho que a "situação" em que o Brasil fica no filme é exatamente o que boa parte dos estadunidenes gostaria que acontecesse. Ou seja, morra América e África em prol da saúde deles...
Particularmente, apeser de todas as nossas dificuldades internas, a solução seja o contrário disso. Melhor se os mais poluidores e causadores de todos os males climáticos é que fossem eliminados. Mas a natureza não age desta forma... Gostei do texto, mas continuo sem vontade de assistir ao filme...

Sergio Carbone disse...

Marcos :

Tenho sentido no dia a dia a realidade da "corrida " , morar no RIO de Janeiro " , é um livro aberto neste assunto , sem citar os motoqueiros .
Sergio .

Sergio Carbone disse...

Marcos :
Normalmente não assisto este tipo de filme , realmente eles me irritam ao tentar passar-me atestado de idiota .
Acredito que os "brothers" adorem , pq retrata o sonho deles .
... Seremos sempre vitoriosos .
Quanto a referência ao Brasil , no dito celuloide : È o que eles pensam e querem de nós , bem como de todos que venham atrapalhar ou discordar dos objetivos sujos que tem .
Os nossos politicos , apesar de serem brasileiros , executam esta tarefa de destruição em outra escala, é só parar e pensar nas escolas , hospitais , favelas e outras cositas ++++ .

Sergio .