sábado, 13 de setembro de 2008

Acredite se quiser, você decide...

(obra maravilhosa do cerrado)
Li hoje, no noticiário pela internet, que o nosso Presidente afirmou em evento, no Rio de Janeiro, que o Brasil “está vivendo um momento maravilhoso”. Em seguida, ouvi em noticiário da Rádio Nacional de Brasília, que a classe média brasileira já atingiu a metade da nossa população, através de uma pesquisa realizada, não me lembro por que entidade. Ou seja, quase 90 milhões de pessoas já devem ter uma renda condizente com essa classe, devem possuir casa e carro próprios, além de ter boa escolaridade e outros atributos que fazem com que vivam uma vida tranqüila e com conforto mínimo.
Não sei, deu-me a impressão que está na hora de se rever urgentemente os conceitos relativos a uma classificação social dessa natureza. Ou então, criar-se um coral para que, nesses momentos ufanistas, possa gritar: “Menos, menos, menos!” Obviamente, essa classe média brasileira não tem nada a ver com a classe média de países do chamado primeiro mundo. Continuo pensando em 90 milhões de seres com vida equilibrada, filhos na escola, poupança no banco, etc. Gostaria dos parâmetros de quem efetuou a pesquisa. De repente a análise foi feita levando-se em conta países da África, alguns da própria América do Sul e outros da Ásia, como por exemplo, a Índia.
Por outro lado, o “momento maravilhoso” que vivemos, talvez seja por conta da descoberta de grandes jazidas de petróleo, seis quilômetros abaixo da superfície do oceano e debaixo da camada do pré-sal, e ainda por outras coisas que o governo tem anunciado como melhorias para a população. Todavia, tenho escutado também muita gente falando que o Brasil está melhorando muito. Tudo bem, não vou querer e não sou pessimista, mas seria bom que essas pessoas explicassem onde e como. Eu não estou querendo contestar. Estou querendo acreditar neste País. De verdade, porque já vi muita gente que acreditou, morrer acreditando.
No dia a dia, na prática, torna-se complicado o crédito a tais afirmativas, quando passamos nas portas de hospitais e observamos que o Sistema Único de Saúde não dá conta de atender aos milhares de sofredores que querem atendimento diariamente. Não dá para se entender o porque, pelo menos as nossas principais rodovias não oferecem o conforto e a segurança necessária ao tráfego intenso sobre elas. Já sei até a explicação: “nossa malha rodoviária é extensa demais, os investimentos necessários são altíssimos”, etc, etc. E aí a solução que melhora um pouco é privatizar o sistema rodoviário e cobrar pedágio aos interessados em passar pelas estradas.
Queria acreditar mesmo que tudo está caminhando para o maravilhoso. Mas sou meio São Tomé, que só acredita vendo ou em alguém que mate a cobra e mostre o pau. Não confundir com outras coisas. Pau aí apenas representa algo concreto, visível a olho nu, real. Enquanto isso, momento maravilhoso mesmo foi o que flagrei com a minha câmera hoje ao final da tarde. Uma flor do cerrado, com toda a seca que Brasília está atravessando nos últimos dias, desabrochou e se mostrou verdadeiramente maravilhosa. Isto sim é puro, verdadeiro, maravilhoso.

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