As transformações pelo mundo afora estão evidentes. E rápidas. De todos os tipos, culturais, sociais, tecnológicas, científicas e, porque não, as da natureza, que obedecem, sobretudo, às leis universais tão distantes dos Homens com suas inúmeras leis terrenas. Sempre ouvimos dizer que cada coisa tem a sua época e isto é uma verdade, “doa a quem doer”, como disse certa vez uma autoridade deste País. Ou seja, nascemos numa época e, logo em seguida, tudo começa a ficar diferente daquilo que nos acostumamos a ouvir e ver quando chegamos por aqui. São as transformações permanentes, que temos de encarar mesmo que não as aceitemos, quando algumas delas modificam os melhores valores que até então consideramos para a vida. Todo ser que viver muito vai passar por essa experiência.
Como dizem os espanhóis, “Es lo que hay”, quando isto acontece. Temos assim que conviver com essa transformação cultural, senão ficamos para trás ou vem o sofrimento, que pode amedrontar as pessoas ou fazer com que comecemos a achar a vida uma bosta ou coisa parecida.
E a vida seguramente não é uma bosta. É boa demais, embora dê um tanto de trabalho e planejamento para ser bem vivida. E talvez este pudesse ser o melhor dos trabalhos que poderíamos executar sobre a face da Terra enquanto vivos.
Uma coisa é certa. O Homem só não conseguiu dominar a natureza e tudo indica que nunca irá conseguir. É verdade que a inteligência humana deu rápidos saltos para o progresso da vida humana. Um exemplo? Basta observar a velocidade da comunicação humana, que, mesmo muito rápida hoje se comparada apenas com a do início do século 20 ou do 19, pode ser usada para o bem ou para o mal. Depende então do livre arbítrio de cada um para usá-la. Mas, voltando a falar do domínio do Homem sobre a natureza, é óbvio que isto está fora de cogitação por parte do Universo que nos envolve. Quer dizer, isto não impede que muita gente acredite que será possível isto acontecer.
Das milhões de mudanças gerais, transformações que aconteceram recentemente pelo mundo e das que ainda continuam a acontecer, vamos olhar ligeiramente para o nosso País, no sentido das mudanças climáticas e fenômenos naturais que antes não ocorriam ou, se ocorriam, ninguém ficava sabendo.
Agora, por exemplo, estamos em pleno inverno, que, antes, era uma estação de chuvas permanentes e fracas, aqui e acolá por todo o país. De um frio maior especialmente em regiões altas ou nos Estados do sul. Não cabe aqui analisar se as mudanças foram gradativas ou abruptas. O fato é que hoje, nesse período de inverno, ouvimos todos os dias falar de tempestades violentas que destroem cidades e zonas rurais, tornados, até tornados que antes nunca sabíamos da ocorrência em solo brasileiro. Até então, voltando uns anos no tempo, dizia-se que o Brasil era um país abençoado até pela natureza, um país de clima tropical onde as chuvas mais fortes aconteciam lá pela floresta amazônica. Isoladamente, algumas chuvas pelo Rio de Janeiro ou noutras regiões, faziam encostas de morros deslizarem, causando mortes e destruição. Mas, certamente isso não era pelo clima, porém pelo desmatamento que o ser humano veio causando de norte a sul em nosso território.
Enfim, o Brasil era um “país abençoado por Deus”, o país tropical que na segunda metade do século 20 foi cantado por Wilson Simonal, que, os que ainda vivem, devem se lembrar. Se não lembram é porque tudo acontece rapidamente hoje e são montanhas de acontecimentos que invadem nossas casas diariamente.
Pois bem, esse País certamente não é mais o mesmo em termos de natureza. Até tremores de terra já ocorrem no nordeste, já são sentidos no centro de São Paulo e noutros lugares. Isto porque sempre ouvimos dizer que aqui nunca aconteceriam terremotos. Bem, vamos torcer que eles não venham mesmo.
Estas transformações de cunho natural não são privilégio do Brasil. Estão ocorrendo velozmente pelo mundo afora. E disto nossos senhores políticos não podem ser culpados até certo ponto. Até certo ponto sim e não se fala aqui dos atuais políticos somente, mas de todos, os passados e os presentes, que, nunca cultivaram umas rugas em suas prezadas faces, na produção e execução de medidas preventivas que elevassem a qualidade de vida de todos nós. Será que os do futuro estarão dispostos a cultivar rugas por causas semelhantes? Ou seja, trabalhar de verdade em troca das razões que os conduziram até seus postos?
Voltando às transformações da natureza, a coisa veio caminhando até agora, até noutro dia, quando começamos a perceber que o planeta está se sacudindo, talvez para tirar de cima de si uma cambada de parasitas, seres aparentemente sem cérebro, que nunca pararam para pensar que, num segundo, apenas num segundo, tudo pode acontecer de pior, tudo pode acabar. E que quem manda é a natureza, é o Universo, com seu único e pleno poder infinito. E quando assim concluímos, ficamos com a certeza de que este Homem, também criado pela Natureza, é um ser integrante dela, que pode ser bom na essência, mas que, na sua ambição de poder, de domínio, a suga sem dó nem piedade.
E, como não poderia deixar de ser, o resultado aí está. A poluição geral ambiental em ampla escala, espalhada pelo planeta. Em prol de um progresso intenso, sem medida, que já pode até ser questionado, brotam vazamentos de petróleo pelos mares, oceanos. Há muito já existem meios menos agressivos de se alcançar o progresso da humanidade. Os desmatamentos continuam pelas florestas e, quando se fala nisso, sempre se fala da nossa Amazônia tão cobiçada por muitos olhos estrangeiros pelo que conserva abaixo do seu solo. Isto sem mencionarmos o restante da merda que se faz e se espalha pelo mundo. A internet está aí e basta pesquisar nela própria, para se saber desses muitos horrores, em sites de confiança. Isto porque não dá para se confiar em emails que espalham anexos de terror pelo mundo.
Então, essa é a nossa vida hoje no planeta. A vida de todos os dias. Atual. Aquela que temos de encarar. Tenhamos nós um ano de vida, dez, vinte, cinqüenta, setenta ou cem. É fato que a vida humana está se prolongando. A ciência avançou para isso e talvez para que tenhamos de vivenciar por mais tempo todo esse processo negativo da vida. Sabemos também que há pessoas que não se ligam nisso e somente curtem o lado prazeroso do viver a vida. Bem, isto enquanto a vida humana ainda estiver suportável na face do planeta. Profeta do apocalipse? Não, isto quem viver mais para frente terá, não diria, o prazer de ver os acontecimentos que virão, se não houver um freio nisso tudo. Quem manda é a Natureza, nunca será demais pensar nisso, nem que seja por um minuto. O homem com sua inteligência, consegue ainda controlá-la em parte ou ainda calcular os prejuízos que ela nos causa em sua resposta mais do que justa. Afinal há a lei da física que diz: “a toda ação corresponde outra de mesma intensidade e em sentido contrário”. Por isso, todo cuidado é pouco com essas cusparadas que estamos dando no prato que comemos há séculos.
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