Nos últimos dias temos escutado notícias sobre a reativação do projeto do “trem bala”, o de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Trata-se, não restam dúvidas, de um sonho acalentado há muitos anos por alguns políticos e autoridades deste país. Um sonho que vai e que vem se perdendo na esteira do tempo. Há muito tempo. Um sonho que, recentemente, foi cantado em prosa e verso por autoridades de Brasília, numa adaptação para a ligação entre a capital federal e Goiânia, capital de Goiás.
Afinal, o Japão possui o seu trem bala há muitos anos, o mesmo acontecendo na França com o seu TGV e alguns outros países da Europa que já desenvolveram esse tipo de transporte moderno (para nós) e verdadeiramente confortável. E cada vez que o sonho volta à baila, lá se vai uma missão brasileira para o Japão ou para a França, em busca dos subsídios técnicos que permitam seu desenvolvimento no Brasil. E, voltando essa missão, nada acontece, até que uma nova missão parta em busca do sonho novamente.
Pensando bem, não deveria acontecer tão cedo essa implantação do batizado “trem bala” por aqui. E por quê? Porque certamente temos outros problemas mais importantes a desenvolver dentro da realidade brasileira. E não somente na área dos transportes públicos, onde os investimentos do setor são em geral elevadíssimos face às dimensões continentais do nosso País. E, por conta disso, por que não pegar esse maciço investimento previsto para o trem bala e aplicá-lo na segurança pública brasileira, por exemplo, tão desprovida atualmente de meios para uma ação eficaz. Nessa segurança em que o pesadelo das balas perdidas tem sido constante ameaça para a população de várias cidades, especialmente as que lutam no dia a dia pela redução da criminalidade ocasionada pelo tráfico das drogas.
Ou seja, pelo que ouvimos e vemos em nosso noticiário nacional, por toda a mídia brasileira, esse pesadelo das balas perdidas é uma realidade que se torna veloz na produção de tragédias do cotidiano. A realização de um projeto como o do trem bala seria somente a vitória de alguns por ver o sonho concretizado. E mais um sonho apenas do “faz de conta” que aqui somos um país de grande desenvolvimento, numa óbvia ilusão de pé de igualdade com o Japão ou com a França talvez. E um sonho num Brasil que não desenvolveu a tradição do transporte ferroviário, nem de cargas e muito menos de passageiros. É bom ressaltar que, nos países onde o trem de alta velocidade existe e de longa data, também há bem desenvolvido o transporte ferroviário geral. E em especial o de passageiros de longa distância.
Não termos aqui desenvolvido ferrovias, é uma história longa que remonta aos tempos dos coronéis das fazendas ainda à época do império brasileiro. Optamos sempre pelo transporte rodoviário em grande percentual do transporte de cargas e praticamente em todo o executado para passageiros pelo país. E isto também teve suas razões políticas. Os governos sempre falaram dos altos investimentos no setor ferrovias. Todavia, estando elas prontas para o tráfego, o seu custo de manutenção seria muito mais barato do que manter rodovias em perfeito estado de conservação. Isso, perfeito estado de conservação, outro grande problema para os governos.
Com isso, surgiram as questões que sabemos. Fretes rodoviários caros e produtos finais caros para o consumidor, que, aliás, sempre pagou todas as contas. Poucas e precárias ferrovias (hoje um pouco melhores talvez pelas concessões que foram feitas à iniciativa privada), decorrentes dos antigos traçados, poucos quilômetros de malha ferroviária se comparada com a extensão da malha rodoviária brasileira. Bem, mas nada disto agora vem mais ao caso. O que importa é que ainda somos e o seremos por muitos anos (na melhor das hipóteses) um Brasil essencialmente rodoviário, que consome pneus, gasolina, diesel, asfalto, etc, cujas estradas são difíceis de se manterem conservadas, porque também exigem grandes somas de dinheiro por quilômetro.
Resumindo, se o projeto do trem bala entre Rio e São Paulo for um dia concretizado, esse trem irá cruzar a 300 km por hora apenas cerca de 400 km que separam as duas cidades. Será que realizar esse sonho compensa o sacrifício do pagamento dessa conta? A previsão inicial é de gastos de quase R$ 35 bilhões. Embora haja sido noticiado que o edital de licitação para a execução do projeto sairia este ano, o site da Agência Nacional de Transportes Terrestres não informa nada ainda, ou pelo menos o assunto não está tão explícito assim.
