sábado, 27 de dezembro de 2008

Preserve a vida e muita esperança em 2009


Ao abordar certos assuntos desagradáveis durante este ano de 2008, este blog talvez tenha sido controverso em relação ao seu propósito inicial, ao seu próprio título. E, convenhamos, temas desagradáveis para algumas pessoas que não se importam com coisa alguma que ocorre neste mundo, desde que não atinja a elas. Todavia, este mesmo blog quer insistir que essa vida é muito boa, apenas com um ligeiro detalhe: “que coisa boa essa vida” se torna ou pode se tornar, depende unicamente de cada um de nós, do modo como se encara o dia a dia, da maneira como se relaciona cada ser humano com o outro ser, independentemente de quem este último é. Resumindo, respeito ao semelhante é fundamental.

Assim, no momento em que este ano se encerra, não é preciso se dizer muita coisa. Ou melhor, não vamos perder tempo repetindo ou tentando mostrar os problemas do dia a dia que já se tornaram corriqueiros e por que não afirmar, comuns no nosso caos cotidiano.

Toda aflição do ser humano está relacionada com perdas. Todas as espécies de perdas. Este desespero faz parte da alma humana.

Por isso, no limiar de 2009, este blog vai deixar uma simples mensagem de Ano Novo para todos os seus leitores.

Mesmo que algumas perdas se tornem inevitáveis, motivadas por este estado de coisas globalizado ou mesmo por ações individuais, lute com todas as suas forças para manter a sua vida. Preserve-a. Nunca a perca de vista. Mas, sobretudo, não perca a fé em tudo de bom e a esperança de dias melhores.

A velha sabedoria popular, que já está ficando apagada pelo tempo, já dizia: “A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE MORRE”.

Este blog, pois, deseja que todos permaneçam no rumo da vida e que jamais percam a esperança de viverem melhor.
ATÉ 2009. Com dias melhores a gente deseja, embora sabendo que eles não vão cair do céu. Abraços, uma boa virada como se diz, mas cuide que não seja de bruços!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Uma sapatada na barata

Pode não ter sido politicamente correto, pode ter ferido a ética do profissional de jornalismo, mas seria cômico, se não fosse sério. O Presidente dos Estados Unidos quase levou uma sapatada no meio da cara. Poderia ter sido duas. Mas, o “amigo” Bush ainda está com os reflexos bons. Conseguiu se desviar. E o jornalista iraquiano, mesmo detido pelos seguranças, certamente terá seu nome incluído na história do mundo.
De vez em quando aparece alguém com a coragem suficiente para cometer um ato semelhante. Faz lembrar pouco tempo atrás, quando um nome importante do nosso cenário nacional levou umas bengaladas na cabeça, no recinto do Congresso Nacional. Só não ficou de cuca rachada, porque os seus reflexos também funcionaram a tempo.
Feitos para calçar os pés, sapatos até então tiveram algumas outras serventias. Para dar um belo pontapé na bunda de alguém, por exemplo. Mas com certeza, sua utilidade mais destrutiva foi para matar baratas. Bichinho nojento que só morre mesmo com uma boa sapatada. Neste século 21, o jornalista do Iraque provavelmente quis inventar uma nova função para tão útil objeto do vestuário. Não restam dúvidas de que menos violenta. Muito melhor que tiros e o sujeito alvo pode criar um trauma que o fará andar descalço para o resto da vida. Se a moda pegar...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

A nova e "divertida" modalidade na área educacional

“A culpa é de quem?” – pergunta a repórter a uma autoridade de Brasília. Falava-se sobre a violência nas escolas da capital federal e porque não dizer das demais cidades brasileiras. Agora, além do desrespeito aos professores, das ameaças em salas de aula, há também uma nova e “divertida” modalidade de violência na área educacional. São as brigas entre alunos, moças ou rapazes, num corpo a corpo onde vale tudo, filmadas pelos celulares dos próprios colegas, com o objetivo de se colocar na internet. Pesquise em seu computador ou veja os noticiários diários.
Ora, é a época, dirão alguns. É o mundo moderno, dirão muitos. Deve ser. Que fazer? Alguns anos atrás, escolas eram os lugares onde os alunos iam receber instrução, educação, disciplina. Houve tempo em que se ensinava, mesmo que em ligeiras pinceladas, civismo, respeito às pessoas e ao País, além, obviamente, das matérias previstas no currículo escolar. Os alunos, antes de entrarem em sala de aula, formavam diante da bandeira nacional, por ordem de idade ou de altura. Em muitos estabelecimentos de ensino havia ainda a execução do hino nacional. Havia noção de Pátria, os estudantes conheciam pelo menos um pouco dos hinos da independência e da bandeira. Os mais irrequietos, irreverentes, sempre eram punidos pelo mau exemplo que davam, se não obedecessem às determinações dos professores e da diretoria. Estes já não ganhavam bem no final do mês, mas eram respeitados pelos alunos, nem que fosse por meio de punições. Dizia-se “não” aos alunos bagunceiros.
Mas, como o tempo não pára, o mundo girou muito e tudo mudou. Dependendo dos valores que cada um tem na cabeça, mudou para pior ou para melhor. Por enquanto, é o que temos, é o quadro que estamos vendo diante dos nossos olhos, sejamos velhos ou mesmo jovens. As pessoas sem tempo, correndo atrás do dinheiro para a sobrevivência, com raros momentos para conversar com os filhos. E alguns ainda conseguem esses raros momentos. E mesmo os filhos que têm o diálogo em casa, não podem deixar de ir ao colégio onde irão reunir-se com os demais colegas, para assistir ou participar até mesmo das violências escolares.
Há muito que a droga também chegou à escola e com ela o restante de atos e fatos que a fazem fugir da sua finalidade principal. E o importante Ministério da Educação, o que tem feito nos últimos anos para administrar essa questão, essa grande mudança no ensino nacional que deve aterrorizar muitos pais e professores e, claro, muitos alunos? Tudo aponta para a desvalorização do ensino, da educação brasileira. Por mais que esse ministério tente fazer, ou pelo menos diz fazer para melhorar a qualidade do ensino. Já não basta, a desvalorização dos professores, dos próprios currículos escolares frágeis, no que exigem dos alunos atualmente, das faltas de vagas para atender à demanda da crescente população brasileira? Nos últimos anos, a educação que se deu ao País, a cultura do respeito aos mais velhos, ao semelhante, é esta que vemos adentrar nas escolas hoje, a ponto até mesmo de tirar sangue de pessoas?
Pode ser que tudo isto seja mesmo parte do mundo louco de hoje em dia. Mas se for, pelo amor de Deus, cidadão de bem, pegue o primeiro trem para Marte ou para Júpiter. Aqui, está ficando feio o troço! Não custa repetir que falta educação de verdade, séria, que leva o povo a uma cultura mais elevada. Falta competência para planejar isto, ou é mesmo aquela velha história de se deixar o povo burro, puxando carroça eternamente? É mesmo o velho jogo do poder, que privilegia poucos e deixa a maioria como serviçais subservientes? Se assim for, é mesmo um poder velho, de tão velho está podre, e que se arrasta há mais de cem anos.
Seja lá o que for, a violência nas escolas está imperando. E a falta de educação generalizada também, como parte principal de todo o processo. Já virou um verdadeiro buraco negro. Um buraco que só vai clarear com muito planejamento competente, muito dinheiro dos recursos públicos que vêm do povo, não custa repetir, e, para resumir, com muita vontade política, com muito desprendimento, com muito desejo de fazer o bem ao Brasil. Utopia?
Enquanto as coisas não acontecerem para o verdadeiro crescimento da educação, mamães e pais podem ir se preparando para um futuro breve, louco neste País. Não será para ninguém cair de costas, se mais adiante os alunos não incorporarem de vez, armamentos em seus materiais escolares. E as mãezinhas perguntarão aos seus filhinhos: “não se esqueça do fuzil, meu filhote!” Nesse ponto, as lancheiras com o sanduíche ou o dinheiro para o lanche na cantina escolar, não terão mais a menor importância.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Um estranho modo de amar a Pátria

