O dia a dia de todos nós. Os fatos que ocorrem. O exercício da cidadania. A qualidade das relações humanas. Educação, que gera respeito para que o cidadão exija seus direitos e cumpra seus deveres.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
A FELICIDADE DO NATAL
Apesar dos pesares, não sejamos do contra. Acreditemos ou pelo menos vamos fingir que acreditamos, já que a época é natalina, de confraternização. Confraternização da paz talvez de um só dia no ano, em que o clima de festa nos faz esquecer os demais 364 dias de batalha pela sobrevivência num ambiente poucas vezes favorável.
É a luta diária pelo transporte que nos leva ao trabalho. É a decepção quando chegamos à porta de um hospital em busca de um atendimento digno. É a violência urbana em todas as suas modalidades. É a visão constante de imagens e textos que apontam para a comilança do dinheiro público exagerada. Sim, porque já se comporta como exagero a troca de favores entre amigos de diversos níveis, que culmina com o desvio do dinheiro da Nação dos seus verdadeiros propósitos, como o asfalto em estradas, o número adequado de leitos e equipamentos em hospitais, o ensino eficaz para que se faça a luz na cabeça de milhões de irmãos, entre outras coisas.
Diante de alguns países que desenvolveram suas culturas com base numa educação aprimorada e nos melhores valores humanos, morais e éticos, ainda estamos muito atrasados. Isso podemos até saber, mas talvez não damos a devida importância e quantas vezes ressaltamos somente as porcarias desses mesmos países. O que é de se lamentar.
Estamos mergulhados e quase acostumados aos meandros da corrupção humana. Pelo menos é o que parece, quando lemos os nossos jornais ou ligamos nossos aparelhos de TV. Todavia, segundo sempre afirmam os suspeitos ou denunciados envolvidos nessa área, tudo não passa de armações, de montagens feitas por adversários políticos, de invencionices dos nossos ilustres jornalistas nacionais. O texto ainda é o mesmo, velho, de muitos anos atrás.
Então, o que fazer? O de sempre? Fechar os olhos, esquecer, beber o vinho do Natal, comer a rabanada, o peru assado? Brindar com champanhe ou espumante mais barato a chegada do Novo Ano cheio das esperanças? Depois esperar pelo Carnaval, Semana Santa, Feriado de Corpus Christi, Dia dos Namorados, Festas Juninas, Copa do Mundo na África do Sul, Dia das Crianças, Feriadões e novamente o final de 2010? Talvez seja melhor deixar rolar tudo mesmo. Pelo menos assim talvez possamos conquistar pequenos momentos de felicidades particulares.
Essa não é obviamente uma mensagem de final de ano. Seria tremendamente negativo desejar uma mensagem dessas às pessoas que agora já estão envolvidas no corre e compra para os festejos de final de ano. Uma mensagem feliz para um final de ano tem que conter palavras que animem, que criem esperanças e que apontem para um mundo maravilhoso que está por vir, caindo de bandeja aos nossos pés. Tem que ser uma mensagem oriunda do Paraíso em que, para aqueles que ainda acreditam em Papai Noel, o bondoso velhinho venha rodeado de anjinhos azulados com asas brancas tal qual a pureza dos hipócritas corações humanos, trazendo no seu saquinho uma montoeira de presentes para todos os que se comportaram direitinho o ano inteiro.
De qualquer modo, o que dizer então, o que transmitir? Tenham todos, um Natal infeliz?
Claro que não. Então, que todos mergulhemos no clima natalino e de passagem para mais um novo período, fechemos os olhos e peçamos de verdade a transformação do mundo para melhor. Pela redução ou extinção das hipocrisias, das ilusões falsas, das promessas enganosas, das artimanhas e falcatruas esquisitas que suavemente vão eliminando o direito a uma vida verdadeiramente melhor. Uma prece que seja forte o suficiente para restaurar o coração e a dignidade dos homens sobre a Terra.
Esquecer as coisas ruins, que ocorrem sutilmente e que apenas os mais atentos conseguem enxergar, pode acontecer mesmo, desde que os bons ventos dos melhores valores humanos voltem a soprar.
Do contrário, tudo não passará de atos e fatos repetidos periodicamente. E desse modo ficará a pergunta no ar: “até quando?”
Mesmo assim, seguirá a mensagem deste blog, de modo comum, o mais simples possível: TENHAM TODOS UM FELIZ NATAL, na medida em que cada um puder conseguir ter essa noite de magia verdadeiramente de felicidade. E felicidade é coisa muito pessoal. É de fato um esforço individual de conquista. “Hoje será um novo dia, de um novo tempo”, se lutarmos para isso. Até 2010. (plim plim)
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Um dia a casa cai
Depois, não adianta aparecer com a cara deslavada, de pau, dizendo que "as imagens não provam por si mesmas" o fato indecente e que serão necessárias milhares de reuniões e comissões de investigação, geralmente compostas por gente que não pode sentar com o "rabo" perto do braseiro.
Ora, a internet hoje, por si só, já é um tremendo meio de comunicação. Mal estoura um escândalo, desses à moda brasileira, que já sabemos o início, o meio e como vão terminar, o povo corre para seus computadores e cria. Cria sátiras, gozações sobre o evento podre, piadas e também repassa, aos emails de suas agendas, outra série de fatos escusos complementares, denunciados não se sabe por quem.
Enfim, atualmente, essa imensa categoria suja, de políticos e governantes nacionais, precisa pisar no freio um pouco que seja. São inteligentes em seus esquemas de se apropriar do dinheiro público, mas esquecem da velocidade vertiginosa da mídia moderna. O que os "salva" de certo modo, ainda é aquela característica cultural da cara de pau diante de uma podridão descoberta, que sempre os deixa "indignados" perante tamanha capacidade da imprensa em "distorcer os fatos e montar vídeos falsos".
A gente pode também imaginar que esses cidadãos, de certo modo, não têm sossego. Será que conseguem dormir bem a noite toda? Ou passam a noite pensando naquela fileira de homens e mulheres envolvidos em seus esquemas e "esquemões", de carregar malas de dinheiro, enfiar dinheiro em meias e cuecas e as damas, quiçá, em suas calcinhas, desde que não usem os modernos fios dentais? Sim, porque para essa intensa e já comum distribuição do nosso dinheiro público, há que se ter muita gente envolvida, muita gente que se vende até por pouco mesmo, muita gente que não gosta do trabalho produtivo sadio e se encosta nesses esquemas em que o dinheiro caminha mais fácil em suas direções. Ao mesmo tempo, essa teia é perigosa, pois tanta gente envolvida faz com que imensos terremotos humanos ocorram quando um ou dois são pegos no flagra fazendo tanta sujeira. É como se um imenso poço subterrâneo explodisse, jorrando não o petróleo, essa riqueza natural, mas volumes enormes de merda sobre a terra. E aí, quando isso ocorre, não há outra forma a não ser lavar a cara de pau e caminhar sobre a lama fétida orgânica com a postura de um ser supremo. Isto só acontece porque há muita gente por aqui mais do que acostumada a viver atolada no meio dessa merda toda.
Falando sério, mesmo que tudo ainda continue como a gente sabe que costuma a ser no Brasil, ou seja, consigam costurar essa monstruosa teia de ação entre amigos, o bom é que já fica um pouco evidente que o povo já está começando a enxergar, embora ainda existam milhões de ignorantes cegos e crédulos no que pregam as vozes da podridão nacional. Resta então a esperança de que possam existir, no meio desse vendaval na zona, pessoas, políticos que não estejam com o sangue envenenado pelos vírus de "mensalões" e outras bactérias oriundas das trevas. Será que existem? Não percamos a esperança, mesmo que esses ainda estejam por nascer em solo pátrio.