Se existirá essa ligação ferroviária veloz entre as aquelas duas importantes cidades brasileiras, só o tempo poderá dizer ou o noticiário quando do início da realização do sonho, ou melhor, das obras. Nesse meio tempo tudo indica que as ações governamentais estarão voltadas para as obras de melhorias de infraestrutura nacional visando à Copa do Mundo no Brasil em 2014, melhorias que previam também a execução do projeto do trem bala. Enquanto isto não acontece, talvez seja melhor que nos preocupemos em escolher autoridades que tenham mais sintonia com a realidade brasileira, das primordiais necessidades de educação, por exemplo, que acabarão nos conduzindo sempre a uma melhor qualidade de vida. E que assim seja pelo menos para nossos netos ou bisnetos. Porque para nós, os que já estamos freqüentando essa vida brasileira há algum tempo, muitos pesadelos ainda irão continuar, tais como os causados por uma simples e mortal bala perdida. Afora os demais pesadelos, que alguns teimam em transformar quase em sonhos, talvez para nos acalmar um pouco.
O dia a dia de todos nós. Os fatos que ocorrem. O exercício da cidadania. A qualidade das relações humanas. Educação, que gera respeito para que o cidadão exija seus direitos e cumpra seus deveres.
terça-feira, 27 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Cuspindo no prato que se come
As transformações pelo mundo afora estão evidentes. E rápidas. De todos os tipos, culturais, sociais, tecnológicas, científicas e, porque não, as da natureza, que obedecem, sobretudo, às leis universais tão distantes dos Homens com suas inúmeras leis terrenas. Sempre ouvimos dizer que cada coisa tem a sua época e isto é uma verdade, “doa a quem doer”, como disse certa vez uma autoridade deste País. Ou seja, nascemos numa época e, logo em seguida, tudo começa a ficar diferente daquilo que nos acostumamos a ouvir e ver quando chegamos por aqui. São as transformações permanentes, que temos de encarar mesmo que não as aceitemos, quando algumas delas modificam os melhores valores que até então consideramos para a vida. Todo ser que viver muito vai passar por essa experiência.
Como dizem os espanhóis, “Es lo que hay”, quando isto acontece. Temos assim que conviver com essa transformação cultural, senão ficamos para trás ou vem o sofrimento, que pode amedrontar as pessoas ou fazer com que comecemos a achar a vida uma bosta ou coisa parecida.
E a vida seguramente não é uma bosta. É boa demais, embora dê um tanto de trabalho e planejamento para ser bem vivida. E talvez este pudesse ser o melhor dos trabalhos que poderíamos executar sobre a face da Terra enquanto vivos.
Uma coisa é certa. O Homem só não conseguiu dominar a natureza e tudo indica que nunca irá conseguir. É verdade que a inteligência humana deu rápidos saltos para o progresso da vida humana. Um exemplo? Basta observar a velocidade da comunicação humana, que, mesmo muito rápida hoje se comparada apenas com a do início do século 20 ou do 19, pode ser usada para o bem ou para o mal. Depende então do livre arbítrio de cada um para usá-la. Mas, voltando a falar do domínio do Homem sobre a natureza, é óbvio que isto está fora de cogitação por parte do Universo que nos envolve. Quer dizer, isto não impede que muita gente acredite que será possível isto acontecer.
Das milhões de mudanças gerais, transformações que aconteceram recentemente pelo mundo e das que ainda continuam a acontecer, vamos olhar ligeiramente para o nosso País, no sentido das mudanças climáticas e fenômenos naturais que antes não ocorriam ou, se ocorriam, ninguém ficava sabendo.
Agora, por exemplo, estamos em pleno inverno, que, antes, era uma estação de chuvas permanentes e fracas, aqui e acolá por todo o país. De um frio maior especialmente em regiões altas ou nos Estados do sul. Não cabe aqui analisar se as mudanças foram gradativas ou abruptas. O fato é que hoje, nesse período de inverno, ouvimos todos os dias falar de tempestades violentas que destroem cidades e zonas rurais, tornados, até tornados que antes nunca sabíamos da ocorrência em solo brasileiro. Até então, voltando uns anos no tempo, dizia-se que o Brasil era um país abençoado até pela natureza, um país de clima tropical onde as chuvas mais fortes aconteciam lá pela floresta amazônica. Isoladamente, algumas chuvas pelo Rio de Janeiro ou noutras regiões, faziam encostas de morros deslizarem, causando mortes e destruição. Mas, certamente isso não era pelo clima, porém pelo desmatamento que o ser humano veio causando de norte a sul em nosso território.