Definitivamente o Brasil está perdendo o mínimo de civismo de que dispunha. E de patriotismo. O amor à Pátria, assim como o amor ao ser humano, está indo para o brejo. Prevalecem as cifras e o correr atrás delas. Tudo parece ter se tornado brega, na inversão de valores que assistimos diariamente, defronte dos nossos narizes. Gostar é brega, amar também é, demonstrar sentimentos de carinho, de solidariedade, de bons costumes também caíram na tarja rotulada de “brega”. No mundo moderno, da correria, da falta de tempo, não há espaço para o sentimento humano e as relações tornam-se superficiais.
Há o lado bom da tecnologia moderna, que acaba não tendo aproveitamento integral, no sentido de melhorar verdadeiramente a qualidade de vida, mas há o lado ruim que parece ser mais fácil de ser aproveitado, por conta de uma orientação ao ser humano, ou uma desorientação, que tornou os valores básicos das relações uma total inversão. Desse modo, todo um processo educacional que já não era lá essas coisas, descamba de vez para um buraco sem fundo, que fatalmente vai resultar num caos imenso para a existência do ser. Cada um sobre o planeta terá sua parcela de responsabilidade nesse processo, senão começar a pensar urgentemente para que veio a este mundo ou para que nasceu.
Felizmente, aqui, ali ou acolá, pessoas que têm certo peso diante da sociedade, têm alertado para esse evidente processo de deterioração que cresce a cada dia que passa. Claro é que governantes, políticos e outros cidadãos que se situam no topo da pirâmide social, têm grande parcela de culpa pelo problema. Grande parte da solução caberia a eles, com medidas eficazes para eliminar o cancro que se espalha. Todavia, estão muito ocupados com o poder e lutando por mais poder, apenas pelo poder. No Brasil, o processo educacional sempre foi precário, as medidas adotadas nunca conseguiram disseminar a instrução e a cultura em larga escala. Isso, aliás, é óbvio. Só não o é para analfabetos e semi-analfabetos, que ainda são muitos, milhões de seres. No entanto, tudo mostra que esse estado de coisas é muito bom para poucos e ruim para muitos. Muitos que, certamente, não percebem nada disso. Passam às cegas pela vida. E, de certo modo, felizes, acreditando no que ouvem dizer por aí. Ilusões e artificialismos que chegam a proporcionar frágeis benefícios.
Assim, chegamos aos dias atuais. Dias em que, como foi dito no início, os valores se inverteram. Ou talvez foram trocados por outros valores. Mas é preciso não se esquecer do verdadeiro significado da palavra VALOR. Será que os valores modernos são esses que vemos diariamente? Pais jogando filhos pelas janelas, bem como ex-mulheres; filhos matando avós e pais; pais que não sabem dizer não a seus filhos; a droga correndo solta em todos os pontos públicos e não tão públicos, com ou sem aglomeração humana; a escassez de segurança pública; a defesa comprada descaradamente por corruptos e bandidos; a falta de uma política prisional eficaz; a liberdade condicional a bandidos que se tornam cada vez mais bandidos; a falta de respeito aos mais idosos, que, quando estão bem de saúde, certamente são a memória viva de um povo; a falta de cordialidade, de civilidade, do bom dia, do boa noite, do muito obrigado, da atenção; e muitas outras coisas péssimas em pauta. Para encurtar, a falta de vergonha na cara.
É só parar um minuto para observar, em qualquer situação do dia a dia, e ver. Certo que, quem não estiver a fim de ver, não verá.
Dia 19 deste mês passou e com suas 24 horas passou a data dedicada à bandeira nacional. Passou em brancas nuvens. Se houve manifestação dos governos sobre o assunto, tanto o federal como os estaduais, foi uma manifestação discreta além da conta. A mídia, por intermédio da TV ou os principais jornais do País, não mencionou o fato. Cadê o civismo, a noção de pátria para as crianças? Cadê o exemplo que não veio do alto? Alguém aponte, se viu no dia, algum evento anunciado sobre a bandeira brasileira. Será que o hino à bandeira foi cantado no pátio das escolas brasileiras nesse dia? Será que a bandeira brasileira foi instituída para se resumir enrolada nos corpos dos atletas nacionais que ganham competições pelo mundo afora? O patriotismo, a cidadania, estão resumidos aos dias de eleições no Brasil? Todo esse comportamento moderno faz parecer que já depenaram todas as “palmeiras onde canta” ou pelo menos cantava “o sabiá”! Gonçalves Dias, considerado o grande poeta brasileiro do século 19, parece ter perdido seu tempo ao escrever tal poesia sobre a terra brasileira – a Canção do Exílio, quando estava em Portugal. Deve hoje ser considerado provavelmente um texto brega. Se é que ainda se sabe atualmente quem foi Gonçalves Dias.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Somos sem educação

Este blog parou um mês. Um mês silencioso observando o dia a dia. Um mês de fatos repetidos que sempre tornam pior a qualidade da vida humana. Um mês que ajudou a consolidar a idéia de que a falta de educação, de conhecimentos, de valores éticos, são o grande vazio. Essa ampla falta de educação geral é de verdade o pior dos males.
Milhares de fatos ocorreram nesse período. Todos influenciando as vidas de todos nós. Os comportamentos, os valores atuais são suficientes para mostrar como o mundo mudou e não apenas em decorrência do comprovado cientificamente aquecimento global. Buscar a vida boa no meio de tantas mudanças, eis a questão. Todavia, essa busca vale a pena, apesar de tudo que possa fazer cansar ou desanimar. Porém, com muita calma e paciência, mas muita mesmo, o ato de viver pode se tornar um aprendizado interessante. Mas é preciso muita garra, muita força, muita disposição para participar dessa grande competição que é a vida. Algo assim como buscar uma agulha num palheiro. E quando se encontra essa agulha é o mesmo que o encontro da felicidade. Por tudo isso, este blog vai continuar... Principalmente porque não temos educação, o mundo é mal educado.

sábado, 4 de outubro de 2008

Esse garoto é um espanto!

No meio desta semana, veio da Austrália, a notícia de um menino de sete anos, que entrou num zoológico e matou barbaramente treze animais para alimentar um crocodilo, Depois que tudo aconteceu, o pequeno jovem foi contido pela segurança do local. Foi um dia de intensa confusão no tranqüilo parque, que reúne variados bichos, mansos e ferozes, tumultuado apenas pelo ato inconseqüente do pequeno ser humano.
Esse garoto é um espanto. Não vou julgá-lo, nem a seus pais. Deixo isto para a polícia e para a justiça australiana, obviamente. Claro que o guri não vai ser preso, nem lá e nem o seria aqui. Todavia, só quero dizer que o menino talvez reflita o mundo contemporâneo, a modernidade, os efeitos da tecnologia e da má educação geral.
O garoto australiano matou animais em prol de um crocodilo, que certamente ele admira muito pela força dos seus dentes. Não podemos esquecer que por aqui crianças estudantes já vão armadas para as escolas e, se o professor bobear, leva porrada ou cadeirada na cabeça. Talvez, crianças com esse comportamento sejam resultado de uma época, onde a exaltação dos direitos da criança tenha se excedido. Ou de games violentos, aqueles de matar a esmo, presenteados de montão no Dia da Criança e no Natal. Seja o que for, a coisa está ficando feia. Meninada sem limites, tal qual muitos adultos. Desse modo, o mundo pode caminhar para uma especial revisão das leis e quem sabe para a criação de presídios mirins. Quem garante que em 2100 não será assim? Com uma infância extremamente precoce.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Estrangeiros aqui, ali e por lá!


Alguma coisa não está “batendo” direito. Ou estão tratando mesmo com todo o desrespeito, os brasileiros que vão ao exterior, ao chegarem, agora, mais precisamente aos aeroportos de Lisboa e Madri para turismo na Europa, ou então está ocorrendo uma tremenda tentativa de muitos de nossos patrícios, de ganhar a vida lá fora, ficar por lá de vez. Estaria a comunidade européia defendendo-se da invasão?
Se for a primeira hipótese, já passou da hora de nossas autoridades tomarem providências para coibir o abuso. Afinal, a recíproca não é verdadeira. Estrangeiros aqui sempre foram bem tratados, bem recebidos. Atualmente podem ficar amedrontados com a violência de nossas cidades, mas isto é um outro problema brasileiro. Não existe para atingir estrangeiros. O sul do Brasil é um exemplo maior de como fomos e somos receptivos com as colônias estrangeiras que lá existem. Arriscaria dizer que o Brasil é um celeiro para os que vêm de fora. Somos abertos, para não dizer arreganhados. Estrangeiros cuidam dos nossos metrôs, das nossas operadoras de telefonia celular e fixa, instalam-se na Amazônia, candidatam-se a operar praças de pedágio em nossas rodovias, criam organismos internacionais aqui dentro do nosso País. Isto para falar somente um pouquinho dessa grande integração de pessoas de outros países por aqui.
Se as deportações que estão acontecendo são relativas à segunda hipótese, aí a porca torce o rabo. O Brasil não está indo tão bem? Por que esse desejo então de brasileiros quererem morar na Europa? Lavar pratos, lavar chão, sujeitarem-se sempre a serviços de segunda e terceira, sem falar da prostituição, para poderem mandar uma grana para seus familiares viverem melhor aqui? Algo está mesmo errado. Antes, o alvo era os Estados Unidos, até que o cerco apertou por lá. O próprio México exige agora o visto aos brasileiros em acordo com os States. A partir daí parece que o nosso povo passou a enxergar uma outra porta mais perto – Lisboa ou Madri. Seria isso?
Seja qualquer uma das hipóteses acima, parece que estamos precisando reconquistar ou conquistar nossa dignidade. Imaginem, se aqui dentro está difícil e olhamos para o exterior e de lá nos botam para correr! Assim sendo, já passou da hora de fazermos algo e para isso é preciso competência. É necessário que nossos diplomatas coloquem toda a sua diplomacia à mostra. Além de tudo, precisamos ter dignidade dentro e fora do nosso País. Volto a pensar que algo não se encaixa direito. Nossa grande companhia aérea – a Varig, acabou. Ligava o Brasil a inúmeros destinos no mundo. A outra Varig que aí está, podemos dizer que está engatinhando. E comprovamos que uma outra companhia aérea estrangeira, européia, tomou conta de muitos de nossos aeroportos, fazendo vôos diretos para Lisboa e de lá para outras cidades da Europa. O engraçado disso é que estrangeiros estão agora carregando brasileiros para a Europa e quando estes lá chegam, correm o risco de serem deportados para o Brasil. Sem banho, sem reembolso de passagem, humilhados.
Será que a nossa sina será sempre fazer concessões aos estrangeiros, em detrimento de nós próprios? Nada contra os estrangeiros, mas não podemos mais ser idiotas.