A imprensa brasileira poderia fazer matérias mais esclarecedoras ao povo, por exemplo, mostrando os inúmeros prejuízos que sofremos quando o dinheiro público é levado dentro de cuecas, meias e malas. Levados para os caixas dois de partidos políticos, para construção de mansões por aqui e no exterior, compra de apartamentos e belos carros novinhos ou contas bancárias em paraísos fiscais no exterior. Somos levados a pensar, só por um instante, quando em Brasília podemos apreciar toda aquela frota de veículos nacionais e importados, sempre reluzentes em suas latarias e irremediavelmente sempre com a data do ano atual, a desfilar pelas largas avenidas da cidade. Sim, só por um instante, porque depois temos que nos voltar para nossas vidas e pensar como fazer para pagar essa carga tributária brasileira imensa anual, que depois, nesse ciclo vicioso sem vergonha, será desviada pelos esquemas brabos em meio à intimidade genital dos nossos eleitos.
E, em meio a tal intimidade, os inúmeros pacotes de dinheiro reduzem os leitos em hospitais brasileiros, a educação nas escolas, os salários de professores, o asfalto em nossas estradas, o alimento em nossa mesa, isso apenas para citar alguns dos milhares de itens que nos são lesados a cada ato indecente do tipo dos milhares que ocorrem certamente em todas as esferas do setor público do País.
Portanto, só nos resta esperar o futuro. Esperar que as mentes brasileiras se abram para o esclarecimento da verdade, que os ignorantes desse estado de coisas o deixem de ser, que os crédulos não sejam tanto assim e que, sobretudo, todos os nossos milhões de irmãos não se deixem enganar por esse bando de vampiros do suor de um povo. Há um ditado que diz: "um dia a casa cai", principalmente quando os alicerces são feitos com lama, para o desvio do material apropriado. E essa casa vai cair. Quem viver, verá.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
A corrida e a raiva
O motorista vem com seu carrinho e dá sinal que vai entrar na garagem de um prédio. Obviamente ele reduz a velocidade e ficou evidente que ele fez a sinalização adequada. Todavia, os motoristas que vêm atrás se irritam. Buzinam, dão com a mão para fora dos seus carros. A hora, por volta das 8 da manhã. Todos apressados para ganhar o pão de cada dia. Todos certamente não acordaram num tempo adequado para sair e enfrentar o mundo lá fora. Todos estão estressados e engarrafados.
Mas, por que aquele cidadão tinha logo que diminuir sua marcha para entrar na garagem daquele edifício? Porra, atrapalhando todo mundo! Ele que fosse em frente, largasse seu carro em qualquer lugar, desse a volta no quarteirão, mas, em hipótese nenhuma provocasse uma redução repentina do movimento de tráfego naquela rua. Afinal, não seria possível, num caso desses, em que um idiota tenta entrar no edifício em que mora e atrapalha o tráfego, passar a qualquer custo por outro lugar, subir na calçada, ou desviar daquele infeliz de merda que reteve o tráfego.
Pois assim é o cotidiano da vida em nossas cidades, onde todo mundo está correndo, muitos até sem saber exatamente o porquê. Muitas das vezes porque vêm os outros correndo ou porque disseram que a vida na cidade grande tem que ser assim, não se pode perder tempo. No que perdeu tempo para chegar alucinado aonde se vai, pode já encontrar outro, que correu mais, sentado em seu lugar.
Felizes então aqueles que se livram dessa loucura ou conseguem conviver na maior paz com essa doença metropolitana.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
2012 - seria uma solução para o planeta?
Como toda produção norte americana de filmes do gênero, 2012 apresenta incríveis efeitos especiais para mostrar o cataclisma final do mundo, com gigantescas erupções vulcânicas em diversos pontos do solo terrestre, bem como terremotos assustadores e tsunamis jamais vistas até hoje. Pela ficção, em 2012 a configuração atual dos continentes e mares será totalmente modificada, após a destruição total de todos os países do planeta. Os oceanos e mares terão seus niveis elevados e o continente africano, por exemplo, terá superfície elevada milhares de metros em relação ao que atualmente conhecemos. Uma amostragem da espécie humana, que pode pagar bilhões de euros por um lugar numa das poucas naves especialmente construídas (tipo Arca de Noé moderna), sobreviverá para dar início ao ano 0001 de um novo calendário.
Afora os efeitos especiais de imagem e som, o filme também apresenta aqueles eternos defeitos tradicionais dos filmes do gênero produzidos em Hollywood. Ou seja, o pequeno grupo de pessoas que consegue embarcar naquelas naves computadorizadas, enfrenta todo o tipo de obstáculos horrendos durante o cataclisma, mas, sempre consegue se safar. Saem ilesos a todas aquelas explosões, gases quentíssimos que saem do ventre da Terra, afundamento e rachaduras imensas no solo e todas as situações que, se reais, não dariam a mínima chance de sobrevivência. É onde o cinema de Hollywood falha na medida em que teima em fazer de bobos o restante do mundo, em querer enfiar na cabeça dos outros que os norte americanos são de um heroísmo a toda prova e, sobretudo, pessoas indestrutíveis e que comandam sempre as decisões mundiais. Tirando essa mania cinematográfica de lado, 2012 não deixa de ser um passatempo catastrófico e tenta alertar as pessoas do mundo inteiro sobre a possível destruição da Terra pelo próprio Homem.
Nessa linha, talvez fosse interessante também a produção de um filme, que mostrasse a destruição lenta e gradual a que o mundo vem passando em geral, com todo o tipo de violência e desrespeito que vem imperando entre os seres humanos pelo planeta.
Voltando a 2012, este filme dá destaque aos principais líderes mundiais nos momentos da grande decisão sobre o que fazer diante do evidente final dos tempos. Da Europa e da Ásia alguns desses líderes manifestam suas opiniões e decisões. Da América do Sul, Central e da África nem uma citação. Do Brasil, apenas aparece uma imagem do Rio de Janeiro, com o Cristo Redentor despencando destruído do alto do Corcovado e um repórter de emissora dos EUA apresentando imagens do povo carioca brigando nas ruas por causa de comida em meio ao cataclisma que sacode a cidade. Subentende-se que do Brasil não sobrou ninguém para contar a história. Ou seja, uma solução radical apresentada pelo filme para a solução de tantos dos nossos problemas. Será?
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Os tempos de uma vida fácil
Então, como também perdemos totalmente nossa privacidade, batem em nossas portas, ligam para nossos telefones, sabem todos os números do nosso CPF, bem como endereço, telefones e demais dados que deveriam ser mais reservados. A propósito disso, um pequeno lembrete se não for demais: devemos ter mais cuidado ao fazermos cadastro por aí, pois do jeito que as coisas estão, as empresas fazem troca de dados ou até vendem nossas informações para arrecadar mais um dinheirinho.
Esse tipo de gente, que quer a todo custo nos fazer de idiotas e tirar com vaselina o nosso suado dinheiro, geralmente gosta de uma vida fácil, pode não ter mesmo freqüentado alguma escola, mas tem o dom da esperteza. Esse tipo de gente nasceu para ser puta ou mesmo um puto, mas como esta profissão já não é mais restrita a grupo fechado, porque está aberta a qualquer interessado, então o jeito é ir com jeitinho, com promessas do tipo “conto do vigário” dos idos de meados do século passado, no tempo de nossas avós.
São os tempos modernos e temos de enfrentá-los de cabeça erguida, atentos e com muito preparo para a resistência. Resistência aos mirabolantes cartões de crédito, às contas em Bancos super amigos, lojas que são fenomenais, associações beneméritas que nos prometem intensas homenagens, igrejas que nos alugam ou vendem imensos paraísos no céu e muito sucesso na vida terrena, companhias telefônicas de fixos e celulares que se apresentam sempre dispostas a nos dar as maiores vantagens com dezenas de milhares de planos para a nossa intensa comunicação a preços módicos com nossos seres amados. E por aí vai.
Pior de tudo é quando o telefone toca em nossa casa e a gente pensa que é a ligação tanto esperada. E toca sempre no pior momento, naquele em que, ansiosos por atender, saímos pelados do banheiro ou mal acabamos de usar o papel ou a ducha higiênica. ALÔ? Não, não é aquela ligação esperada. È uma voz geralmente suave, doce, oferecendo uma abertura de conta naquele Banco tão amigo, ou a moça da empresa de telefonia que quer a nossa mudança para um plano mais vantajoso. Para eles, claro.
