Vai botar o seu carrinho novinho, importado, na via urbana ou na rodovia federal? Aquele do IPVA mais caro? Tenha coragem mesmo e desprendimento. Prepare o seu estômago e o seu bolso. De preferência, tenha também um bom seguro de vida. E se for mais prevenido, tenha tudo já preparado para uma possível última viagem, para não dar trabalho a ninguém da família.
Hoje em dia no Brasil está sendo assim. Quem não tiver os requisitos acima descritos, beba cachaça para esquecer de tudo. Alienar-se. Tráfego louco, pessoas apressadas demais, buracos demais, falta de sinalização demais, carros velozes demais.
Todo dia é esse blá blá blá nos noticiários, sobre acidentes e mortes nas estradas brasileiras. Não deixa de ser verdade. Há evidências. As causas podem ir da irresponsabilidade até a convicção de que a morte é para os outros, camufladas por um sistema de transporte inescrupuloso. O assunto já passou do ponto da bola de neve. Virou mesmo avalanche de absurdos.
Quem duvida- e acredito que ninguém duvida, saia por aí. Assista a grande competição por meio metro a mais na frente do outro carro, ou a revoada de motos que mais parecem aves dando rasantes em nossas cabeças. Pegue qualquer rodovia federal, a BR-040, por exemplo, entre Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Não há mais verbetes da língua portuguesa para se descrever o pouco caso com a população que paga impostos. É “cagar” mesmo solenemente para a vida alheia. Porque há vários modos disso. Não é somente a bala perdida do traficante de drogas ou do policial que tira uma vida aleatoriamente.
Estou falando apenas do setor transporte público. E todos os dias, o ano inteiro, um século inteiro, um monte de gente dando de ombros para isso tudo. Uma falta de educação total, um angu de caroço.
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