domingo, 28 de setembro de 2008

Doces, de ontem e de hoje

Ontem, 27 de setembro, foi o dia de Cosme e Damião. Alguém lembra disso? Talvez o pessoal mais maduro lembre. Possivelmente os adeptos da umbanda devem lembrar. O dia dos santos que eram crianças. Mas, não quero falar de religiosidade, de santos. Quero falar apenas de crianças. As de carne e osso.
Volto ao meu tempo de menino no Rio de Janeiro. Naquela época, pouco mais de cinqüenta anos passados, o dia 27 de setembro era aguardado pela meninada, pelo menos aquela que vivia nos subúrbios cariocas, com uma certa expectativa, talvez até uma certa ansiedade. Era o dia de comer doces. Cocadas, pés de moleque, balas, bombons, bolos, balas e toda a sorte de guloseimas. Muita gente “dava” doces nesse dia. Meninos e meninas, após a volta da escola, ficavam de olho nas casas da vizinhança, esperando um sinal da dona da casa, de que estava na hora de distribuir os saquinhos cheios daquelas coisas boas. Alguns nem almoçavam, outros não queriam ir à escola. Algumas casas, a fim de garantir a boa ordem na distribuição dos doces, espalhavam em dias anteriores, pelas redondezas, um cartãozinho com o local e hora da entrega esperada.
Na verdade, naquela época, o dia 27 de setembro superava o Dia da Criança, comemorado em 12 de outubro, mas que não tinha a intensidade da comemoração que tem hoje. O negócio bom era a distribuição farta de doces de graça. Adultos nessa ocasião pagavam promessas feitas aos dois santos e a forma era “agradar” as crianças. Mas, a garotada não sabia disso de fato. Poucos sabiam e entendiam. A maioria queria somente os doces e a diversão. Poderíamos dizer que era uma data no calendário. Pelo menos no do Rio de Janeiro.
No entanto, como o tempo passa e tudo muda, hoje em dia creio que os meninos não sabem que isso um dia aconteceu. Creio que hoje esperam mesmo o Dia das Crianças para ganhar presentes que vêm nos anúncios da televisão e nos shoppings. Do que já pude observar, ganham hoje presentes de modo mecânico em sua maioria. Os menos favorecidos provavelmente acabam frustrados. Talvez alguns poucos sintam aquela verdadeira e inocente alegria por receber algo tão esperado para brincar.
O 27 de setembro só movia o comércio dos doces. O dos brinquedos ficava chupando os dedos. Alguns gatos pingados abonados compravam brinquedos por conta do 12 de outubro. Voltando a essa época dos doces distribuídos, uma coisa que me marcou muito foi ver que a carência sempre foi uma tônica em nossas populações menos favorecidas. Lembro-me que muitas mães vinham de longe, armadas de grandes sacolas, junto com seus filhos em busca das casas que estavam distribuindo aquela fartura de doces. Havia uma verdadeira disputa para ver quem conseguia obter mais saquinhos. Pode ser que tenha sido aí que essa festa, essa alegria para as crianças, tenha começado a acabar. Os que distribuíam doces, talvez com medo de acontecer uma tremenda luta por doces, começaram a desistir e passaram certamente a fazer outros tipos de promessas. E o comércio dos brinquedos certamente agradeceu.
De qualquer modo foi um tempo que ficou na lembrança. Na essência, uma boa lembrança. Não se ouvia falar de tantas crianças que cheirassem cola, usassem drogas, portassem armas ou metessem a porrada em professores em salas de aula. A população era menor e o respeito era mais considerado. Passados os anos, surgiram novas idéias, muita gente nasceu, organizações ditaram novas regras, o mundo globalizou e...Bem, Cosme e Damião desapareceram. Se eram santos e ainda o são, devem estar no céu, bem quietinhos. Tem gente que ainda garante que eles continuam protegendo as criancinhas de hoje. Tomara. Só que dois não bastam. Se for o caso, vamos precisar de um batalhão de meninos santos. Que desçam do céu então!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Obrigado e cuidado para os ursos não te lamberem

Hoje somente vou agradecer. Dizer OBRIGADO a quem se dá ao trabalho de vir até este espaço e ler o que escrevo a título de refletir um pouquinho sobre a vida. Gostaria que as pessoas colocassem mais suas opiniões ou reflexões sobre o que quisessem, mas reconheço que não é muito fácil esse processo.
Não abordo assuntos ou faço determinadas colocações porque sou uma pessoa “certinha” ou “boazinha”. Aliás, odeio esses títulos. São verdadeiros tiros de misericórdia. É melhor um bom xingamento. Como eu mesmo faço em algumas ocasiões.
Sempre gostei de questionar algumas coisas. Talvez herança de meu pai. Provavelmente porque sou jornalista. Aceitar tudo como vaquinha de presépio nunca foi comigo. Alguns temas me fascinam e me envolvem. Até pisei um pouco no freio por conta de conselhos de alguns bons amigos. Afinal, por que enfartar, não é mesmo, se quem nasceu para encher o saco dos outros vai continuar enchendo até o final de tudo? Por outro lado, creio também que não podemos ficar com mordaça na boca. Não vim a este mundo somente para me divertir. Tenho certeza. E o trabalho não precisa ser grandioso, desses que se colocam placas com nomes.
Creio também que não vou mudar e que não vou conseguir mudar nada. Apenas idéias, trocadas, assimiladas e digeridas, é que podem formar uma nova consciência em qualquer grupo. É um trabalho conjunto. O mundo hoje, digamos, está um pouco “confuso”, para não dizer outra coisa que possa parecer pior. Por isso, reafirmo, mudanças para melhor não dependem de um ou dois, dependem de todos nós juntos. Que nem resultado de eleição. O problema é que é muita gente para reunir e unir.
Olhando para trás, não posso deixar de me lembrar de pensamentos dos grandes pensadores e escritores que passaram por este mundo. Exemplifico citando Platão, Sócrates, Aristóteles, para não falar de uma imensa lista. No Brasil, grandes escritores deixaram seus pensamentos. Ocorre-me a figura de Mário Quintana. As gerações mais antigas tiveram mais contato com esses nomes. Não sei dizer se os jovens hoje já ouviram pelo menos esses nomes. Converso com muitos jovens e ainda não os ouvi falar a respeito. Não sei se fico com pena ou se é aquela história do “novo que sempre vem”. Bem, cada um é cada um e vamos respeitar. Em todo caso, deixarei abaixo algumas citações interessantes desses autores. Um bom dia a todos, obrigado e tudo de bom por essa vida. Falando sério, tão curta e rapidinha. Até que poderia ser um pouquinho mais longa...Apesar dos pesares, é muito bom viver. Uma verdadeira viagem que pode ser muito legal!

Frases de grandes pensadores:

A vida que não passamos em revista, sem reflexão, não vale a pena viver. (Sócrates)

Só quem entende a beleza do perdão, pode julgar seus semelhantes. (Sócrates)

Pessoas normais falam sobre coisas, pessoas inteligentes falam sobre idéias, pessoas mesquinhas falam sobre pessoas. (Platão)

Se você anda repetindo muito “eu preciso tanto de você” ou “você é a razão da minha vida, cuide-se. (Aristóteles)

A Arte de Ser Bom
Sê bom. Mas ao coração prudência e cautela ajunta. Quem todo de mel se unta, os ursos o lamberão. (Mário Quintana)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Deixe o carro na garagem...(RISOS)


Nessa vida há muita gente com boas idéias. E muitos trabalham para construir coisas boas, contrariando outros muitos que só estão a fim de se dar bem, ou seja, não fazer nada e ganhar muito dinheiro. Mas, mesmo as boas idéias e o trabalho nem sempre conseguem atingir resultados esperados. Hoje, por exemplo, foi o Dia Mundial sem Carro. Uma idéia muito boa em países onde o povo dispõe de transporte público adequado ou anda, em massa, de bicicleta. Quando nasceu, já encontrou a bicicleta esperando ao lado do berço. Esperar bom resultado dessa campanha no Brasil? É brincadeira!
Não estou falando bobagem. A mídia hoje mostrou a reação do nosso povo, nas grandes cidades brasileiras. Já é um problema cultural. Como fazer as pessoas deixarem o carro na garagem e pegar ônibus ou metrô, ou melhor, como fazer essas pessoas irem de bicicleta para o trabalho ou às compras? Brincadeira! Essa campanha tinha que ter começado quando Cabral aportou por aqui em 1500.
Claro, não havia carro nem bicicleta àquela época do descobrimento do Brasil! Nem vou falar de cidades como Rio e São Paulo, onde há um sistema de metrô e um razoável transporte por ônibus, embora existam milhões de habitantes por lá. Digamos que por lá o transporte público quebre o galho para o povo e ao mesmo tempo seja um sistema caótico no que tange aos congestionamentos. Como esperar que dentre aqueles milhões, alguém fosse pegar uma bicicleta no dia de hoje e ser atropelado no primeiro cruzamento!
Vou falar da capital federal, Brasília, que conheço há anos e bem. A cidade dos automóveis e onde o transporte público eu diria “exótico” em relação às cidades tradicionais do País. Uma cidade com 48 anos de vida e eternos problemas de transporte. Não vou dizer que os governos locais nada têm feito em relação ao problema. Fizeram, o atual está fazendo, mas longe de solucionar a questão a ponto de induzir sua população a usar bicicleta para se locomover ao trabalho. Só para quem não vive em Brasília há anos ou não conhece a mentalidade reinante por aqui. Brasília ainda é e talvez seja por muito tempo sinônimo de automóvel. Quem ainda não tem, se vira para comprar um, mesmo velho. Criou-se até um local de vendas imenso, chamado Cidade dos Automóveis. Arriscaria dizer que quem não possui veículo automotor por aqui, quase não é considerado gente na cidade. É desumano, mas é assim e pode quem quiser dizer que estou exagerando. Carro é título, dá status em Brasília, tal qual o lugar onde se mora e a roupa que se veste. Isso deveria mudar, mas até agora...
Brasília é linda, arquitetura intrigante, traçado moderno com seus largos eixos de rolamento. Uma cidade realmente diferente de todo o Brasil. Deveria mudar sua mentalidade também. Fazê-la de primeiro mundo. Torná-la linda, maravilhosa perante as demais cidades. Dar até exemplo de “cabeça boa”, como pensante que é para o País.
Como então esperar que a capital federal aderisse ao Dia Mundial sem Carro? Mesmo com o atual governo do Distrito Federal anunciando 42 quilômetros de ciclovias, que, no máximo, são utilizadas para o esporte e lazer. Menos mal que seja esse o uso de verdade. Amigos e conhecidos meus já manifestaram o seu “horror” de ter que pegar transporte público em Brasília. Imaginem os engravatados locais chegando aos Ministérios de bicicleta? Vá fazer utopia assim lá...
Seja em Brasília ou qualquer outra cidade brasileira, fazer uso maciço da bicicleta ou do transporte público, será um passo que vai requerer muito trabalho e investimentos. E, sobretudo, mudança de mentalidade que deverá começar por nossas criancinhas. Mudança que deverá usar os currículos escolares da primeira infância. Estou falando sério. Cidadania por completo e não apenas para as eleições. Por enquanto, o que se tem é o que se vê. E quem se utiliza do transporte público que se tem no momento, é porque não há outro jeito. Pendurado ou amassado tem que se chegar ao trabalho. Bicicleta por enquanto só para lazer, esporte de trilhas. Pode ser que uns gatos pingados tivessem coragem de usá-la como transporte do cotidiano.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Valorizar-se e ser feliz na maior idade, eis a questão