Vão lamber sabão! Contudo, muita gente ainda fica com o ego massageado pela esperteza das palavras bonitas ditas do outro lado. Uma vítima a mais e o perigo continua.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Quem saberá o que aconteceu?
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Raios que o partam
Dizem que foi um deles. Pior que não dá para pegar o raio culpado e fazer ele pagar os prejuízos. Então, foi uma fatalidade. O raio se enfiou terra adentro. Sumiu. Ficaram as controvérsias.
Apagão para uns, lucro para outros. No dia seguinte, no Rio de Janeiro, não havia mais nas lojas, nenhuma lanterna ou luz de emergência para contar a história. O povo comprou tudo que havia. E pacote de velas aos montes. Parecia até que haveria uma grande macumba no terreiro carioca, ou pagamento coletivo de promessa.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Ser moderno ou ser esperto - é uma questão
No mundo atual, prolifera a esperteza. Infelizmente uma esperteza doentia, visando somente angariar fundos suficientes e necessários para uma vida considerada boa, cercada de todos os atributos de conforto dessa época contemporânea. Conforto é bom, claro, quem não gosta? Até os mais bobos.
E a tal esperteza se espalhou por pessoas físicas e jurídicas. As pessoas mais simples, geralmente crédulas, que muitas vezes se deixam levar pelo que ouvem na propaganda espalhada por aí, tanto aquela direta, como aquela mais perigosa, sutil, que envolve a alma, têm que estar muito atentas. É um tal de “isso pode”, “não pode aquilo”, “faça assim”, “faça assado”, “coma isso e não aquilo”, que ficamos tontos em meio a um tiroteio de ofertas.
Pela internet, de fato um dos meios mais vertiginosos de comunicação, circulam emails com anexos que tentam nos mostrar perigos relacionados a certos produtos. Mas, isto não é o suficiente.
O que se precisa é eliminar ao máximo a ingenuidade de alguns, motivada pela falta de noção (que na maioria dos casos não lhes foi doada pela educação básica) em relação ao dia a dia que nos envolve. E isso é um processo que, com certeza, ainda vai levar muito tempo.
Enquanto isso não acontece, empresas e gente espertas na busca de dinheiro, porém incompetentes na execução de produtos e serviços, continuarão em sua tentativa de nos idiotizar, querendo a todo custo que ingressemos naquele rebanho imenso que somente sabe imitar comportamentos, sem jamais pensar em suas conseqüências, se boas ou ruins.
HOJE, EM TUDO, TUDO MESMO, SÓ HÁ O INTERESSE COMERCIAL. HÁ QUE SE FAZER CHOVER DINHEIRO. POR UM LADO É LÓGICO QUE ESSA MERDA DO DINHEIRO É PRECISO PARA TUDO, POR OUTRO, NÃO É NECESSÁRIO EXAGERAR EM SUA BUSCA. É A ÉPOCA DO SE DAR BEM A QUALQUER CUSTO, MESMO QUE ISTO IMPLIQUE EM DETONAR AS PESSOAS. ALIÁS, O QUE MENOS TEM VALOR NESSE MUNDO MODERNO, ATUAL, CHEIO DAS TECNOLOGIAS DAS DELÍCIAS. A VIDA SIMPLES, EQUILIBRADA, NÃO FALO DE VIDA MISERÁVEL, MESQUINHA, DE FOME, AQUELA FOI PARA O BREJO E PARECE SÓ CABER AOS BOBOS, DE ACORDO COM OS OLHARES E OBSERVAÇÕES MAIS "ESPERTAS". A VIDA "FÁCIL" QUE ANTES, EM MEADOS DO SÉCULO PASSADO, ERA ATRIBUÍDA ÀS PROSTITUTAS, ATUALMENTE CAIU NO GOSTO GERAL. É O QUE PARECE.
Então, salvem-se quem quiser e puder. Ou mergulhe de cabeça na mentalidade reinante. São dois caminhos extremamente difíceis de se escolher.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
PAUSA TEMPORÁRIA
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
O ESPÍRITO DE LAMPIÃO VIVE
Problemas sociais e fundiários no nordeste brasileiro deram origem a uma prática violenta naquela região, de meados do século XIX até quase a metade do século passado: O CANGAÇO.
Os cangaceiros agiam em bandos ou individualmente, atemorizando e aterrorizando populações inteiras de vilas e pequenas cidades do sertão nordestino. Saqueavam, matavam, roubavam, aplicavam a lei do “mais forte”, atemorizavam até os coronéis do interior. Viviam escondidos na caatinga e eram perseguidos pela polícia, que desde aqueles tempos já tinham dificuldade em localizar bandidos. O mais famoso cangaceiro nordestino foi Virgulino Ferreira da Silva, o LAMPIÃO, que liderava um bando violento e cuja mulher, Maria Bonita, assim chamada por ser considerada muito bonita, agia como descrito no trecho dessa antiga música, “Paraíba masculina, mulher macho sim senhor...”. Ou seja, pegava nas armas, matava se preciso fosse e agia tal qual o bando a que pertencia. Lampião atemorizou durante as décadas de 20 e 30 do século passado. Em 28 de julho de 1938 ele foi pego numa emboscada e morto com sua mulher e mais nove cangaceiros, no interior de Sergipe, conforme conta a História, que diz também que, a partir do Governo Getúlio Vargas e por decisão deste presidente, o cangaço começou a ter fim.
A História conta também que, para as autoridades, o cangaço simbolizava o mal, a brutalidade que precisava ser extinta. Todavia, conta-se também que, por uma parte da população do sertão, o cangaço e o próprio Lampião encarnou “valores” como a bravura, o heroísmo e o “senso de honra”. Os cangaceiros geralmente tinham apelidos. Entre outros, fizeram essa história violenta com controvérsias de “honra” e “heroísmo”, os cangaceiros Jesuíno Brilhante, que já agia por volta de 1870, Colchete, Jararaca e o também famoso Corisco, este último oficialmente morto em 1940.
Os dias de hoje
Mas, o que mudou de lá para cá, até os nossos dias no Brasil? Claro, muita coisa mudou. É óbvio. Porém, as cenas de violência a que assistimos atualmente, tanto nas ruas de nossas cidades, como também até no interior de espaços públicos onde deveriam proliferar grandes decisões para o País, não nos deixam alternativas para uma reflexão. E nem precisamos ter doutorados, mestrados, ou títulos de PhD, para concluirmos que, embora o Brasil tenha se desenvolvido, nem que tenha sido por osmose em relação ao mundo, a mentalidade pouco evoluiu. Resumindo, a cultura assimilada ao longo de tantos anos ainda resulta na Lei do Mais Forte, do Poder a qualquer custo, do insistir em copiar o que dizia uma velha marchinha de Carnaval: “daqui não saio, daqui ninguém me tira”... – isto especialmente quando se trata da detenção do poder.
A cultura assimilada e resultante também dá mostras de que “o manda quem pode, prevalece” e que, aquilo que incomoda ao poder, não custa muito em ser eliminado, nem que seja no mínimo por uma troca de acusações.
Assim, perdemos nosso tempo em ficar espantados, horrorizados e talvez mesmo envergonhados, quando assistimos, por exemplo, um Senador da República, de dedo em riste, em plena sessão plenária, acusar outro ou ser repelido por este a baixar o “dedo sujo”. Nosso horror ou vergonha de nada vai adiantar. A guerra do poder, as denúncias, trocas de acusações, ainda durarão muitos anos, enquanto o cancro cultural não for de fato cortado pela raiz.
Não resolverá em nada também, alegarmos que nossa colonização portuguesa é uma das causas disto tudo. Que assim tivemos uma péssima herança cultural, porque se assim aconteceu, não fizemos o suficiente para melhorar e aprimorar o quadro cultural nacional. Ao contrário, antes da proclamação da nossa República já surgiram os cangaceiros e agora, mesmo com o pressuposto fim deles, chegamos aos dias atuais com comportamento semelhante, que sempre acaba em enganos, roubos, força violenta, saques até aos cofres públicos e migalhas distribuídas aos menos favorecidos.