Enfim, o Brasil era um “país abençoado por Deus”, o país tropical que na segunda metade do século 20 foi cantado por Wilson Simonal, que, os que ainda vivem, devem se lembrar. Se não lembram é porque tudo acontece rapidamente hoje e são montanhas de acontecimentos que invadem nossas casas diariamente.
Pois bem, esse País certamente não é mais o mesmo em termos de natureza. Até tremores de terra já ocorrem no nordeste, já são sentidos no centro de São Paulo e noutros lugares. Isto porque sempre ouvimos dizer que aqui nunca aconteceriam terremotos. Bem, vamos torcer que eles não venham mesmo.
Estas transformações de cunho natural não são privilégio do Brasil. Estão ocorrendo velozmente pelo mundo afora. E disto nossos senhores políticos não podem ser culpados até certo ponto. Até certo ponto sim e não se fala aqui dos atuais políticos somente, mas de todos, os passados e os presentes, que, nunca cultivaram umas rugas em suas prezadas faces, na produção e execução de medidas preventivas que elevassem a qualidade de vida de todos nós. Será que os do futuro estarão dispostos a cultivar rugas por causas semelhantes? Ou seja, trabalhar de verdade em troca das razões que os conduziram até seus postos?
Voltando às transformações da natureza, a coisa veio caminhando até agora, até noutro dia, quando começamos a perceber que o planeta está se sacudindo, talvez para tirar de cima de si uma cambada de parasitas, seres aparentemente sem cérebro, que nunca pararam para pensar que, num segundo, apenas num segundo, tudo pode acontecer de pior, tudo pode acabar. E que quem manda é a natureza, é o Universo, com seu único e pleno poder infinito. E quando assim concluímos, ficamos com a certeza de que este Homem, também criado pela Natureza, é um ser integrante dela, que pode ser bom na essência, mas que, na sua ambição de poder, de domínio, a suga sem dó nem piedade.
E, como não poderia deixar de ser, o resultado aí está. A poluição geral ambiental em ampla escala, espalhada pelo planeta. Em prol de um progresso intenso, sem medida, que já pode até ser questionado, brotam vazamentos de petróleo pelos mares, oceanos. Há muito já existem meios menos agressivos de se alcançar o progresso da humanidade. Os desmatamentos continuam pelas florestas e, quando se fala nisso, sempre se fala da nossa Amazônia tão cobiçada por muitos olhos estrangeiros pelo que conserva abaixo do seu solo. Isto sem mencionarmos o restante da merda que se faz e se espalha pelo mundo. A internet está aí e basta pesquisar nela própria, para se saber desses muitos horrores, em sites de confiança. Isto porque não dá para se confiar em emails que espalham anexos de terror pelo mundo.
Então, essa é a nossa vida hoje no planeta. A vida de todos os dias. Atual. Aquela que temos de encarar. Tenhamos nós um ano de vida, dez, vinte, cinqüenta, setenta ou cem. É fato que a vida humana está se prolongando. A ciência avançou para isso e talvez para que tenhamos de vivenciar por mais tempo todo esse processo negativo da vida. Sabemos também que há pessoas que não se ligam nisso e somente curtem o lado prazeroso do viver a vida. Bem, isto enquanto a vida humana ainda estiver suportável na face do planeta. Profeta do apocalipse? Não, isto quem viver mais para frente terá, não diria, o prazer de ver os acontecimentos que virão, se não houver um freio nisso tudo. Quem manda é a Natureza, nunca será demais pensar nisso, nem que seja por um minuto. O homem com sua inteligência, consegue ainda controlá-la em parte ou ainda calcular os prejuízos que ela nos causa em sua resposta mais do que justa. Afinal há a lei da física que diz: “a toda ação corresponde outra de mesma intensidade e em sentido contrário”. Por isso, todo cuidado é pouco com essas cusparadas que estamos dando no prato que comemos há séculos.
Como dizem os espanhóis, “Es lo que hay”, quando isto acontece. Temos assim que conviver com essa transformação cultural, senão ficamos para trás ou vem o sofrimento, que pode amedrontar as pessoas ou fazer com que comecemos a achar a vida uma bosta ou coisa parecida.
E a vida seguramente não é uma bosta. É boa demais, embora dê um tanto de trabalho e planejamento para ser bem vivida. E talvez este pudesse ser o melhor dos trabalhos que poderíamos executar sobre a face da Terra enquanto vivos.