Se existe uma coisa que melhorou muito no Brasil, é o tratamento dispensado atualmente ao pessoal da chamada terceira idade. Claro que ainda há resquícios do modo desumano e antigo de se lidar com os mais velhos, todavia, evidentemente, uma nova cultura está se formando em torno do tema. A política, traçada e desenvolvida por governos passados e também seguida e estimulada pelo atual, vem conseguindo atingir seus objetivos. Parece que, finalmente, todo mundo se deparou com a possibilidade de ficar mais velho um dia. Um processo, digamos, irreversível.
Falo em “possibilidade” porque, por mais que lamentemos, um grande número de jovens vem morrendo prematuramente, resultado de inúmeros aspectos negativos do mundo contemporâneo. São os estúpidos acidentes de tráfego, são as drogas, são as guerras urbanas por conta do narcotráfico e outras violências geradas dentro da sociedade moderna. Por isso, agora, passar dos 50 e chegar aos 60 anos de idade, já é motivo de muita comemoração para quem consegue a façanha.
Por outro lado, várias instituições, organizações, fazem várias campanhas em prol das pessoas de mais idade. O “velho” de hoje está longe de ser aquele “velho” dos tempos dos nossos avós. O conceito de “velho” vem se alterando através dos últimos anos, perdendo aquele significado pejorativo de antes. Velho, na verdade, deve ser coisa mesmo para museu e mesmo em museu tem que ser limpo e conservado, senão o museu perde a graça.
As pessoas de mais de 60 anos hoje conquistaram alguns privilégios e não devem e nem têm que reverenciar ninguém por causa disso. Finalmente caiu a ficha em muitas cabeças. Os jovens que aí estão, nunca é demais lembrar que, se estão, é por conta dos mais velhos. O que esses jovens encontram no mundo é o resultado do trabalho de seus pais e avós. E eles não têm outra alternativa a não ser aperfeiçoar esse trabalho, se quiserem um mundo melhor. O bom de hoje em dia é que houve um aumento do nível de respeito em relação às pessoas de mais idade. Não posso deixar de dizer que a mídia também tem colaborado muito nesse sentido.
Noutro dia, dentro de uma matéria sobre o comportamento atual das pessoas mais idosas, detive-me na resposta de um entrevistado. Um homem de mais de 60 anos. A repórter lhe perguntou algo sobre como ele se sentia por ter passado daquela idade. O homem respondeu com firmeza: “sei que estou mais perto da morte, mas não me preocupa isso. Ocupo-me em viver. O tempo que me resta não importa. Só me importo em ser feliz”. Considerando-se que a resposta foi sincera, não há outra opção a não ser afirmar que isso é um sinal de sabedoria, da maturidade verdadeira.
Só resta ainda torcer que essa nova mentalidade, em torno do grupo da terceira idade, sirva para a busca de soluções destinada a uma grande parcela dessa faixa etária. Aquela parcela da população que chega à esse ponto da vida sem recursos para sobrevivência básica, ou com a minguada aposentadoria do INSS ou, pior, sem obtê-la pela total falta de orientação ao longo da vida.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

"Nada como um dia após o outro"...

Creio que ninguém tem dúvidas de que o mundo tem passado por grandes mudanças dos valores humanos. Isso é praticamente óbvio. O que valia ontem, hoje não vale mais, o que era pela manhã, à noite é capaz de ter se transformado. Houve um enorme salto do final do século passado para este século 21. As mudanças tecnológicas são vertiginosas. O consumismo desenfreou. O homem se distanciou do homem. Do contato pessoal passamos ao contato virtual. Ninguém tem tempo. Muitos já não dispõem disso para conversar. Mas, este é o mundo atual, onde o aquecimento global é o tema da moda.
Noutro dia eu escrevi sobre o “novo”, que sempre vem. Ou seja, os tempos vêm com os mais jovens e os tempos se vão com os mais velhos. Nada tenho contra esse “novo”. Creio que quem está vivo deve ter pelo menos um nível de aceitação ao que acaba de chegar. De nada adianta lutar contra a correnteza, embora há momentos em que a gente não pode deixar de sentir saudades de alguns valores do passado. Isso, claro, quem sente são os mais velhos.
Esta semana alguém me dizia sobre a perda dos bons valores, aliás, simples valores que faziam parte do cotidiano, como, por exemplo, dar bom dia, boa noite, pedir “por favor”, dizer “obrigado”, com licença e outras expressões de gentileza e atenção. Fico pensando que tais palavras parecem ter caído em desuso, tal como o curtir alguém, amar alguém, ser feliz por estar amando, tornaram-se coisas bregas, cafonas nos tempos mais modernos. Ou é desse jeito ou então muita gente finge acompanhar esse modismo e no íntimo sente que muita coisa boa não poderia ter acabado. Ora, pensando bem, por que a coisa boa, que faz bem ao ser, tem que terminar, ou melhor, tem que ser suprimida da vida, do cotidiano?
Do mesmo modo, expressões da sabedoria popular (isto então é uma coisa muito antiga, do tempo talvez dos meus avós) parece que desapareceram. Coisas do tipo “mais vale um pássaro na mão, do que dois voando”; “cavalo dado não se olha os dentes”; “nada como um dia após o outro”; e milhares de outras, se ditas hoje, provavelmente soarão como expressões “idiotas”, nem mesmo idiomáticas e muito menos da sabedoria popular. O que não posso deixar de pensar é que, nos tempos idos, parece que o povo pensava e raciocinava mais sobre a vida, até porque esta devia ser bem mais simples. Certamente os valores espirituais prevaleciam sobre os valores do corpo. Não existiam tantos apelos e tantas ofertas para o consumo, que agora é imenso. Aliás, consumo atual de determinadas coisas que, se parássemos para pensar, certamente deixaríamos de lado. O problema é, “parar para pensar”. Por isso que vou encerrar este breve comentário com a expressão antiga “Nada como um dia após o outro!” Se arranjarmos um tempinho para pensar um pouco nessa frase, possivelmente iremos compreender o seu profundo significado. Aquilo que muita gente antiga passou pela vida e conseguiu entender.

sábado, 13 de setembro de 2008

Acredite se quiser, você decide...

(obra maravilhosa do cerrado)
Li hoje, no noticiário pela internet, que o nosso Presidente afirmou em evento, no Rio de Janeiro, que o Brasil “está vivendo um momento maravilhoso”. Em seguida, ouvi em noticiário da Rádio Nacional de Brasília, que a classe média brasileira já atingiu a metade da nossa população, através de uma pesquisa realizada, não me lembro por que entidade. Ou seja, quase 90 milhões de pessoas já devem ter uma renda condizente com essa classe, devem possuir casa e carro próprios, além de ter boa escolaridade e outros atributos que fazem com que vivam uma vida tranqüila e com conforto mínimo.
Não sei, deu-me a impressão que está na hora de se rever urgentemente os conceitos relativos a uma classificação social dessa natureza. Ou então, criar-se um coral para que, nesses momentos ufanistas, possa gritar: “Menos, menos, menos!” Obviamente, essa classe média brasileira não tem nada a ver com a classe média de países do chamado primeiro mundo. Continuo pensando em 90 milhões de seres com vida equilibrada, filhos na escola, poupança no banco, etc. Gostaria dos parâmetros de quem efetuou a pesquisa. De repente a análise foi feita levando-se em conta países da África, alguns da própria América do Sul e outros da Ásia, como por exemplo, a Índia.
Por outro lado, o “momento maravilhoso” que vivemos, talvez seja por conta da descoberta de grandes jazidas de petróleo, seis quilômetros abaixo da superfície do oceano e debaixo da camada do pré-sal, e ainda por outras coisas que o governo tem anunciado como melhorias para a população. Todavia, tenho escutado também muita gente falando que o Brasil está melhorando muito. Tudo bem, não vou querer e não sou pessimista, mas seria bom que essas pessoas explicassem onde e como. Eu não estou querendo contestar. Estou querendo acreditar neste País. De verdade, porque já vi muita gente que acreditou, morrer acreditando.
No dia a dia, na prática, torna-se complicado o crédito a tais afirmativas, quando passamos nas portas de hospitais e observamos que o Sistema Único de Saúde não dá conta de atender aos milhares de sofredores que querem atendimento diariamente. Não dá para se entender o porque, pelo menos as nossas principais rodovias não oferecem o conforto e a segurança necessária ao tráfego intenso sobre elas. Já sei até a explicação: “nossa malha rodoviária é extensa demais, os investimentos necessários são altíssimos”, etc, etc. E aí a solução que melhora um pouco é privatizar o sistema rodoviário e cobrar pedágio aos interessados em passar pelas estradas.
Queria acreditar mesmo que tudo está caminhando para o maravilhoso. Mas sou meio São Tomé, que só acredita vendo ou em alguém que mate a cobra e mostre o pau. Não confundir com outras coisas. Pau aí apenas representa algo concreto, visível a olho nu, real. Enquanto isso, momento maravilhoso mesmo foi o que flagrei com a minha câmera hoje ao final da tarde. Uma flor do cerrado, com toda a seca que Brasília está atravessando nos últimos dias, desabrochou e se mostrou verdadeiramente maravilhosa. Isto sim é puro, verdadeiro, maravilhoso.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Economizar no verão? Compre fósforos e velas.