Ora, cangaceiros espalharam um método inusitado de obter bens e simpatizantes a eles também assimilaram tal método. Viveram aquela época, tiveram filhos, netos, bisnetos. Ao mesmo tempo, os meios de comunicação e transporte no Brasil também se desenvolveram, certamente não tanto quanto deviam, no entanto, o suficiente para aquele método se espalhar pelo Brasil.
Isto pode ser uma teoria. Uma teoria não muito difícil de ter sido praticada sutil e veladamente ao longo de tantos anos, na medida em que o Brasil misturou suas culturas regionais. E a forte e espantosa cultura do Cangaço certamente não ficou fora disso.
Hoje, o Poder age em grupos ou mesmo individualmente. Para quem estuda, pesquisa e acompanha a História do Brasil, talvez seja mais fácil visualizar resquícios do Cangaço em nossos dias. Se isto é idéia de maluco, de um ser mortal comum, ou de um brasileiro idiota qualquer que mal sabe eleger seus governantes, o que tem acontecido no interior do Congresso Nacional do Brasil nos últimos anos e agora mais precisamente no Senado Federal, faz parecer que a teoria do Cangaço faz sentido.
Os rabos parecem estar mais do que presos entre nossos representantes, ou melhor, colados com super bonder; as denúncias de coisas mal feitas nos deixam boquiabertos, o chamado decoro parlamentar que há muito foi para o espaço, mais parece um coro de palavrórios e até palavrões, os discursos em defesa da honra e da dignidade proliferam nas tribunas, fazendo cair por terra incríveis fatos e denúncias. A cultura da cara de pau prosperou. Certamente, os que assim procedem, devem julgar o povo como um bando de idiotas, sem raciocínio, embora na cultura do faz de conta que tudo está bem, isto não seja dito com palavras. Como se costuma imbecilmente dizer, “não é politicamente correto”.
Assim, nossa viagem pelo tempo de nossa história vai prosseguir. Pizzas? Ninguém nem fale em pizzas! Pizza é uma coisa muito boa para a gente comer com a mussarela bem derretida, com salpicos de manjericão. E ainda bem, pois não deixa de ser um bom atenuante em meio a tantos saques, pilhagens e violências contra o povo, este sim porque não se dizer sacaneado disfarçadamente ao longo de tantos anos. Enquanto isso, muito ódio espumado, adicionado de palavras fortes e agressivas, precedidas sempre de Vossa Excelência, ainda serão oferecidos a milhões de pobres incautos. Olhos de cachorro doido ainda fuzilarão muitos pares em nossas sessões plenárias. O espetáculo ainda continuará horripilante, até que o povo entenda de verdade o que deve fazer nos anos eleitorais. Até que muita gente desse mesmo povo não se deixe enganar por um brinde, por uma camiseta, um par de botas ou coisa parecida.
Seja lá o que for preciso para que a mentalidade brasileira cresça de verdade, tudo nos leva a crer que o Espírito do Cangaceiro Lampião ainda continua vivinho entre nós.
sábado, 1 de agosto de 2009
Cielo 2 - este é o Cara !
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Por que não seguir o exemplo de César Cielo?
Sua vitória deve servir de excelente exemplo para outros jovens deste País, que, mesmo não participando de competições esportivas, poderão lutar também com garra para fazer este nosso tão querido Brasil crescer de verdade. Porque o que precisamos crescer é a nossa cultura, a nossa mentalidade. Não basta o crescimento econômico. Este pode ser bom, apenas e como sempre, para os grandes. Precisamos crescer em nosso dia a dia, em nosso comportamento. Crescimento que nos faça enxergar de verdade o que existe por detrás de palavrórios, discursos, promessas e belas estatísticas com segundas e até terceiras intenções.
Mais uma vez, parabéns pelo feito. Você já se tornou uma celebridade no cenário esportivo brasileiro. E graças a Deus, pois senão correríamos o risco de ter muita gente pensando que aqui só existe o futebol. Uma celebridade você é pela garra e pelas conquistas de hoje e de noutro dia. Ao contrário de outras celebridades nacionais, que se tornam célebres infelizmente pelos maus exemplos que dão ao seu público. Maus exemplos porque deles nada se poderá retirar de bom para as pessoas comuns imitarem.
Se puder e acreditamos que você pode, traga sempre outras medalhas e nem importa se de ouro, de prata ou de bronze. O que importa mesmo é o seu exemplo de conquista honesta. A sua emoção ao subir no pódio no Campeonato em Roma.
O seu nome, César, provavelmente não foi mera coincidência quando assim batizado. E nada mais propício a sua vitória, além do seu próprio nome, do que o cenário romano, que mesmo nos dias atuais, alguns milênios depois, faz-nos lembrar dos grandes Césares do antigo Império Romano, conquistadores que fizeram seu nome na história do mundo.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Coisas de biografias
Observar o dia a dia, os fatos que rolam e suas interligações, alterna momentos de criatividade com momentos de verdadeiro enjôo para quem escreve ou até para quem lê.
Todavia, quem pode ficar quieto diante de mais uma “crise” do Congresso Nacional, ou do Senado, melhor dizendo desta vez? A resposta é que muita gente fica. Por muitas razões, porque não sabe mesmo o que acontece, ou por não saber expressar suas opiniões, ou até por aquela velha máxima que ainda vigora na cultura brasileira, que é o receio de que algo de ruim possa lhe acontecer. Ficar quieto pode também ser a evidência do saber que tudo vai dar
Afinal, a coisa rola mais ou menos assim: como pode um ser qualquer, mortal, expressar sua idéia a respeito de coisas tão profundas que acontecem no País? Um ser qualquer que não tem nome cintilando no gás neon, não é nenhuma celebridade e muito menos notório. E pior, não tem uma considerável BIOGRAFIA! E nem é imortal!
Recorrendo rapidamente ao dicionário, ou o velho PAI DOS BURROS, vemos resumidamente que, “Biografia” é “a descrição da vida de uma pessoa”. Portanto, e usando da lógica, só se pode mesmo é esmiuçar a vida desses “merdinhas” que andam todo o dia pra lá e pra cá, trabalhando e buscando a sobrevivência, enfrentando toda aquela eficácia e conforto da vida cotidiana de nossas cidades, que a imprensa teima em só ver coisas erradas no funcionamento. Esses “bostinhas” sim, têm que levar tinta sem dó nem piedade. Eles talvez tenham que pagar o alto preço da sua “ingenuidade”, da sua credulidade, da sua fé e esperança, para não dizer aqui aquela velha história da falta de educação e cultura, que resulta na falta de visão da vida e de elementos para que possam enxergá-la melhor.
De fato, somos o resultado do que somos mesmo e do que temos sido ao longo de muitos anos, e esses, de biografia medíocre ainda vão por muito tempo usar o seu voto de confiança e de esperança naqueles de legendária biografia. Naqueles muitos de extenso currículo de carreiras e cargos públicos, que deixam o povo deslumbrado quando abrem suas bocas em velhos e antiquados discursos, muitas vezes mal proferidos no idioma pátrio, mas que prometem, prometem e prometem!
Felizes então esses de biografia ímpar, imensa, de vida plena de veneráveis serviços prestados à Pátria amada, que estão acima de tudo, inclusive de qualquer suspeita. Afinal, não são seres reles, comuns. Certamente estão e estarão sempre acima do bem e do mal. E olharão sempre de cima para baixo, esquecidos de quem os paga para ali estarem. Muitos deles até já verbalizam que se “lixam” para esse povinho de biografia rasteira. Esse povinho que sonha com a casa própria, sair enfim dos puxadinhos de fundo de quintal, que corre atrás de bolsas e sacolões e que quase baba quando recebe tais benesses.
Caro leitor, convença-se de que “Biografia” não é para qualquer um. Desculpem, mas ser “biografado” é ato pertinente, para aqueles que somente saem da cadeira importante diretamente para o caixão. Biografia pode ser sinônimo de imunidade, coisa para “very important people” que vivem indignadas com coisas “absurdas”, maléficas, que a imprensa inventa ou que algumas pessoas dizem a respeito deles.