Uma coisa é certa. O Homem só não conseguiu dominar a natureza e tudo indica que nunca irá conseguir. É verdade que a inteligência humana deu rápidos saltos para o progresso da vida humana. Um exemplo? Basta observar a velocidade da comunicação humana, que, mesmo muito rápida hoje se comparada apenas com a do início do século 20 ou do 19, pode ser usada para o bem ou para o mal. Depende então do livre arbítrio de cada um para usá-la. Mas, voltando a falar do domínio do Homem sobre a natureza, é óbvio que isto está fora de cogitação por parte do Universo que nos envolve. Quer dizer, isto não impede que muita gente acredite que será possível isto acontecer.
Das milhões de mudanças gerais, transformações que aconteceram recentemente pelo mundo e das que ainda continuam a acontecer, vamos olhar ligeiramente para o nosso País, no sentido das mudanças climáticas e fenômenos naturais que antes não ocorriam ou, se ocorriam, ninguém ficava sabendo.
Agora, por exemplo, estamos em pleno inverno, que, antes, era uma estação de chuvas permanentes e fracas, aqui e acolá por todo o país. De um frio maior especialmente em regiões altas ou nos Estados do sul. Não cabe aqui analisar se as mudanças foram gradativas ou abruptas. O fato é que hoje, nesse período de inverno, ouvimos todos os dias falar de tempestades violentas que destroem cidades e zonas rurais, tornados, até tornados que antes nunca sabíamos da ocorrência em solo brasileiro. Até então, voltando uns anos no tempo, dizia-se que o Brasil era um país abençoado até pela natureza, um país de clima tropical onde as chuvas mais fortes aconteciam lá pela floresta amazônica. Isoladamente, algumas chuvas pelo Rio de Janeiro ou noutras regiões, faziam encostas de morros deslizarem, causando mortes e destruição. Mas, certamente isso não era pelo clima, porém pelo desmatamento que o ser humano veio causando de norte a sul em nosso território.
Enfim, o Brasil era um “país abençoado por Deus”, o país tropical que na segunda metade do século 20 foi cantado por Wilson Simonal, que, os que ainda vivem, devem se lembrar. Se não lembram é porque tudo acontece rapidamente hoje e são montanhas de acontecimentos que invadem nossas casas diariamente.
Pois bem, esse País certamente não é mais o mesmo em termos de natureza. Até tremores de terra já ocorrem no nordeste, já são sentidos no centro de São Paulo e noutros lugares. Isto porque sempre ouvimos dizer que aqui nunca aconteceriam terremotos. Bem, vamos torcer que eles não venham mesmo.
Estas transformações de cunho natural não são privilégio do Brasil. Estão ocorrendo velozmente pelo mundo afora. E disto nossos senhores políticos não podem ser culpados até certo ponto. Até certo ponto sim e não se fala aqui dos atuais políticos somente, mas de todos, os passados e os presentes, que, nunca cultivaram umas rugas em suas prezadas faces, na produção e execução de medidas preventivas que elevassem a qualidade de vida de todos nós. Será que os do futuro estarão dispostos a cultivar rugas por causas semelhantes? Ou seja, trabalhar de verdade em troca das razões que os conduziram até seus postos?
Voltando às transformações da natureza, a coisa veio caminhando até agora, até noutro dia, quando começamos a perceber que o planeta está se sacudindo, talvez para tirar de cima de si uma cambada de parasitas, seres aparentemente sem cérebro, que nunca pararam para pensar que, num segundo, apenas num segundo, tudo pode acontecer de pior, tudo pode acabar. E que quem manda é a natureza, é o Universo, com seu único e pleno poder infinito. E quando assim concluímos, ficamos com a certeza de que este Homem, também criado pela Natureza, é um ser integrante dela, que pode ser bom na essência, mas que, na sua ambição de poder, de domínio, a suga sem dó nem piedade.
E, como não poderia deixar de ser, o resultado aí está. A poluição geral ambiental em ampla escala, espalhada pelo planeta. Em prol de um progresso intenso, sem medida, que já pode até ser questionado, brotam vazamentos de petróleo pelos mares, oceanos. Há muito já existem meios menos agressivos de se alcançar o progresso da humanidade. Os desmatamentos continuam pelas florestas e, quando se fala nisso, sempre se fala da nossa Amazônia tão cobiçada por muitos olhos estrangeiros pelo que conserva abaixo do seu solo. Isto sem mencionarmos o restante da merda que se faz e se espalha pelo mundo. A internet está aí e basta pesquisar nela própria, para se saber desses muitos horrores, em sites de confiança. Isto porque não dá para se confiar em emails que espalham anexos de terror pelo mundo.