Dia 19 de outubro próximo, vai começar aquele horroroso horário de verão. Vamos economizar energia. Vamos? Alguns dizem que sim, categoricamente. Outros dizem que sim, timidamente, como nesta semana assisti uma autoridade de Brasília falando sobre o assunto. Todavia, eu só não entendo uma coisa: o por que, a minha conta de energia elétrica e a de todas as pessoas que eu conheço nas regiões onde o horário é implantado, não sofre uma redução em reais naqueles meses de seu funcionamento. Mas nem uns dez centavos a menos! Alguém explique. Se bobear ocorre aumento de tarifa.
Desculpem-me, mas alguém tem que me arranjar algo para fazer, para que não me sobre tempo para pensar. Consegui chegar a uma fase da vida onde o tempo me sobra para raciocinar sobre algumas coisas que a maioria não consegue pensar. O que minha observação pessoal me diz, sobre esse horário implantado no Brasil há mais de 30 anos, é que se trata de um artifício que deixa o povo cansado, desgastado. Incrível porque muita gente hoje reclama que o tempo “está passando muito rápido”. E aí inventaram uma coisa que ainda acelera mais o tempo. Não se trata apenas de uma hora a mais no horário normal.
Trata-se de uma hora a mais, que faz com que façamos tudo numa antecipação louca, que se transforma numa progressão geométrica. Certa vez, li um artigo sobre isso e nunca mais esqueci. Agora, vai falar isso para quem inventou essa modalidade. Surgirão todos os discursos sobre uma hipotética economia de consumo de energia. No fundo, gostaria de saber para onde vai tanta economia assim, que vale a pena manter essa história ano após ano.
Horário de verão, que, na verdade começa na primavera, é muito bom para aqueles que têm privilégios nos horários de entrada e saída no trabalho. Para aqueles que, no horário normal, já começam o trabalho, com muito boa vontade, às 10 da manhã, e com má vontade, por volta do meio dia. E que sempre têm uma reunião de trabalho ao final da tarde, fora do seu espaço físico de labuta. Aí a gente certamente vai encontrar esse pessoal em shoppings ou em locais de “happy hours”. O infeliz que tem que bater ponto, com muita sorte, às 8 da matina, e muitos outros que entram às 6 ou 7 no batente, esses, coitados, já chegam tarde em casa e acordam mais cedo ainda, pois, geralmente, moram lá onde o vento faz a curva. Acostumados no horário normal a acordarem já às 4 da manhã, na verdade são três da madrugada, ou seja, esses vão para o trabalho cambaleando de sono, mas talvez até felizes em prol de tanta economia para o País.
Somos de uma cultura acostumada a copiar coisas de outros países, que geralmente não combinam com a nossa realidade. Sempre me pergunto porque coisas boas de fato a gente acaba não imitando. Por exemplo: sabe aquela coisa de um carro correndo atrás do outro em perseguição louca a outro carro, na via urbana? Pois é, a gente também copiou. Inclusive uma coisa irritante.
É isso aí. O novo decreto para mais um novo horário de verão já está no ar. Que fazer? Quando vão perceber que a incidência solar, mesmo no verão do hemisfério sul, é muito menor em termos de horas do que no hemisfério norte, em regiões que se situam bem acima do trópico de câncer? Economia na sua conta de energia? Só se você viajar o verão inteiro e deixar todos os disjuntores da casa desligados.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

De encontro ao novo

(foto extraída do site da Nasa)


Quando uma criança nasce e logo depois começa a descobrir o mundo que a rodeia, aí começa uma nova época que vai pertencer a uma nova geração. A partir daí, obviamente, a tendência é que o velho vai ficando para trás. É sempre assim. É cruel, mas é sempre assim.
Com o tempo passando, essa criança vira jovem, amadurece e aí percebe que o “novo sempre vem”. Aliás, a letra de uma música cantada pela imortal Elis Regina, já dizia isso. Acompanhar esse novo que sempre vem pode se tornar, muitas das vezes, uma coisa difícil de ser aceita pelos mais velhos. E é nesse ponto que temos de nos convencer de que o novo é o que é presente. O resto, que tinha sido novo, acabou velho e ficou para trás, passou, não existe mais. Pode até ficar a saudade. Mas ninguém pode viver de saudade.
E de novo em novo, chegamos aos tempos atuais, das modernas tecnologias, do mundo globalizado pela velocidade da informação, pelos telefones celulares, pelos velozes aviões que em algumas horas atravessam oceanos e chegam do outro lado do planeta. Chegamos aos tempos dos contatos virtuais pela internet, das mensagens instantâneas enviadas pelos sinais dos celulares. É um novo tempo da pressa, da correria atrás da sobrevivência e da competição. Afinal é sempre muita gente correndo atrás de um mesmo objetivo. Assim chega-se às vezes a um “salve-se quem puder”.
Penso então que não temos muitas alternativas. Ou a gente aceita a nova época, que atualmente sofre mutações muito mais vertiginosas do que em tempos passados, ou corremos o risco de nos tornarmos peças de museu. Quando falo em aceitar, falo no sentido de tolerância. E essa tolerância não significa que tenhamos que seguir todas as regras do mundo moderno, pois haveria momentos em que correríamos o risco de cair no ridículo Por isso sempre é bom ter um espelho por perto. O pior de tudo para nós, que já vivemos algumas épocas novas, é ter que tolerar algumas coisas. Aí é um problema de cada um, bem individual mesmo. Pode ser que assistir a tudo em silêncio seja uma boa solução.
Não sei se estamos caminhando para um tempo onde todas as atividades humanas estão se resumindo a uma tela de computador. Os bem mais novos, dá para se compreender, não percebem muito isso, talvez. Afinal, já encontraram a época desse jeito.
Todavia, nunca é demais lembrar que nada substitui o contato pessoal, o abraço entre dois seres, o calor da pele, o calor da voz sem microfones, o olho no olho. Real, ao vivo. Isso não é nada demais, não sairá de época nunca. Isso é apenas o que de melhor pode haver no humano. O virtual é somente uma novidade da tecnologia. Que pode causar boas surpresas, mas pode também assustar.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Grampos que arrepiam os cabelos

Praticamente há uma semana eu estou ouvindo e vendo na mídia essas matérias sobre os grampos telefônicos nas esferas dos poderes da República. Sinceramente, não agüento mais este assunto. Aliás, nem estou lendo, nem vendo mais nada que se relacione a isso, apesar de saber que, o ato de grampear os telefones, é um fato que fere a Constituição e o Estado Democrático. Todavia, todos sabemos que, a qualquer tempo, uma coisinha aqui ou outra ali também fere o direito do cidadão simples mortal, que paga seus impostos todos os anos e nem por isso a gritaria em torno dessa ferida dura tanto tempo. Ou melhor, a gritaria nem é ouvida.
Para falar a verdade, até onde eu sabia, esse negócio de grampo era coisa de mulher usar para prender os cabelos. Mas como tudo muda nessa vida...Agora os grampos arrepiam.
Seria bem melhor que a mídia pudesse divulgar insistentemente que as nossas estradas federais, estaduais e municipais foram todas restauradas e que agora a gente vai poder trafegar com bastante segurança por elas. Muito melhor seria ouvir e ler que a educação do nosso povo caminhou milhas para frente e que a cultura de massa se elevou para um nível melhor. Ou que as pessoas agora não precisam mais esperar horas ou até dias para serem atendidas num hospital público. Olha, seria melhor ouvir e ler tanta coisa melhor...
Mas, como há anos e anos, ouço que as coisas estão melhorando...Vamos então aguardar.
Enquanto a gente espera, esses grampeadores poderiam colocar os tais grampos nas portas dos hospitais, nas plataformas de trens de subúrbio nas cidades, nos ônibus interestaduais que trafegam por nossas rodovias e em outros lugares onde o povo sempre se junta. Talvez ficassem surpresos com os comentários que iriam ouvir. E com certeza, nem tudo seriam flores.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Não deixe queimar essa beleza brasileira


( essas imagens foram tiradas dentro de um dos parques de Brasília)