Para os que têm aquela biografiazinha chulé, igualzinha no início, meio e fim, só vai restar mesmo a gripe suína. Corrigindo, a NOVA GRIPE. É mais chique pelo menos. Contraindo-a, o sujeito pode dar ares internacionais a sua tão insignificante biografia.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
A irresistível pizzaria brasileira
A afirmativa do presidente Lula, de que os senadores da oposição são “bons pizzaiollos”, estampada ontem, dia 15, nos jornais, no que diz respeito à criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a Petrobrás, demonstra o descrédito geral hoje em voga com relação à dita Casa do Povo – o Congresso Nacional. Ora, mesmo sendo eles da oposição ao governo, o fato aponta que, ninguém mais leva nada a sério quando se trata de políticos, de comissões parlamentares, ou pelo menos parece estar sendo assim. Até o Presidente da República já sabe com certeza de que tudo acaba mesmo
Num momento desses, não há como deixar de lembrar a célebre frase atribuída ao general Charles de Gaulle, de que “o Brasil não é um país sério”, dita muitos anos atrás pelo ex-presidente francês por ocasião de uma crise política (das lagostas) entre os dois países durante os anos 60. De Gaulle morreu em 1970 e parece ter negado até a morte a autoria da tal frase. Todavia, muitos brasileiros, principalmente os que têm vergonha na cara, não esqueceram a tal frase, que volta e meia, como agora, sempre é lembrada e repetida quando acontecem essas sucessivas crises internas no Brasil ou quando ocorrem fatos políticos inexplicáveis. O fato é que De Gaulle morreu há quase 40 anos, virou nome de um dos aeroportos internacionais de Paris, mas a frase, dita ou não, virou quase um slogan por aqui, mesmo que esquisito.
Não bastando a frase do presidente francês, anos depois nosso músico Renato Russo, já falecido, criou a música intitulada “Que País é este?”... E assim fomos passando os anos, mudamos de século, chegamos quase ao final da primeira década deste novo século, mas, aqueles que têm esperança de um País verdadeiramente melhor, que se envergonham de tanta pouca vergonha, que continuam a engolir pizzas estragadas, pois ainda não apareceu uma coisa melhor, certamente continuam com aquelas frases martelando na cabeça.
Se o país é sério ou que país é este, já nem importa mais, pensando bem. É bem mais uma questão de vergonha do que um jogo de palavras. Talvez baste apenas olhar para a nossa política interna, para o procedimento dos nossos políticos. Realmente, o conceito deles não está
Parece que estamos vivendo uma era de descrédito geral. Acreditar em quê?
A afirmativa do nosso Presidente sobre os senadores da oposição, embora algum desavisado não tenha percebido, é tal qual um tiro de misericórdia contra os parlamentares que gostam de criar CPIs. Com esse tiro, esses eleitos pelo povo poderiam se jogar no fundo do Ganges ou no fundo de um poço, a exemplo dos personagens hindus da novela Caminho das Índias, quando ficam em má situação. A afirmativa do Presidente certamente não foi auspiciosa e muito menos preciosa. Borrou mais um pouquinho o Congresso Nacional, já há algum tempo mergulhado em nuvens sombrias.
domingo, 5 de julho de 2009
Amnésia cultural
Aliás, uma amnésia não deve fazer mal a ninguém. Ficar no esquecimento pode ser uma estratégia para evitar problemas circulatórios, de saúde, ou, melhor falando, evitar raivas. Raiva deve ser mesmo coisa para cachorro. E coisa que deve ser evitada também. Afinal, são eles, os cachorros, os nossos melhores e mais fiéis amigos. Muita gente já começa enfim a sentir isso na pele.
O que dizer de tudo que rola por aí, se milhões de cegos não querem ver, enxergar nada de verdadeiro. Preferem a ilusão afogada em vários copos de cerveja. O que pode uma pequena turma que entende melhor, diante de milhões, de uma massa populacional que espera a caridade pública e o velho jogo de futebol para amenizar os seus problemas? Que, claro, existem, montanhas e montanhas deles. E o pior de tudo, ou o melhor de tudo, claro, para a grande maioria dos que “podem”, é fazer disso um grande trunfo ao seu favor, especialmente naquele memorável dia das eleições.
Bem, seguinte, a fila anda mesmo. Até que ponto vale a pena pensar nessa ignorância generalizada que assola o País e até o mundo? Um caso a pensar.
Valeriam a pena amnésias temporárias? Na verdade, a massa de gente talvez não precise disso. Já vive sem tempo correndo atrás do pouco dinheiro, de seus pensamentos presos a 70 prestações da compra de um carro. Isto sem falar das outras contas. De fato, o não pensar em nada ou a ignorância acerca de certas coisas que poderiam ser, chega a ser uma grande benção em situações semelhantes.
Assim, o melhor mesmo são as amnésias. Por que não experimentarmos? Na política brasileira é de grande valia. Presidentes assinam e já assinaram documentos importantes sem ler o conteúdo. Esqueceram-se de procedimento tão importante. Políticos quando cobrados sobre algum assunto, dizem de cara limpas que “não sabiam” ou que ainda vão se informar dos fatos acerca. Outros que até noutro dia eram inimigos ferrenhos, esquecem-se do ocorrido. Viram amiguinhos para um projeto a dois e a vida brasileira continua. Outros se esquecem de seu próprio patrimônio. Deixam de fazer declarações obrigatórias às autoridades, de casinhas humildes que custaram milhões de reais. Meu Deus! Como alguém pode esquecer uma casinha tão simples assim? Deve ser coisa de pobre mesmo, lembrar que só possui aquela casinha de bairro ou aquela laje para churrasco em um morro qualquer. Uma lembrança certamente inesquecível, comparada a quem tem tantas, uma em Miami, outra em Portugal, na França ou sabe-se onde. Deve dar para esquecer mesmo, principalmente se forem castelos imensos, onde se corre o risco de se perder lá por dentro.
Mas é isso, uma AMNÉSIA NACIONAL. Essa amnésia cultural que empurra o Brasil para frente.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Uma vida rapidinha
Iniciamos o segundo semestre de 2009. Tudo muito rapidinho, como rapidinha está sendo a vida. Esta mesma vida que, a cada minuto, fica desvalorizada. Sem profecias do apocalipse, a vida humana está por um fio. Tal qual a vida do planeta na qual ela está inserida. E nem precisamos repetir aqui o nome do culpado por tudo isto. Isto mesmo, aquele que tem o livre arbítrio para o bem e para o mal. E que depois chama por Deus para resolver o problema causado.
Deixemos Deus, o Criador, por fora disso. ELE já se ocupou muito com a criação de tudo e, certamente, espalhado pela imensidão do Universo, tem muito que fazer eternamente. Aliás, é um Criador de maravilhas que, obviamente, sempre esteve muito ocupado para desvios das ocupações mais importantes e atender prontamente os gritos e chamados tresloucados daqueles a quem deu vida animada.
Claro que nada acabará assim... BOOOMMM!!! De uma hora para outra. Os que ainda estamos por aqui, com certeza veremos muita água rolar por baixo da ponte. Nem que seja água suja. Suja das “porcariadas” que por aqui fazemos. Coitado do porquinho! Que carma !
Mas, é assim. Nessa correria em que vivemos, sem saber aonde chegaremos, não temos tempo para nada mesmo. Pensar então, nem pensar !
Aquele ali está ocupado com a compra do carro novo. Tem que correr atrás do dinheiro. Não tem tempo pra família, para os filhos, para ouvir ninguém. O outro tem dez filhos, que fez um em cada mulher que conheceu, e está extremamente preocupado como fazer para não ser preso se não pagar a pensão alimentícia. O coleguinha ali ao lado, está bêbado ao volante, cagando e andando para a lei seca. Ele quer esquecer a raiva que tem de estar casado com aquela mulher chata. Não era aquilo que ele queria para ele viver. Então, o negócio é correr com o carro, numa tentativa de fuga, e matar uma meia dúzia que passar pela frente dele.