Então, essa é a nossa vida hoje no planeta. A vida de todos os dias. Atual. Aquela que temos de encarar. Tenhamos nós um ano de vida, dez, vinte, cinqüenta, setenta ou cem. É fato que a vida humana está se prolongando. A ciência avançou para isso e talvez para que tenhamos de vivenciar por mais tempo todo esse processo negativo da vida. Sabemos também que há pessoas que não se ligam nisso e somente curtem o lado prazeroso do viver a vida. Bem, isto enquanto a vida humana ainda estiver suportável na face do planeta. Profeta do apocalipse? Não, isto quem viver mais para frente terá, não diria, o prazer de ver os acontecimentos que virão, se não houver um freio nisso tudo. Quem manda é a Natureza, nunca será demais pensar nisso, nem que seja por um minuto. O homem com sua inteligência, consegue ainda controlá-la em parte ou ainda calcular os prejuízos que ela nos causa em sua resposta mais do que justa. Afinal há a lei da física que diz: “a toda ação corresponde outra de mesma intensidade e em sentido contrário”. Por isso, todo cuidado é pouco com essas cusparadas que estamos dando no prato que comemos há séculos.
A montanha vai crescendo...
Noutro dia foi publicada uma notícia sobre recolhimento de lixo deixado por alpinistas lá no alto do monte Everest, na cordilheira do Himalaia. Esse lixo foi depositado a quase nove mil metros de altitude. Até então, sabíamos de gente que joga lata vazia de cerveja pela janela do carro, em plena rodovia ou em áreas urbanas, que joga papel no chão das ruas ou qualquer outra coisa, ou que tem a coragem e a clara falta de educação de poluir matas ou florestas com a sua “lixarada”.
Onde isto não acontece pelo planeta afora é porque ou existe um fiscal, um guarda até armado para proibir os abusos, ou porque o nível de educação da comunidade é mais elevado. Desde criancinha que as pessoas começaram a entender o que é cidadania.
Mas não vamos falar aqui do Brasil. Não agora, neste texto. Vamos para o alto do Everest. Lá sobem alpinistas do mundo inteiro, no seu intuito de atingir uma incrível meta. De colocar a bandeira do seu país lá no alto e seu nome nos anais desse esporte mundial.
E subindo, chegam lá certamente exaustos, pois não é moleza não alcançar quase nove quilômetros de altitude. È uma glória. Certamente é. Mas, coitado, cansados, eles começam a largar latas vazias de refrigerantes e de outras bebidas pelo chão da montanha. Largam restos de cordas e toda uma sorte de coisas das quais não vão precisar mais. A gente pode imaginar que, descer carregando um saco de lixo montanha abaixo, além das coisas que precisam, deve ser um sacrifício certamente. Mas, então, o que fazer? Ainda bem que não são milhões de alpinistas que se atrevem a escalar o Everest! Desse jeito, dos quase nove quilômetros de altitude, a montanha poderia crescer. E seria assim mais um “fenômeno” provocado pelo homem.
Na escalada ao Everest, segundo a notícia, o lixo vai sendo largado por todo o percurso que vai, claro, até o topo do monte. A sorte é que o gelo derreteu por conta do falado aquecimento do clima e voluntários do Tibet começaram a catar o lixo encontrado. Como lá é muito longe e muito alto, fica difícil contar a história em seus detalhes.
Onde isto não acontece pelo planeta afora é porque ou existe um fiscal, um guarda até armado para proibir os abusos, ou porque o nível de educação da comunidade é mais elevado. Desde criancinha que as pessoas começaram a entender o que é cidadania.
Mas não vamos falar aqui do Brasil. Não agora, neste texto. Vamos para o alto do Everest. Lá sobem alpinistas do mundo inteiro, no seu intuito de atingir uma incrível meta. De colocar a bandeira do seu país lá no alto e seu nome nos anais desse esporte mundial.
E subindo, chegam lá certamente exaustos, pois não é moleza não alcançar quase nove quilômetros de altitude. È uma glória. Certamente é. Mas, coitado, cansados, eles começam a largar latas vazias de refrigerantes e de outras bebidas pelo chão da montanha. Largam restos de cordas e toda uma sorte de coisas das quais não vão precisar mais. A gente pode imaginar que, descer carregando um saco de lixo montanha abaixo, além das coisas que precisam, deve ser um sacrifício certamente. Mas, então, o que fazer? Ainda bem que não são milhões de alpinistas que se atrevem a escalar o Everest! Desse jeito, dos quase nove quilômetros de altitude, a montanha poderia crescer. E seria assim mais um “fenômeno” provocado pelo homem.
