As pessoas, que estão sempre envolvidas ou “supostamente envolvidas” com crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa ou passiva, desvio e não “roubo” de dinheiro público, aparentam sempre a maior tranqüilidade quando questionadas pela imprensa em entrevistas que as tornam verdadeiras “celebridades”. Geralmente sorriem, afirmam-se inocentes ou perseguidas politicamente, obtêm imediatamente os famosos hábeas corpus. Alguns advogados também se tornam “famosos” por resolver coisas para seus clientes, que, de outro modo, seriam talvez insolúveis. Enfim, paira sempre a tranqüilidade. Quando a gente vê ou ouve pelo noticiário, que alguém engravatado foi preso, já fica logo a certeza que daí a pouco uma névoa de tranqüilidade o tornará um feliz liberto para usufruir as boas coisas da vida.
Mas, “c’est la vie”. Quem poderá mudar esse estado de coisas? Já entendo profundamente o sentido da palavra utopia.
Quem se descabela, fica nervoso, é pobre, é o honesto consigo mesmo, é aquele cidadão que lutou e luta pela vida para ter um lugar ao sol neste mundo moderno de acirradas competições. E aqui não falo dos miseráveis, dos que há muito nunca tiveram uma mínima chance.
Muita gente junta, querendo muita coisa ao mesmo tempo. Mil contas a pagar, correndo no tráfego para chegar aos dois ou três empregos para sobreviver. Intranqüilos, mas tendo que aparentar toda a segurança do mundo para não contaminar os ambientes. Tranqüilos mesmo só os que acumulam continhas nos paraísos fiscais. Uma garantia que os faz sorrir sempre, mesmo que haja um dia uma implosão geral. E se isto ocorrer, que haja aviões e pistas para decolagem. Querem um exemplo vivo e recente? A extradição do Salvatore Cacciola para a justiça brasileira. O sorriso dele é de quem tem a certeza de que suas asas nunca foram cortadas para voar.
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