Não podemos falar da vida de todos os dias, se não falarmos das condições de vida que o País oferece. Entenda-se isso como “qualidade de vida”. Mesmo as pessoas que têm uma condição financeira mais favorável, não estão livres dos estresses provocados pelos péssimos serviços públicos. O sistema de transportes, por exemplo. Pegue o seu carro e saia a viajar por uma rodovia. Enfrente a BR-040, a BR-381 ou qualquer outra.
A cada dia que passa, mais e mais carretas trafegam por todas as rodovias brasileiras. Para os observadores, o volume do transporte de cargas por estradas já começa a impressionar. E por que isso? Por que não temos uma malha ferroviária adequada às necessidades brasileiras. Temos alguma coisa, mínima, mas nunca tivemos um transporte ferroviário de carga como noutros países que se preocuparam com isso.
Os governos sempre tentaram explicar o motivo. Que os investimentos em transporte ferroviário são muito altos, que o Brasil é imenso, etc.
Será? Seriam? Serão?
Talvez o melhor fosse assumir que somos um País que desenvolveu a cultura do pneu e da gasolina. E somente Deus sabe que interesses nos levaram a isso. Essa historinha é longa e não dá para ser entendida assim, de um momento para o outro.
Técnicos, estudiosos de transporte entendem o absurdo que é transportar grãos, por exemplo, na carroceria de caminhões, que, ao longo do tempo, tornaram-se maiores e mais pesados. Obviamente estragando o asfalto das estradas e quase entupindo as mesmas. Imagine toda a carga brasileira sendo transportada pelas rodovias. Toda mesmo. Imagine o caos rodoviário dentro de alguns anos, com o Brasil crescendo e, claro, com o aumento de sua população! E com o aumento das necessidades de consumos, isto sem contar as exportações dos produtos.
Mais isto é um assunto que ainda vai rolar por muitos e muitos anos, enquanto a vontade política para mudar esse quadro não for muito forte. Infelizmente ainda teremos muito acidentes rodoviários envolvendo essas grandes carretas. Elas hoje são extremamente modernas, com motoristas em geral despreparados e mal pagos para conduzi-las. Portanto, se quiser fazer uma viagem de lazer com o seu carrinho, ou mesmo de trabalho, por uma rodovia, não custa nada rezar um Pai Nosso e ir em frente. Com fé, muita fé. Por que o trem da lembrança de alguns poucos, já descarrilou há muito tempo.
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