Hoje cedo, li na internet que, ontem, foram registrados cerca de 220 casos de focos de queimadas pelo Brasil. Nunca é demais lembrar que nesta época de seca esse fato se repete todos os anos. Seja queimada provocada pelo homem ou espontânea – a chamada combustão espontânea, que dizem ser muito comum no cerrado brasileiro, o fato é que incêndio na natureza não é uma boa para a vida do planeta.
Portanto, aproveito este espaço para solicitar, àqueles que lerem este texto, que repassem essa informação. Relembro, nunca é demais pedir isso. É a nossa saúde, nossa vida e a da fauna nacional.
Aqui em Brasília e praticamente em toda a região centro-oeste, é muito comum esse tipo de situação que destrói parte do cerrado brasileiro, agride o solo e mata os animais e plantas. Muita gente pode saber – mas muita gente ainda não sabe, que a recomposição desse tipo de vegetação leva muito tempo e altera a vida ambiental. E, pior, colabora, com o clima já predominantemente seco, para violentar a saúde do homem que vive no planalto central brasileiro. Em resumo, suga a água do nosso próprio corpo, que é composto em sua maior parte desse elemento sinônimo de vida.
Muita gente pode pensar que o cerrado é um tipo de mata retorcida e seca nesta época do ano. Todavia, o cerrado talvez seja, diferentemente das tradicionais florestas tropicais, uma das coisas mais belas que a natureza criou. Guarda seus mistérios e por incrível que possa parecer aos leigos sobre o assunto, conserva a água no subsolo, mesmo que na superfície tudo esteja aparentemente seco e retorcido. Só mesmo tendo a oportunidade de adentrar na vegetação do cerrado nesta época do ano, o visitante poderá descobrir flores típicas e árvores exóticas, que conseguem demonstrar um outro aspecto de vida exuberante. Coisas da natureza que nos mostra uma vida muito boa, apesar de tudo. Talvez sejam cenários que nos fazem esquecer, relaxar, nem que seja por minutos, de todas as pragas provocadas pelo bicho homem.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Esses anexos maravilhosos


Recebo quase todos os dias, vários e-mails, com anexos maravilhosos que contêm mensagens lindas sobre as relações humanas e as melhores formas de encarar a vida. Alguns desses anexos são tão bonitos que não resisto. Guardo-os em uma pasta em meu computador, já criada para tal finalidade. Obviamente faço esse arquivo porque os textos e imagens são tão expressivos, que poderiam compor um incrível livro de receitas sobre como viver bem, do melhor modo com as pessoas e como encarar o lado bom, positivo da vida. Há belas imagens também, que certamente foram feitas em vários pontos do planeta. Aliás, ninguém pode mesmo dizer que neste mundo não existem lugares naturais fantásticos. Pena que a humanidade está tentando acabar com todos eles.
Ora, se fôssemos nos basear nesses anexos que recebemos, assim, do modo como descrevi, poderíamos quase afirmar que, os problemas das relações do homem com o mundo e com o próprio homem, estariam praticamente resolvidos. Mas, de qualquer forma, admiro o trabalho que algumas pessoas interessadas têm, em montar esses “slides show” que tentam passar, alguns com músicas surpreendentes de tão lindas, mensagens de bom viver, de paz, de amor para todos nós, que navegamos no mundo moderno da comunicação pela internet. Esse é o lado bom do mundo contemporâneo. Resta esperar apenas que nós, internautas, estejamos sensíveis a essas mensagens e, melhor, para colocá-las em prática.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Ser ágil, renovar é preciso!


Renovar é preciso. Sou consciente disso. Ontem, alguém me disse que sou provido de muita filosofia e pouca ação. Tudo bem. É uma opinião. De fato, talvez eu tenha a mania de pensar demais em coisas que muita gente, tenho certeza, não pensa. Mas, daí a não ter muita ação, fiquei a pensar.
Existem ações que, provavelmente, não aparecem. Ações que aparecem são geralmente especialidade de políticos raposas velhas. Tipo aquele negócio de não fazer obras de saneamento porque não aparecem. Esgotos, encanamentos, ficam debaixo da terra. Como colocar placas ou fazer discurso sobre uma coisa que ninguém está vendo? Podem ser também aquelas ações que a gente produz com dinheiro, ou então aquele negócio de botar a bunda na janela para aparecer.
De qualquer modo, sou sempre aberto a críticas ou sugestões. Mas não posso parar de observar, ver, ouvir e pensar sobre coisas que me rodeiam a vida toda. Pelo menos isso. Todavia, vou pensar muito sobre essa minha suposta falta de ação. E agir, claro, se for o caso.
Para começar, já venho agindo internamente, há muito tempo, no sentido de desenvolver a minha capacidade de amar. Confesso que nunca assimilei direito o que de fato é amor de verdade. Talvez tenha sido pouco ou muito egoísta ao longo da vida. Todavia, tenho certeza que já dei alguns passos adiante, no sentido de que “amar é doar-se a alguma coisa ou a alguém”. Sem cobrar nada em troca. É difícil, não?
No entanto, é fato que a gente precisa se renovar de tempos em tempos. Quem assim não o fizer, vira coisa de museu. Até porque a vida é constante mutação. E aí a gente tem que começar em nosso interior, para que, depois, possam surgir as ações que as pessoas em geral sempre esperam. Será que é isso? Se for assim, espero conseguir antes de morrer. Abraços.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O maior problema do mundo


Quem não tem problemas a enfrentar na vida? Com certeza todo homem tem, toda mulher tem. Uns mais, outros menos, mas todos têm.
Parece ser inerente ao Homem ser rodeado de problemas. Estes, de todas as naturezas possíveis. Quem sabe, poderíamos até dizer que os problemas é que movem o mundo. Uma vida fácil talvez fosse sem graça. Não é à toa que se diz por aí que o roteiro das prostitutas é o caminhar pela difícil vida fácil.
E de problemas de saúde, de dinheiro, de relacionamentos, de segurança, de trabalho, etc, etc, vamos caminhando pela vida sem lenço e sem documento, como já disse uma vez o poeta Caetano Veloso.
E haja problemas. Quando já não bastam os nossos, particulares, surgem outros, maiores, para nos atormentar ou nos colocar assustados. Problemas coletivos como os de tráfico de drogas, terrorismo, de catástrofes e outros, e mais outros, que culminam com o problema maior do Aquecimento Global. Uma verdadeira cascata de problemas, que, ainda bem, conseguimos segurar na cabeça sem afogar de vez.
Por analogia podemos dizer que o Planeta Terra é um planeta de problemas, muitos dos quais já insolúveis. E por simples dedução, obviamente, o maior problema do Homem não é o Aquecimento Global, mas o próprio Homem. O maior criador de problemas de todos os tempos. Um “problemão” sobre a face da Terra, que ainda tem a coragem de afirmar que a “estrada e a curva são perigosas”, que a cobra é “venenosa”, que a chuva causou “estragos”. Aos que curtem a natureza, arrisco-me a dar um pequeno conselho: aproveitem ao máximo a sombra das árvores, a beleza das flores e dos pássaros, o visual das matas que ainda restam, enquanto isto for possível. E se isto for possível até o dia em que cairmos fora do planeta, não esqueçamos de agradecer ao Cosmos o privilégio.

domingo, 17 de agosto de 2008

Mas que coooisa!

Um velho amigo meu, que não vejo há muitos anos – o Jair, costumava dizer uma expressão de espanto, quando ouvia algo, sabia de algo ou via alguma coisa que geralmente não tinha solução, ou pelo menos quando era de difícil solução. Ele simplesmente dizia: “Que coooisa”!
Como todo bom fotógrafo profissional, Jair revelava à época, não somente suas fotos, mas uma sensibilidade especial para encarar as coisas da vida. Era engraçado o seu jeito de falar o “que coisa” e a gente não tinha como não dar muitas risadas.
O título principal deste meu blog vem, obviamente, dessa expressão do meu amigo. Uma espécie de homenagem a alguém que, com o seu jeito meio irônico, meio sarcástico, ensinou-me muita coisa com aquele seu “que coisa”. No blog eu acrescentei “essa vida”.
Então é isso. Passados alguns anos, cá estou eu, jornalista, com a minha vivência profissional, diante de uma tela de computador a tentar escrever sobre as coisas do cotidiano, as coisas da vida. E, como quase todo jornalista, com aquela tendência de explorar assuntos de natureza insolúvel, como são aqueles que sempre envolvem muita gente junta. Existe coisa mais insolúvel do que a estrutura em que se moldou a política brasileira, por exemplo? Difícil de se entender, de conseguir bons resultados, difícil de digerir ou de se acreditar nela.
Então meus amigos, só soltando um “que coooisa” para desabafar e se conseguir ir em frente. Tipo aquele negócio de que o “o show tem que continuar”.
Confesso que, ultimamente, não tenho tido muito “saco” para escrever. A gente tem que colocar o nariz para fora e tentar respirar algo melhor do que esse festival de coisas insanas e insolúveis que são colocadas diante de nós todos os dias. Graças a Deus, como disse numa postagem anterior, estamos vivendo o momento olímpico. Ainda bem que os gregos, lá na antiguidade, já criaram esse grande evento.
Uma amiga minha de Minas Gerais – a Renata, cobrou-me um novo texto neste blog, dizendo que tem entrado na página e não viu mais nada de novo. Por isso, aqui estou novamente, meio sem jeito. Sempre ouvi dizer que a vida é bela. Acredito e ainda afirmo que vale a pena ser vivida. A vida é um brinde, já é uma sorte para quem a tem. No entanto, para vive-la, é preciso a gente ter sempre em mão, um espanador para a limpeza necessária ou para espantar os malfeitores. Certamente, um espanador de bruxo. É uma “coooisa”! Viva o Jair.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Momento Olímpico