Na escalada ao Everest, segundo a notícia, o lixo vai sendo largado por todo o percurso que vai, claro, até o topo do monte. A sorte é que o gelo derreteu por conta do falado aquecimento do clima e voluntários do Tibet começaram a catar o lixo encontrado. Como lá é muito longe e muito alto, fica difícil contar a história em seus detalhes.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Uma Copa globalizada ou Explicar o Quê?
Tantas fichas apostadas que se foram pelo ralo. De tanto amarelo, o Brasil amarelou. Voltou a seleção brasileira de futebol, quieta, calada, escondida pelos bastidores do Galeão e de Cumbica. Foi ainda aplaudida por uns e vaiada e xingada por outros. O técnico Dunga dançou, via Confederação Brasileira de Futebol – a CBF, mesmo com uma quase ligeira intenção de continuar à frente do futebol nacional para os próximos eventos internacionais. O Brasil que por muitos meses acreditou, acabou em choro. De nada adiantaram as mandingas positivas, as velas, as orações, a torcida ferrenha e passional do povo brasileiro. O desejo de alguns para a consecução de interesses. Depois da Holanda, a cerveja só serviu para o afogamento das mágoas e a tentativa de um esquecimento. Agora só resta esperar 2014, no Brasil, para o tão sonhado e desejado hexacampeonato mundial de futebol. Porém, que esse fervoroso patriotismo não tenha que esperar quatro anos para se manifestar novamente.
No meio da nuvem negra que se abateu sobre o Brasil, naquele início de tarde do dia 02 deste mês, um garotinho de Brasília, por volta dos seus 12 anos de idade, disse uma coisa correta, do alto de sua sabedoria infantil, durante uma ligeira entrevista a uma emissora de TV. Foi mais ou menos assim: “a seleção brasileira não pode ganhar sempre, um dia acontece de perder”.
Ora, isso mesmo. A cultura brasileira, secularmente passional em torno do futebol da terrinha, tem que aprender que, num dia, é chegada a hora de perder. Na verdade, aquele verso contido numa música criada por ocasião da primeira vitória do Brasil em Copa do Mundo, em 1958, disputada na Suécia, já ficou para trás no tempo e no espaço. Ela dizia logo de saída: “A Taça do Mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa...”.
E assim, parece que, com essa música, foi injetada na cultura popular, a idéia da invencibilidade do nosso futebol diante do resto do mundo. Era a primeira vez que um país sul americano levantava a taça da Copa do Mundo em solo europeu. Posteriormente, em 1970, com outra vitória do Brasil na Copa do México, que o fez tricampeão e dono definitivo da taça Jules Rimet, outra música – o “Pra Frente Brasil”, criada no auge da ditadura militar, servia como alento no emocional do povo brasileiro. Com isso, o tempo foi passando e parece que não prestamos muita atenção às várias transformações por que passou o mundo (quantas vezes ele girou em torno de si mesmo e do sol), bem como parece que não observamos bem as imensas mudanças sofridas também pelo próprio futebol brasileiro e o internacional. Em resumo, a famosa globalização chegou, em decorrência dos avanços tecnológicos da comunicação mundial e nem vamos aqui mencionar os efeitos velozes da utilização da internet nos últimos anos. Do mesmo modo que nós, brasileiros, absorvemos inúmeros hábitos, comportamentos, modismos, bons ou ruins, oriundos de outros países, esses obviamente também absorveram coisas até então mais comuns de se ver e observar na comunidade latina americana.
E com o futebol não foi diferente. Do instante em que vencemos a Copa do Mundo pela primeira vez, com o futebol “raça” e muito mais patriótico do que os mais recentes, nossa fama de “País do Futebol” circulou pelo planeta. E, a partir de então, quem apenas acompanhou o desenrolar dos fatos ligados a esse esporte, pode deduzir o que veio acontecendo de lá para cá. As pessoas que mais entendem desse esporte têm que admitir que nossos melhores jogadores, que foram surgindo, logo passaram aos times internacionais, da Europa e de outras partes do mundo, por conta de contratos milionários. E assim, também nossos grandes técnicos desse esporte, também não resistiram aos convites do exterior. Não podemos esquecer quantos de nossos times nacionais faliram ou quase, nesse meio tempo, bem como dificuldades financeiras por que passaram. Não fica, pois, muito difícil compreender a evasão de profissionais do esporte para fora do Brasil. Até os Estados Unidos e o Japão, países sem tradição de futebol, passaram a figurar nos jogos da Copa do Mundo. Nada de se estranhar. E o troca troca, e as transformações mundiais que já falamos e por que passamos? Talvez, por tudo isso, atualmente, com brasileiro já há quem possa.