A vizinha, tal qual a personagem Melissa, da atual novela Caminho das Índias, está preocupada com seus cremes e ginásticas. O corpo acima de tudo. Ela não tem tempo para saber se o filho está se drogando ou por onde ele anda. O que importa é ir para Paris. Bem, até agora os exemplos são relacionados com aqueles que sobrevivem melhor e tentam se inserir num contexto muitas vezes impossível. Mas e o povão, não está correndo muito também? Claro que está. Correndo ao contrário da fome ou da doença. Na melhor das hipóteses, correndo atrás de um emprego ou da efetivação do resultado de um concurso público.
Com essa correria, tudo corre também. Até o vento tem pressa de chegar a algum lugar. Só que, este mesmo vento, numa correria, pode espalhar a destruição.
A "nossa" CAIXA em cena
Mais uma do teatro do absurdo. A Caixa Econômica Federal, a “NOSSA CAIXA”, o Banco do Povo, a instituição criada com fins sociais, iniciou uma cobrança de tarifa pelo saque que o cliente faz nos terminais eletrônicos.
O absurdo se faz maior na cobrança dessa tarifa, por conta dos saques efetuados nas contas de poupança nos terminais eletrônicos.
Ora, já não basta que o Governo movimente o somatório do dinheiro dos poupadores, em suas diversas ações rotuladas como sociais? Imaginem o desespero dos cofres públicos se os poupadores, ao mesmo tempo, fizessem uma corrida para a retirada de suas poupanças? A cobrança dessa tarifa o governo não anuncia. Coloca apenas nas agências da Caixa, uma meia dúzia de panfletos anunciando o feito. E o terminal eletrônico, ao final de um saque, dá um ligeiro aviso da possível cobrança. Os criadores de tais façanhas sabem muito bem que, a massa populacional não lê quase nada, ou nada sabe ler. Muito menos sabe utilizar com eficácia essas maquininhas eletrônicas modernas.
Mais um ato de desrespeito ao cliente, àquele que deposita seu dinheiro em confiança e que não é sequer consultado na hora de uma cobrança dessa natureza. Como sempre, a coisa vem de cima para baixo. É o PODER. É o PODER!
É também mais uma forma de arrecadação, em mais uma modalidade de se arrancar o que puder se arrancar da carteira do povo que trabalha e que, para tal, espreme-se diariamente nos fabulosos serviços de transporte do País. Eles, os que inventam essas modas, e obviamente os grandes investidores, não aplicam o seu rico dinheirinho em cadernetas de poupança.
E os nossos legisladores refestelados nos gabinetes do nosso Congresso Nacional? O que podem dizer disso? Nem devem saber, pois do povo somente se lembram meses antes das eleições. E também vivem sempre muito ocupados com atos secretos, castelos, presidências disso ou daquilo, ou, na melhor das hipóteses, com seus próprios salários e benesses decorrentes dos imunizados cargos.
Sobreviventes
Por que o brasileiro em geral se cala diante de coisas tão absurdas que acontecem? É claro que, atualmente, parece que alguns acordaram e já colocam a boca no trombone, usando dos seus direitos de cidadão e aproveitando este momento tão “democrático” em que estamos vivendo.
São tantas as emoções, ou, melhor dizendo, são tantos os desmandos e descalabros que ocorrem no meio social e político do Brasil de hoje, que ficamos desorientados, massacrados no meio de tanta desordem que salta aos nossos olhos. “Modo de ver a vida”, dirão alguns, certamente aqueles que fazem questão de não ver nada, a não ser os seus próprios umbigos.
O País pode até estar bem, economicamente falando. E diante do mundo pode ser visto como um país em franca expansão e desenvolvimento. Um verdadeiro emergente perante o exterior. E, certamente boas campanhas de divulgação colaboram para isso. E grana, muita grana, para pagar tais campanhas que podem ser sutis em sua elaboração. Aquela velha história de botar um ovo e cacarejar, como faz a galinha. Só que galinhas podem colocar ovos defeituosos e podres também, se estão internamente doentes.
Mas, como vivemos mergulhados na cultura do bom humor, da alegria, da credulidade àquilo que apregoam e prometem os nossos políticos e, sobretudo, acostumados, desde que nascemos, a rirmos da própria desgraça e a manter a esperança acima de tudo... Então, vamos sobrevivendo, sem educação, sem uma transformação cultural, sem enxergar o que de melhor há pelo mundo afora, sem nada. Temos apenas o dia e a noite e se a saúde fizer parte disso, ainda temos que levantar as mãos para o céu.
A grande massa é sobrevivente. E isso pode fazer parte de um processo ainda desconhecido para nós. Uma das provas disso foram aquelas esqueléticas figuras humanas que sobreviveram naquela catastrófica história de Biafra. Todavia, nós, aqui, brasileiros, não podemos nos nivelar por baixo, apesar da tristeza que causa a existência de tanta miséria pelo mundo. Ou de algum modo cada um trabalhe para que se façam valer de verdade, os direitos ao cidadão estabelecidos
domingo, 21 de junho de 2009
Vamos cozinhar a "LIBERDADE DE EXPRESSÃO"
Ora, em nenhum lugar deste mundo, ninguém é livre para tanta liberdade de expressão. Vivemos em sociedade e temos que preservar relações humanas saudáveis. E o jornalista que, além da formação acadêmica, tem um mínimo de perspicácia, sabe muito bem disso. Vai falar o que quer ou o que vê de verdade, para ver o que acontece! E muitas vezes, mesmo que tenha fundamento para tal. Mesmo que esteja dizendo a verdade. E sendo fiel a ela.
Empresas de jornalismo são concessões do Governo, principalmente emissoras de rádio e televisão. Repórteres, editores e os donos dessas empresas sabem muito bem disso. E a partir daí já começa o filtro dessa liberdade de expressão. A informação tem que ser muito bem avaliada e analisada, para ser divulgada.
Pouco importa se nos Estados Unidos, na França, seja lá aonde for, não haja exigência de diploma de graduação para se exercer a profissão. Temos que crescer e deixar essa nossa ridícula cultura de lado, sobre o que é bom para eles é bom para nós também. A cultura desses países obviamente é outra. O nível de responsabilidade está mais vivo no seio das populações. Em alguns países a palavra do homem tem muito valor e não existem tantos papéis assinados. As pessoas em geral sabem escolher melhor seus governantes e já existe uma cobrança implícita, mais forte, sobre o desempenho da função pública e do uso do dinheiro do povo. E outras coisas mais.
Brasil é um país que se diz emergente. A maquiagem de uma aparência melhor se faz presente em todos os segmentos. Faz parte de nós esse procedimento. Por isso e certamente no caso do exercício do jornalismo, ainda necessitamos de pessoas bem formadas e bem treinadas para tal e com uma vocação, um dom específico. O pior é que, salvo um ou outro, esses cursos superiores de jornalismo no Brasil, ainda não estavam e nem estão num nível de excelência. Quando se recebia o diploma, o novo profissional que tinha seu registro do Ministério do Trabalho, ainda tinha muito a aprender.
Imagine-se, pois, se houver dispensa generalizada do diploma e se colocar no exercício da profissão, alguma pessoa despreparada, porque não basta somente saber escrever muito bem e falar tão bem quanto. Jornalismo é uma profissão extremamente política e sem uma estrutura fortalecida no Brasil. Os jornalistas sabem o quanto é difícil fazer uma carreira degrau por degrau até se conseguir firmar o nome com respeito e dignidade.
Evidentemente, o jornalismo nunca foi uma profissão valorizada no País, especialmente pelos diversos governos que já passaram por aqui. O que vai acontecer agora, após essa decisão da Suprema Corte? É difícil de se prever. Mas, se de fato a não exigência do diploma prevalecer, com certeza haverá um desestímulo na procura pelos cursos superiores de jornalismo. Afinal, para quê estudar técnicas, aperfeiçoar o idioma pátrio, aprender a falar melhor, a entrevistar, a ler nas entrelinhas, a olhar os bastidores de um fato, se teoricamente qualquer um poderá se candidatar à profissão? E com pouco esforço.
Mesmo que as empresas de jornalismo prefiram os profissionais diplomados e registrados nos órgãos competentes, sempre haverá o risco de uma “celebridade” incompetente, indicada por alguém poderoso, tomar o lugar de alguém que esquentou os bancos de uma faculdade. Estamos no Brasil e disso ninguém poderá discordar. Aqui ainda prevalece muito a cultura do apadrinhamento. Do amigo, do interesse em se colocar alguém em algum lugar para que execute uma tarefa no mínimo estranha.