Tempos de Jogos Olímpicos, assim como as ocasiões das Copas do Mundo de Futebol, sempre são bem vindos. Por alguns dias, pelo menos, ficamos livres daquele massacre provocado pelo noticiário violento a que passamos a nos habituar.
Agora é só a China, Pequim, a cultura chinesa e seus bilhões de habitantes hospitaleiros e simpáticos. Isto sem falar na nossa torcida pelos nossos atletas, que muito batalharam para lá chegar. Sem dúvida é um espetáculo envolvente, que, por dias, une ou pelo menos tentar unir o mundo em torno do esporte. Sobra a guerra entre a Rússia e a Geórgia. Nossas questões parecem que deixaram de existir, o dólar deu uma ligeira subida em relação ao real, mas as notícias giram em torno das medalhas olímpicas. E nosso Presidente promete uma “Olimpíada para os Pobres”, se conseguirmos sediar os Jogos em 2016.
Aproveitemos então esse momento de leveza. Let’s go to Beijing 2008.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A ascensão da pobreza

O mês de agosto começou e eu não escrevi nada. Aguardava por uma notícia boa. Afinal, todos os dias, quando ligamos a tv ou o rádio, ou pegamos o jornal para ler, já sabemos o que veremos de noticiário. Violência, violência, violência em todas as modalidades.
Eis que ontem, dia 05, surge uma boa notícia. Que nós, no Brasil, estamos ficando menos pobres. Que a pobreza diminuiu nos principais grandes centros urbanos e que a classe média está aumentando. Passou da metade da população. E aí os especialistas no assunto e donos da pesquisa explicaram as razões de tantas melhorias sociais. Que agora tem gente ganhando mais o salário mínimo, com carteira assinada. Conseguiram sair daquela camada que vive com meio salário mínimo ou menos. O aumento do valor do salário mínimo também foi considerado importante para essa diminuição da pobreza no Brasil. Não tive outra alternativa a não ser ficar pasmo. Mas, como eu conheço muita gente que está bem acima da linha da pobreza e que afirma as coisas estarem melhorando, fico então sem palavras para contestar. Imagino que essas pessoas devem conhecer de perto como estão vivendo hoje os que já saíram do estado de miséria e agora são felizes com o salário mínimo ou talvez com aquela bolsa oriunda do projeto social que visa, digamos assim, os pobres, para não humilharmos mais ainda nossos muitos irmãos de solo pátrio.
Vendo o resultado da pesquisa, fiquei pensando como seria o viver com meio salário mínimo, se com o mínimo inteiro já é aquele drama. Disseram também que toda a melhoria aconteceu porque se reduziu o ganho de recursos por meio dos projetos sociais, ou seja, aumentou o número de pessoas que passou a ganhar o seu próprio dinheiro.
Mas até aí, tudo bem. De fato, para quem conseguia duzentos por mês, agora está ganhando quatrocentos, o ganho foi significativo. Afinal, tudo neste mundo é relativo. Gostaria de conhecer pelo menos uma pessoa que teve tamanha ascensão. Eu, sendo dessa classe média, que, conforme a pesquisa feita, também cresceu, queria aprender com algum desses que se tornaram menos pobres, como é que se faz para pagar aluguel, comida, material escolar, remédios, com o salário mínimo que agora passaram a ganhar. Poderia tentar aplicar os ensinamentos em minha vida mediana.
Agora, soltemos foguetes para a classe média, que agora superou a marca dos cinqüenta por cento da população brasileira, considerando-se as famílias que ganham entre mil e quatro mil e poucos reais. Desculpem-me os pesquisadores, mas vai aumentar o número dos endividados, dos que vão ficar pendurados nos cartões de crédito, contrariando toda a orientação dos economistas quanto ao uso indiscriminado deste. Crédito em excesso é veneno. Vai aumentar o número dos que terão acesso ao financiamento da casa própria, bem como à compra do primeiro carrinho. Em resumo, vai aumentar o contingente dos que compram um apartamento financiado em 20 anos e pagam quase um edifício todo ao final. O carrinho eles vão comprar, quem sabe, em módicas e suaves prestações por 60 ou 72 meses. Se o carrinho comprado já for usado, quando se conseguir desalienar o veículo, este já estará caindo aos pedaços. Mas, como disse antes, toda melhoria é relativa. Certamente há lugares piores no mundo.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Não precisamos esperar pelos ataques de discos voadores...

(tartaruga deformada por um aro de plástico)
Não esqueço nunca do que li, quando menino, num almanaque infanto-juvenil. Ficou uma pergunta gravada em minha mente. Era o título de uma historinha em quadrinhos. “De onde viemos, para que viemos e para onde vamos?”
O mistério da vida, do planeta, do universo, são coisas que sempre me atraíram. E por conseqüência a preservação da vida. Não a minha vida, mas a preservação da espécie humana. Meus filhos, meus netos num futuro breve, meus descendentes, nós todos.
Todavia, fico abatido quando percebo como estamos tratando o planeta. A nossa casa maior, onde tudo foi criado pela natureza, visando a manutenção do equilíbrio necessário à vida saudável. Já está comprovado pela ciência que as espécies animais são predadoras naturalmente. Matam, comem uns aos outros para a manutenção do equilíbrio na Terra. E, obviamente, deve haver uma razão, uma explicação que ainda não alcançamos, para que tudo seja assim entre eles. Há, no entanto, uma diferença: nenhum animal, que denominamos de irracional, desmata as florestas, polui a água do mar, dos rios, mata por prazer de matar, desfaz morros e montanhas à procura de riquezas ou pratica qualquer ato insano com o objetivo único de se tornar poderoso.
Claro é que, na correria dos dias e das noites mal dormidas, não temos tempo de pensar nessas coisas. Afinal, quando aqui chegamos já encontramos um sistema criado pelo Homem, o ser racional, que nos induz a que a Terra é nossa. Temos que sugá-la em nosso benefício pessoal. Quem não conseguir isso, ou morre, ou é morto, ou sofre por não viver cercado de todos os valores considerados mais importantes, decorrentes do ouro e demais riquezas oriundas do solo do planeta.
É, pois, o Homem, o maior predador que surgiu por aqui. E que, mergulhado na escuridão da ignorância do verdadeiro sentido da vida, não cuida da preservação da vida de sua própria espécie. Mata para se dar bem na vida material, polui o ambiente em que vive e que podemos grosso modo dizer que “mija e caga no prato que come”, acaba com as florestas, detona o planeta em seu subsolo, lança ao espaço sideral todos os artefatos que certamente vão interferir no caminhar de todo o universo. Tudo, concordo, pelo progresso da humanidade. Mas...E a vida humana? Onde ficam, como ficam as relações humanas? Como estão as relações humanas? Onde ficou o significado da palavra amor, tão vulgarizada e proferida a esmo? Onde está aquele prazer humano, praticamente enterrado, de ficar junto e compartilhar com pessoas queridas? Não há tempo...Há muitas ocupações mais importantes.
Já vou encerrar esse texto, pois não adianta muito estender.
Recebi de um amigo meu, uma informação sobre o oceano de plástico que hoje bóia pelos mares do mundo. Uma coisa inacreditável de imensa, todos os tipos de plásticos que se possa imaginar. Ao longo do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, cercado por mar, temos um zero, vírgula, zero, zero, alguma coisa por cento disso. Mais um tumor cancerígeno que desenvolvemos no planeta, dentre os demais que já produzimos ao longo de tantos anos. Lamento, mas ao refletir, verifico que somos os piores sobre a face da Terra. Com a nossa racionalidade, temos produzido algo bom para nós mesmos, porém o fardo de merda vem pesando mais. Pensem... Enquanto isso, o planeta Terra e o Universo já estão respondendo. Olhem ao seu redor.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Digite seis para o inferno...

Pelo menos uma boa notícia esta semana, no Brasil. Se tudo funcionar direito e as empresas cumprirem a nova lei, nós, consumidores, ficaremos livres daquele inferno que é, atualmente, ligar para uma central de atendimento ao cliente.
Será que vamos nos livrar mesmo daquele “digite um para isso, dois para aquilo, três para não sei o quê”, menos para aquela coisa que mais nos interessa resolver?
Vamos ver, pois, segundo a nova legislação, parece que, nessas centrais telefônicas das empresas, teremos que ser atendidos de imediato por um atendente, de carne e osso, com voz de verdade. E, conforme ainda dizem, teremos o direito imediato de cancelarmos o produto ou serviço, sem aquelas idas e vindas do atendimento digital e aquelas voltas e reviravoltas que os nossos estômago e coração davam, quase nos levando ao infarto. Isto sem contar os minutos e horas perdidas de vida por conta dessas ligações.
Bem, no sentido prático, entendi que, quando eu não quiser mais um número de telefone celular de determinada operadora, gastarei no máximo uns três minutos para eliminar o enfadonho da minha vida. Que assim seja! Sem aquela insistência nojenta, querendo saber em detalhes todas as razões pelas quais quero me livrar do maldito produto.
Fiquei feliz por saber que teremos uns minutos, talvez umas horas a mais de vida útil.
Só resta ver para crer como a nova medida vai funcionar. Que nem São Tomé...

sábado, 26 de julho de 2008

Um problema de muita gente

Sempre ouvi dizer que é muito difícil “agradar a gregos e troianos”. E pior, quando existem muitos gregos e muitos troianos. Um amigo meu sempre diz que os problemas do mundo acontecem porque “há muita gente”. É muita gente a querer muita coisa. Começo a acreditar que a causa maior dos desencontros é a superlotação. O mundo inchou e está sendo corroído por muita gente sem educação, sem princípios, sem nada. Em outras palavras, talvez seja isto uma das causas do chamado caos social.