Mas, alguém poderia perguntar, a culpa por perdermos esta Copa na África do Sul seria por conta disso? Não exatamente. Não somente por conta disso, desse troca troca inevitável via globalização. A perda da conquista de um hexacampeonato nesta Copa não seria apenas por conta disso. Obviamente, há muito mais coisa envolvida nos bastidores desse esporte, até porque os jogadores convocados por Dunga são tidos e reconhecidos entre os melhores do futebol mundial.
Todavia, no futebol mundial há também inúmeras figuras ilustres e famosas por suas técnicas e desempenho em campo. Mais uma vez, efeitos da globalização. Globalização essa que envolveu, envolve e envolverá por muito tempo, vaidades, políticas inimagináveis ao torcedor comum. Muitos euros e dólares rolaram junto com as bolas em campo. A possibilidade de que o antigo futebol “arte” do Brasil tenha dado lugar ao bom futebol do “quem paga mais” ou do “quem dá mais”, não fica assim tão impossível. A raça de se jogar e a luta que se via pela camisa do Brasil, nas primeiras vitórias que tivemos em Copas do Mundo, parecem ter caído por terra. Patriotismo (risos)? Bem, a gente gosta do Brasil, mas viver feito rei em Madri, Barcelona, Milão ou noutro lugar do mundo, perdão, Brasil, mas deve ser bem melhor. Principalmente para quem teve um início de vida duro, em comunidades carentes por esse Brasil afora. Do mesmo modo, deve ser complicado formar uma verdadeira equipe de futebol, unida e disposta a lutar, no caso pelo Brasil, com tantas coisas, que nem conseguimos imaginar, passando pelas cabeças desses ídolos, que, na verdade, já são ídolos de espanhóis, italianos, árabes e de outras variadas nacionalidades.
Com tudo isso, pode nos restar um pequeno, mas talvez grande consolo. Que no atual futebol de outros países, devem acontecer coisas semelhantes. Ah, se pudéssemos mergulhar de cabeça nos bastidores da FIFA – Federação Internacional de Futebol. Afinal, além do fator globalização, lidamos com seres humanos, que, na essência, tem reações semelhantes sejam aqui, ali ou acolá, resguardadas apenas algumas diferenças culturais.
No meio da nuvem negra que se abateu sobre o Brasil, naquele início de tarde do dia 02 deste mês, um garotinho de Brasília, por volta dos seus 12 anos de idade, disse uma coisa correta, do alto de sua sabedoria infantil, durante uma ligeira entrevista a uma emissora de TV. Foi mais ou menos assim: “a seleção brasileira não pode ganhar sempre, um dia acontece de perder”.
Ora, isso mesmo. A cultura brasileira, secularmente passional em torno do futebol da terrinha, tem que aprender que, num dia, é chegada a hora de perder. Na verdade, aquele verso contido numa música criada por ocasião da primeira vitória do Brasil em Copa do Mundo, em 1958, disputada na Suécia, já ficou para trás no tempo e no espaço. Ela dizia logo de saída: “A Taça do Mundo é nossa, com brasileiro não há quem possa...”.
E assim, parece que, com essa música, foi injetada na cultura popular, a idéia da invencibilidade do nosso futebol diante do resto do mundo. Era a primeira vez que um país sul americano levantava a taça da Copa do Mundo em solo europeu. Posteriormente, em 1970, com outra vitória do Brasil na Copa do México, que o fez tricampeão e dono definitivo da taça Jules Rimet, outra música – o “Pra Frente Brasil”, criada no auge da ditadura militar, servia como alento no emocional do povo brasileiro. Com isso, o tempo foi passando e parece que não prestamos muita atenção às várias transformações por que passou o mundo (quantas vezes ele girou em torno de si mesmo e do sol), bem como parece que não observamos bem as imensas mudanças sofridas também pelo próprio futebol brasileiro e o internacional. Em resumo, a famosa globalização chegou, em decorrência dos avanços tecnológicos da comunicação mundial e nem vamos aqui mencionar os efeitos velozes da utilização da internet nos últimos anos. Do mesmo modo que nós, brasileiros, absorvemos inúmeros hábitos, comportamentos, modismos, bons ou ruins, oriundos de outros países, esses obviamente também absorveram coisas até então mais comuns de se ver e observar na comunidade latina americana.
