domingo, 5 de julho de 2009

Amnésia cultural

No idioma pátrio não devem existir mais palavras, que possam definir exatamente o estado atual de coisas reinantes em nosso País. Melhor mesmo é esquecer e deixar o povo se divertir como pode. E que venha mais um copo de chopp!
Aliás, uma amnésia não deve fazer mal a ninguém. Ficar no esquecimento pode ser uma estratégia para evitar problemas circulatórios, de saúde, ou, melhor falando, evitar raivas. Raiva deve ser mesmo coisa para cachorro. E coisa que deve ser evitada também. Afinal, são eles, os cachorros, os nossos melhores e mais fiéis amigos. Muita gente já começa enfim a sentir isso na pele.
O que dizer de tudo que rola por aí, se milhões de cegos não querem ver, enxergar nada de verdadeiro. Preferem a ilusão afogada em vários copos de cerveja. O que pode uma pequena turma que entende melhor, diante de milhões, de uma massa populacional que espera a caridade pública e o velho jogo de futebol para amenizar os seus problemas? Que, claro, existem, montanhas e montanhas deles. E o pior de tudo, ou o melhor de tudo, claro, para a grande maioria dos que “podem”, é fazer disso um grande trunfo ao seu favor, especialmente naquele memorável dia das eleições.
Bem, seguinte, a fila anda mesmo. Até que ponto vale a pena pensar nessa ignorância generalizada que assola o País e até o mundo? Um caso a pensar.
Valeriam a pena amnésias temporárias? Na verdade, a massa de gente talvez não precise disso. Já vive sem tempo correndo atrás do pouco dinheiro, de seus pensamentos presos a 70 prestações da compra de um carro. Isto sem falar das outras contas. De fato, o não pensar em nada ou a ignorância acerca de certas coisas que poderiam ser, chega a ser uma grande benção em situações semelhantes.
Assim, o melhor mesmo são as amnésias. Por que não experimentarmos? Na política brasileira é de grande valia. Presidentes assinam e já assinaram documentos importantes sem ler o conteúdo. Esqueceram-se de procedimento tão importante. Políticos quando cobrados sobre algum assunto, dizem de cara limpas que “não sabiam” ou que ainda vão se informar dos fatos acerca. Outros que até noutro dia eram inimigos ferrenhos, esquecem-se do ocorrido. Viram amiguinhos para um projeto a dois e a vida brasileira continua. Outros se esquecem de seu próprio patrimônio. Deixam de fazer declarações obrigatórias às autoridades, de casinhas humildes que custaram milhões de reais. Meu Deus! Como alguém pode esquecer uma casinha tão simples assim? Deve ser coisa de pobre mesmo, lembrar que só possui aquela casinha de bairro ou aquela laje para churrasco em um morro qualquer. Uma lembrança certamente inesquecível, comparada a quem tem tantas, uma em Miami, outra em Portugal, na França ou sabe-se onde. Deve dar para esquecer mesmo, principalmente se forem castelos imensos, onde se corre o risco de se perder lá por dentro.
Mas é isso, uma AMNÉSIA NACIONAL. Essa amnésia cultural que empurra o Brasil para frente.

Um comentário:

LNRodrigues disse...

Bom dia! Sim Marcos, a amnésia é nacional. É uma vergonha o que se assiste em relação aos políticos que nem sequer tomam conhecimento do que é votado nas sessões do plenário. Realmente temos que aprender a votar. Um abraço.