O Supremo colocou a profissão em crise. Só Deus sabe se o exercício do jornalismo não ficou a um passo de uma total distorção ou se já está distorcido. Conquistas e garantias de mais de 40 anos foram colocadas por terra, em nome de uma abertura de leque não se sabe com que objetivo e com base em dizeres da Constituição. Mas isso não faz sentido porque na própria Constituição Brasileira há muita coisa que nunca foi exercida e que vai levar ainda dezenas ou centenas de anos para que aconteça.
O fato é que a figura do jornalista incomoda e muito. Especialmente aqueles que são fiéis à verdade e buscam freneticamente por ela. Esse negócio de esclarecer fatos para a população, mergulhar fundo em certas lamas ou cobrar de autoridades os atos para os quais ali foram colocados, obviamente não agrada, num país como o nosso, onde milhões mal sabem pegar num lápis e só conhecem a letra “O” porque os copos têm a forma arredondada.
De qualquer modo não nos precipitemos em julgamentos. Nem vamos ligar para a história de que jornalista é semelhante a importantíssima profissão de cozinheiro. Jornalistas sabem que também “COZINHAM” matérias quando necessário.
Vamos então aguardar e torcer para que num futuro breve não tenhamos um monte de jornalistas desavisados, despreparados, sem noção, aprendendo um mínimo na “tapa”, falando e levando informações a milhões de brasileiros ainda mais ignorantes.
Marcos Bas (ou na verdade, Marcos Guedes)
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Máquinas não falham
Todos os dias nos utilizamos de máquinas de todos os tipos. De lavar, de serrar, de refrigerar, de costurar, uma infinidade de outras, entre as quais aquelas que nos servem de transporte, das quais o avião deve ser uma das mais sofisticadas.
Recentemente, vêm nos causando um frio na espinha ou na barriga, os “probleminhas” que essas máquinas voadoras, construídas com os mais avançados meios de segurança, segundo aqueles que as fabricam, vêm enfrentando nos espaços aéreos de todo o mundo. Pior, probleminhas que têm culminado com a desfragmentação de aeronaves em meio a seus vôos de cruzeiro. Probleminha esquisito, não?
Mas não vamos aqui falar de acidentes aéreos. Falemos das máquinas e da sua relação com o homem.
É pena que grande parte da humanidade ainda não tenha enxergado a sua insignificância diante da grandiosidade do planeta Terra. Este sim, a criação, a fabricação perfeita por seu criador. E no qual até as imperfeições, por acaso existentes, têm a sua razão de ser. E que mesmo após milhares de séculos de existência do espécime Homem, este ainda continua ignorante, na medida em que não compreende na plenitude o que verdadeiramente veio fazer por aqui. Será por isso que muitos se esforçam todos os dias na destruição do planeta?
Bem, não parece haver dúvidas de que uma das coisas que veio fazer aqui, foi a tarefa de desenvolver máquinas que facilitassem a vida humana. Só que nessa tarefa o bicho Homem se ufanou, alardeando ao máximo as suas perfeições. Humildade e até um pouco de cautela muitas vezes passaram de longe.
Ora, de modo geral e num primeiro olhar não temos restrições quanto às máquinas. Essa mais sofisticada, por exemplo, é algo belo, elegante, confortável, rápido, seguro, etc. Falamos especificamente do avião, claro. Vamos acreditar que ele seja seguro mesmo. Porque o restante dos predicados a gente já teve a comprovação. Foi uma pena que reduziram os serviços de bordo. E se a gente por acaso tiver que morrer por causa dele, vai ter que morrer com fome, ou com um pouquinho de fome. Antes as pessoas morriam, mas de barriga cheia.
Mas deixemos isso pra lá. O melhor mesmo é só morrer na hora certa, sem antecipações.
Como seres humanos, claro que os do bem só buscam a perfeição para tudo, para que a vida siga seu curso do melhor modo possível. Só que a perfeição sempre esbarra numa coisa que parece ser humana e difícil de ser admitida para alguns: a chamada falha humana. E aí, temos que citar novamente o avião, como exemplo. Porque essa máquina parece testar o limite do ser humano, aquele limite do tipo “ou dá ou desce”.
Bom, melhor acreditar nessa máquina segura, com todos os requintes de segurança da moderna tecnologia. Até porque se não acreditarmos, não tomaremos mais o rumo de nenhum aeroporto.
Mas, e confiar nos homens que fabricam essas máquinas, que as mantêm ou naqueles que as levam pelo espaço afora? Ora, a realidade é a de que fabricantes garantem e defendem seus produtos até em nome de Deus se for necessário. Todas as companhias aéreas têm os melhores mecânicos do mundo e pilotos dos mais experientes, alguns até com centenas de milhares de horas de vôo.
Quando ocorre uma tragédia aérea, as explicações são de toda a natureza. Ultimamente, até o aquecimento global tem sido citado, ou outros fenômenos da natureza. Se aceitássemos a simples explicação de que aconteceu por falha humana em algum ponto do processo...
O fato é que quando subimos num banco de cozinha e levamos um tombo, não vamos poder culpar o banco e nem a cozinha. Obviamente existem coisas ligadas às leis da física ou até à outras leis naturais que ainda desconhecemos. Por isso a grande frase comum: ACIDENTES ACONTECEM.
Noutro dia, dentre os milhões de comentários que circulam na internet sobre tudo que se possa imaginar, havia um simples e preciso: “Voar é com os pássaros”.
Pássaros só caem de seu vôo se forem abatidos pela mortífera máquina construída pelo ser humano. Ao contrário, é fantástico a gente saber que eles, em revoada, atravessam milhares de quilômetros de um continente para outro, por sobre extensões imensas de oceanos, nos seus processos migratórios. Isto sim temos que reconhecer que é o mais próximo da perfeição, senão perfeito.
E para os que se acham o máximo da perfeição e teimam em não reconhecer a imperfeição humana, o melhor mesmo é o silêncio absoluto.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Enchendo linguiça
Em determinados momentos dessa “vida de todos os dias”, o melhor mesmo é não se dizer nada. É melhor sentir, observar e calar. Ou “encher linguiça”, como muitos fazem para matar o tempo.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Um Milagre do Cão
Há muitos anos, todos os anos, mais ou menos a essa mesma época, os jornais falam e muita gente comenta que nós, brasileiros, trabalhamos cinco meses durante um ano, somente para o pagamento de impostos. Especialistas no assunto afirmam que 40 por cento do nosso salário vão para os tributos.
Aproveitando o tema, que voltou aos nossos ouvidos nos últimos dias, vamos confirmar que seja isso que acontece com a nossa carteira anualmente. Todo mundo, quando acha um tempo para pensar no assunto, acha terrível. Afinal, quem gosta de ver seus suados reais saírem assim, correndo, na compulsão, para os diversos cofres do governo. E pior, para se transformarem em pequenos resultados. E se não é assim, algo então deve estar mesmo muito errado, pois nunca há dinheiro para as obras de infraestrutura de transportes no País – e isso é uma história bem velhinha, já se tornou lenda. É também quase eterna a falta de recursos para visíveis melhorias dos hospitais públicos, para a educação geral, para tudo que se refere à concreta melhoria da qualidade de vida do povo. Para o setor educacional, a coisa já virou um verdadeiro mito. A quase centenária história de sempre: salários baixos e desvalorização dos professores, estes amedrontados e inseguros nas salas de aulas onde alunos podem ameaçá-los a qualquer instante até com armas
Bom, mas voltando aos famigerados “impostos anuais”, a coisa não fica somente neles. Dos 60 por cento que sobram do salário de alguns pouquíssimos milhões de privilegiados (somos quase duzentos milhões de habitantes no Brasil), ainda há o que gastar mais e mais por conta da falta de serviços condizentes com a qualidade de vida de um povo desenvolvido. Listemos apenas alguns. Há que se pagar um plano de saúde, pois o SUS – o Sistema Único de Saúde (que deve ser quase o Único no mundo que funciona assim, daquele jeito), “é coisa de gente pobre, de miserável, que está acostumada com esse negócio de fila às duas da manhã ou a madrugada inteira”. E aí surgiram os famigerados “planos”, supervisionados e regulados pelo Governo. Funcionam? Digamos, mais ou menos. Na hora H é que se vê. Aí podem aparecer aquelas letras pequeninas, contendo frases traiçoeiras que ninguém quase lê (mania de brasileiro, até Presidente já assinou documento sem ler), mas que arrancam mais uns reaizinhos do seu bolso.