E com o futebol não foi diferente. Do instante em que vencemos a Copa do Mundo pela primeira vez, com o futebol “raça” e muito mais patriótico do que os mais recentes, nossa fama de “País do Futebol” circulou pelo planeta. E, a partir de então, quem apenas acompanhou o desenrolar dos fatos ligados a esse esporte, pode deduzir o que veio acontecendo de lá para cá. As pessoas que mais entendem desse esporte têm que admitir que nossos melhores jogadores, que foram surgindo, logo passaram aos times internacionais, da Europa e de outras partes do mundo, por conta de contratos milionários. E assim, também nossos grandes técnicos desse esporte, também não resistiram aos convites do exterior. Não podemos esquecer quantos de nossos times nacionais faliram ou quase, nesse meio tempo, bem como dificuldades financeiras por que passaram. Não fica, pois, muito difícil compreender a evasão de profissionais do esporte para fora do Brasil. Até os Estados Unidos e o Japão, países sem tradição de futebol, passaram a figurar nos jogos da Copa do Mundo. Nada de se estranhar. E o troca troca, e as transformações mundiais que já falamos e por que passamos? Talvez, por tudo isso, atualmente, com brasileiro já há quem possa.
Mas, alguém poderia perguntar, a culpa por perdermos esta Copa na África do Sul seria por conta disso? Não exatamente. Não somente por conta disso, desse troca troca inevitável via globalização. A perda da conquista de um hexacampeonato nesta Copa não seria apenas por conta disso. Obviamente, há muito mais coisa envolvida nos bastidores desse esporte, até porque os jogadores convocados por Dunga são tidos e reconhecidos entre os melhores do futebol mundial.
Todavia, no futebol mundial há também inúmeras figuras ilustres e famosas por suas técnicas e desempenho em campo. Mais uma vez, efeitos da globalização. Globalização essa que envolveu, envolve e envolverá por muito tempo, vaidades, políticas inimagináveis ao torcedor comum. Muitos euros e dólares rolaram junto com as bolas em campo. A possibilidade de que o antigo futebol “arte” do Brasil tenha dado lugar ao bom futebol do “quem paga mais” ou do “quem dá mais”, não fica assim tão impossível. A raça de se jogar e a luta que se via pela camisa do Brasil, nas primeiras vitórias que tivemos em Copas do Mundo, parecem ter caído por terra. Patriotismo (risos)? Bem, a gente gosta do Brasil, mas viver feito rei em Madri, Barcelona, Milão ou noutro lugar do mundo, perdão, Brasil, mas deve ser bem melhor. Principalmente para quem teve um início de vida duro, em comunidades carentes por esse Brasil afora. Do mesmo modo, deve ser complicado formar uma verdadeira equipe de futebol, unida e disposta a lutar, no caso pelo Brasil, com tantas coisas, que nem conseguimos imaginar, passando pelas cabeças desses ídolos, que, na verdade, já são ídolos de espanhóis, italianos, árabes e de outras variadas nacionalidades.
Com tudo isso, pode nos restar um pequeno, mas talvez grande consolo. Que no atual futebol de outros países, devem acontecer coisas semelhantes. Ah, se pudéssemos mergulhar de cabeça nos bastidores da FIFA – Federação Internacional de Futebol. Afinal, além do fator globalização, lidamos com seres humanos, que, na essência, tem reações semelhantes sejam aqui, ali ou acolá, resguardadas apenas algumas diferenças culturais.
Mentes Sanas ou Insanas?
Alguns valores morais e éticos deste mundo, também parecem ter passado por grandes modificações. Compreensível? Alguns dirão, talvez.
Tempos atrás, norteando as atividades esportivas, havia uma frase em latim que dizia, "Mens sana in corpore sano". Ou seja, mais do que uma mente sadia em corpo sadio, a expressão latina queria traduzir muito mais coisas que podem resultar num comportamento humano digno e respeitoso.
Infelizmente, nesta Copa do Mundo, na África do Sul, muita gente pode ver in loco ou pela televisão, comportamentos estranhos de jogadores de futebol em campo, ou mesmo de pessoas ligadas ao esporte, que mais estavam para mentes insanas do que para a antiga expressão do latim. Quem prestou muita atenção ao desenrolar dos jogos, pode confirmar isto.
Tempos atrás, norteando as atividades esportivas, havia uma frase em latim que dizia, "Mens sana in corpore sano". Ou seja, mais do que uma mente sadia em corpo sadio, a expressão latina queria traduzir muito mais coisas que podem resultar num comportamento humano digno e respeitoso.
Infelizmente, nesta Copa do Mundo, na África do Sul, muita gente pode ver in loco ou pela televisão, comportamentos estranhos de jogadores de futebol em campo, ou mesmo de pessoas ligadas ao esporte, que mais estavam para mentes insanas do que para a antiga expressão do latim. Quem prestou muita atenção ao desenrolar dos jogos, pode confirmar isto.
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