Há o seguro total do automóvel, sem contar o obrigatório. É bom lembrar que não há policiamento nas ruas, os estacionamentos são descontrolados, seu carro pode ser roubado. Em geral, não há guardas de trânsito nas áreas urbanas. Acontecem de vez em quando algumas blitz que a gente não entende, incertas. Seu carro também pode levar uma porrada de algum irresponsável bêbado, que por se achar melhor dos que os outros mortais, não está nem aí para essa lei que foi sancionada recentemente para coibir o álcool ao se usar o volante.
Mas a coisa não fica só nisso. Você tem que pagar taxas extras de condomínio para aumentar cada vez mais a segurança da sua moradia. Há bandidos demais soltos por aí, observando a sua vida. Tem menores bandidos, perigosos, que são pequenos e sofridos socialmente, coitadinhos. A única responsabilidade deles é votar nos seus candidatos preferidos, quando são mais crescidinhos, maiores de 16.
Há outras coisas a se pagar com os 60 por cento que sobram do seu salário, para se ter uma relativa melhoria de qualidade de vida, cobrindo obviamente coisas que deveriam naturalmente existir em decorrência dos serviços públicos.
Pois é, esses poucos milhões de privilegiados, como falado anteriormente, ainda têm como pagar, seja porque fazem um planejamento de vida melhor, seja porque vivem mergulhados no ilusório e fantasioso cheque especial ou em cartões de crédito, seja porque recebem “benefícios” extras em troca não sabemos de quê. Neste último caso, aquelas coisas que obviamente ninguém vai confessar, do tipo mensalões, etc.
Não foram mencionadas aqui as coisas básicas. O alimento diário, o aluguel, ou a prestação da casa própria, a conta de luz, telefone e por aí vai.
Quem sabe, por isso tudo, um ex-ministro de Estado falou, há muitos anos, sobre um tal de “milagre brasileiro”. Talvez a afirmativa dele tenha sido tão etérea, tão sutil, que ninguém captou na ocasião o seu verdadeiro sentido. O MILAGRE. Esse Milagre que o brasileiro vive diariamente e que, ao final de cada dia, como oração, tem que agradecer por ter sobrevivido. Com ou sem estresse.
E assim, aos primeiros meses de 2010, 2011... E CACETADA, continuaremos a refletir, reclamar, gritar, gritar, GRITAR, contra esses impostos que pagamos e que, ao que tudo indica, boa parte deve cair num sumidouro dos cofres públicos. Provavelmente, num País como este aqui, o processo seja esse mesmo. Gritar, gritar, gritar, até que os surdos possam ouvir.
Só não poderemos seguir o caminho daquele velho, antigo, quase esquecido, ditado da sabedoria popular: “CÃO QUE LADRA, NÃO MORDE”. O que certamente deve significar que o cachorro que morde, morde sem aviso. Ele observa, cala e avança num ato que denota a estratégica inteligência canina. Viva o cão!
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Felicidade à brasileira
Mesmo nos momentos mais estressantes, conseguimos achar um jeito de rir da própria desgraça. Isto de fato não é para qualquer povo. Como bons latinos, somos quentes. Um pagode, um trio elétrico, um bater de tambor nos coloca em polvorosa. Somos emoção à flor da pele. Temos sol, temos belas praias e belas bundas. Pena que já conseguiram espantar os sabiás das palmeiras. E o poeta deve ter ficado triste lá no além.
Até ficamos com raiva quando alguma coisa nos tira do sério. Esbravejamos, gritamos, fazemos passeatas, mas logo, outra paixão nos atira para outros rumos. Novas promessas nos tornam crédulos. Acreditamos. Sempre. Um exemplo simples? Acreditamos nas operadoras de telefonia e, se bobear, ainda em Papai Noel. E nem sempre percebemos que estamos sendo ferrados. Somos um povo “ordeiro”. Os governos sempre nos dizem isso. Aliás, não poderia ser diferente. Em nossa bandeira está lá a expressão Ordem e Progresso. E assim vamos vivendo. Nossa Elza Soares completaria: “de AMOOOR....”
E tudo isso não poderia ser diferente para encarar a imensa farra, a farra geral que acontece por aí, diante dos nossos narizes, em nosso cotidiano.
Seguramente, a maior farra do Brasil, é a farra com o dinheiro público. Quanto a isso, não é preciso dizer mais nada, já que a imprensa quase todos os dias aponta um caso ou outro de uma farra dessa natureza por esse imenso Brasil. E isto, quando lhe é permitido fazer, afinal, todo canal de comunicação – rádio, televisão ou mesmo a mídia impressa, é uma concessão do governo.
E de farras em farras, vamos vivendo. As farras das passagens aéreas do nosso Congresso Nacional, as diversas farras das impunidades, as dos mensalões, as dos foros privilegiados, a farra das nossas rodovias sem manutenção adequada, ou da falta de leitos em nossos hospitais e mais uma cascata de farras promovidas pela falta de responsabilidade ou pelo descaso, ou pelo fato de “estar se lixando” para tudo e todos em todos os quadrantes do território nacional. Deve existir alguém que não se lixa ou que pelo menos tenta não se lixar.
E assim caminhamos nessa felicidade tropical, até mesmo com as severas mudanças climáticas já evidentes. Tempestades que vêm aumentando de intensidades a cada ano que passa, ou projetos de furacões e tremores de terra até então inimagináveis em nossa terra. Éramos um país dito abençoado pela ausência desses.
Porém, como todos que navegam no mesmo barco, têm que remar, sigamos nosso rumo. Sempre para frente, pois quem anda ao contrário é caranguejo. Para frente e felizes, procurando a felicidade no meio da ventania. Felicidade à brasileira é um prato único, que, obviamente, só é encontrado por aqui.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
"Manda quem pode, obedece quem tem juízo"
Esse “manda quem pode...” encerrava em suas palavras, algo muito mais além, que sempre fez parte da nossa cultura. Ou seja, a cultura do “obedeça sem pensar” ou, mais praticamente, da “vaquinha de presépio”. Proferida geralmente por assessores mais próximos de autoridades constituídas, a sentença não deixava de denotar prepotência, talvez um pouco de assédio moral e manifestações de poder a todo e qualquer custo.
Com certeza, quem “pode”, tem poder. Quem tem poder na área pública, geralmente é revestido desse poder por um grupo de pessoas. No caso dos cargos eletivos, pelos eleitores de um país. Contudo, em nossa cultura, parece ter havido uma distorção na interpretação desse poder. Ou seja, as pessoas são revestidas de poder para “poderem trabalhar” pala causa pública, ou do público, ou daqueles que pagam tributos o ano inteiro.
Todavia, numa situação quase geral, o sujeito revestido de poder parece esquecer-se disso e com o “poder”, só quer mandar, mandar muitas vezes sem consultar a ninguém. E ainda fica com o nariz em pé, o mais alto possível, na maior demonstração de prepotência. Isto tudo, dirão alguns, é muito óbvio. No entanto, este “óbvio” não é tão óbvio assim. Tanto é que, agora, anos depois do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, surgem expressões mais modernas do tipo “eu me lixo para a opinião pública”. E a gente só pode lastimar, mais uma vez, como falta educação neste País, como falta a disseminação de conhecimentos dos direitos e deveres do cidadão, da verdadeira cidadania. Informações, costumes e comportamentos que contribuiriam para o aprimoramento de uma cultura mais uniforme, mais condizente com o desenvolvimento intelectual que uma Nação deve ter. O resto são os mais variados tipos de medos, inseguranças, mandos e desmandos, propagandas enganosas e prepotências protegidas por foros privilegiados.