A propósito, noutro dia, conversando com meu irmão pelo computador – usávamos o skype, aquele programa de comunicação da internet, eu comentava com ele que este programa, quando surgiu na internet, era bem melhor de ser usado. Conexão boa, som bom, transmissão rápida sem ruídos. Com o tempo, foram introduzindo nele versões e mais versões atualizadas. Resultado: o programa agora não é mais o mesmo. Está ficando uma bosta para uma comunicação eficaz, sem ruídos, sem quedas de conexão.
Meu irmão ouviu atentamente a minha reclamação e retrucou: “não esquenta não a sua cabeça com isso. O mundo, no início, quando foi criado, também era muito bom”. Achei a colocação perfeita. E ainda pensei: depois, vieram os homens...

terça-feira, 22 de julho de 2008

"Ai, que susto", pega leve...

Aos adeptos do sexo anal, informo que está circulando pela internet, um vídeo de uns dez minutos, que ensina a praticar o referido com categoria.
Esta semana o tal vídeo chegou para mim, anexado num e-mail enviado por um amigo. A internet realmente me surpreende como inesgotável fonte de informação. Para falar a verdade, nunca imaginei que um dia teria uma aula teórica de como se comer um... Nos moldes daquele programa dos Estados Unidos, onde aquela velha senhora fala abertamente de sexo em todas as suas modalidades, esse vídeo, que recebi, mostra uma mulher relativamente jovem, séria, orientando em bom português as melhores formas de se penetrar alguém pelo traseiro. Não posso deixar de comentar que o vídeo é hilariante. São uns minutos em que você não acredita no que está vendo e ouvindo e cai na real, de que o mundo é este mesmo com todas as suas modernidades.
Fica a certeza de que o tempo dos nossos avós e mesmo dos nossos pais já ficou muito distante de tudo que acontece agora. Imaginei minha falecida avó assistindo, se fosse possível, essa aula via internet de como se penetrar uma bunda com o maior sucesso. Verifiquei algo certo no modo como a pseudoterapeuta sexual encaminhou a sua aula de penetração anal. Imaginando a situação, não foi difícil concordar com a orientação dela sobre as várias etapas a serem superadas para a consecução do ato desejado.
O vídeo, mesmo que tenha sido forjado, teve lá a sua utilidade. Mesmo que tenha sido montado por alguém, por pura sacanagem, deixou uma mensagem séria para aqueles que gostam do traseiro dos outros. Tipo assim resumindo: paciência em primeiro lugar, muita paciência e calma; depois, passado aquele “ai, que susto” da primeira encostada, obedecer a todas as etapas, um dia para cada etapa até que se consiga realizar tudo em profundidade. E, junto a tudo isto, a mensagem principal de alerta para o cidadão interessado: “ao praticar cada etapa, faça-o como se fosse o seu que estivesse na mira”, portanto, não seja afoito, tenha cuidado e lembre-se que sempre pensamos que pimenta no dos outros é refresco. E na verdade não é.
Esses são os tempos atuais. Viva a internet! Nem tudo são balas perdidas, acidentes de tráfego, mortes, corrupção e desvio de verbas.

Nota: para quem não acreditar, arquivei o vídeo recebido em meu computador.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Uma tranquilidade...

As pessoas, que estão sempre envolvidas ou “supostamente envolvidas” com crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa ou passiva, desvio e não “roubo” de dinheiro público, aparentam sempre a maior tranqüilidade quando questionadas pela imprensa em entrevistas que as tornam verdadeiras “celebridades”. Geralmente sorriem, afirmam-se inocentes ou perseguidas politicamente, obtêm imediatamente os famosos hábeas corpus. Alguns advogados também se tornam “famosos” por resolver coisas para seus clientes, que, de outro modo, seriam talvez insolúveis. Enfim, paira sempre a tranqüilidade. Quando a gente vê ou ouve pelo noticiário, que alguém engravatado foi preso, já fica logo a certeza que daí a pouco uma névoa de tranqüilidade o tornará um feliz liberto para usufruir as boas coisas da vida.
Mas, “c’est la vie”. Quem poderá mudar esse estado de coisas? Já entendo profundamente o sentido da palavra utopia.
Quem se descabela, fica nervoso, é pobre, é o honesto consigo mesmo, é aquele cidadão que lutou e luta pela vida para ter um lugar ao sol neste mundo moderno de acirradas competições. E aqui não falo dos miseráveis, dos que há muito nunca tiveram uma mínima chance.
Muita gente junta, querendo muita coisa ao mesmo tempo. Mil contas a pagar, correndo no tráfego para chegar aos dois ou três empregos para sobreviver. Intranqüilos, mas tendo que aparentar toda a segurança do mundo para não contaminar os ambientes. Tranqüilos mesmo só os que acumulam continhas nos paraísos fiscais. Uma garantia que os faz sorrir sempre, mesmo que haja um dia uma implosão geral. E se isto ocorrer, que haja aviões e pistas para decolagem. Querem um exemplo vivo e recente? A extradição do Salvatore Cacciola para a justiça brasileira. O sorriso dele é de quem tem a certeza de que suas asas nunca foram cortadas para voar.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Desculpa, foi só dessa vez...

Um tio meu, que morreu quando eu ainda era menino, costumava dizer uma frase que me causava certo espanto à época. Ele falava mais ou menos assim, quando ouvia alguém pedir desculpas de algo errado que havia praticado: “depois que inventaram essa palavra desculpa, todo cabra safado faz o que não deve e depois vem se desculpar com a cara mais lisa”.
Pois é, os anos passaram, chegamos ao século 21 e o suceder de irresponsabilidades parece que colocou o verbete “desculpa” mais do que na moda da expressão verbal. Nossa polícia, por exemplo, já vem matando pessoas inocentes por engano e gerando pedidos de “desculpas” por parte das autoridades.
Coloquemo-nos no lugar de uma família que recebe um pedido de desculpas, após ter perdido estupidamente um ente querido. Por erro, por incompetência da segurança pública. Se não houver urgente uma mudança de mentalidade, se os bons valores éticos e morais perdidos no tempo, não forem logo resgatados, o absurdo do pedido de desculpas poderá vir, brevemente, acompanhado da promessa de que aquela pessoa não será morta por engano novamente. Será mais ou menos assim: “desculpa, não vamos matar você novamente, foi só dessa vez!”

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Muita cara de pau

Hoje estou cansado...Viajei de regresso à Brasília, após mais de dois meses fora.
Acompanhando o noticiário do dia sobre as prisões desses riquinhos, efetuadas pela polícia federal e sua conseqüente liberdade concedida pelo judiciário, só tenho a pensar uma coisa:
O melhor mesmo é deixar toda essa bosta pra lá e dar uma boa...E é uma boa pedida, sem dúvida.
O resto são apenas ações entre amigos e muita cara de pau. O país vai pra frente. Vai sim. Se vai.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A estupidez das tragédias modernas

Não vai muito longe o tempo em que aconteciam tragédias eventuais, por acidente mesmo. Havia menos gente, no Brasil e no mundo. As relações humanas eram mais valorizadas e os valores morais e éticos tinham mais chances de serem preservados. Não havia o consumismo desenfreado, porque também não havia tantos “modernismos” a serem consumidos quase que obrigatoriamente. Todo mundo tinha mais tempo até para pensar, pois não existiam tantas ofertas de desvios de consumo.
Havia problemas que existem até hoje, mas em menor escala. E como tudo parecia mais calmo, as autoridades em geral não davam muito bola para aquelas questões, já que não causavam tanto reboliço na sociedade. Eram problemas isolados e a notícia não era tão veloz. Todavia, com o progresso, com a velocidade de tudo gerada pela modernidade, parece que passamos da eventualidade das tragédias para a estupidez das mesmas.
O que era mínimo, com menos gente envolvida, virou, não uma bola de neve, mas uma verdadeira avalanche. Vivemos agora uma sociedade esmagada por tantos erros acumulados do passado e que, no presente, continuam infernizando a vida de todos que buscam a paz e a qualidade da vida. Da vida que mereceria ser vivida de modo digno, se não tivéssemos atingido um estágio tão podre de falta de respeito, de falta de educação para a convivência com o semelhante. Para o verdadeiro exercício da cidadania, tão badalada na ocasião prévia das eleições.
Melhor certamente a selva atualmente, com a sua pureza natural que o homem insiste em envenenar. Nas cadeias dos chamados irracionais, mata-se para o alimento, de certo modo para a preservação da vida. Na cadeia do dito racional, fere-se o outro igual, mata-se até, para enriquecer, para usurpar, para ser o “todo poderoso”. Que animal é este, o Homem? “Todo poderoso” de que? Vai morrer e vai feder, desgraçado, mesmo que colocado em urna de ouro cravejada de diamantes!
E assim vamos assistindo a esse noticiário de horror diário, que acontece bem ao nosso redor, onde a violência até gratuita se espalha, onde crianças estão sendo mortas ao acaso, onde o ser chamado de “humano” coloca para fora toda a sua bestialidade ou sabe-se lá as suas frustrações mais íntimas.
Estamos chegando a um ponto em que até autoridades estão ficando com cara de bunda diante dos microfones da mídia, para explicar atos insanos e de despreparo total das forças de segurança pública, que são pagas por nós para nos, digamos assim, “proteger-nos” dos incautos.
Falou bem a colombiana Ingrid Betancourt numa de suas entrevistas, após ter sido libertada do cativeiro. Entre outras palavras ela disse que na selva havia obviamente os animais ferozes e venenosos. Mas nada a apavorava mais do que os homens e a sua capacidade de fazer o mal.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

O que comer, o que beber, o que fazer?

Quando surgiu o óleo de soja, a gordura de côco e a banha de porco praticamente sumiram dos hábitos de antigos consumidores, embora muitos de nossos ancestrais tenham vivido cem anos ingerindo banha de porco todos os dias. Mas, a partir daquele momento, começou uma campanha geral do faz mal à saúde. Surgiram também os óleos de outros vegetais.
Quase que diariamente, já por muitos anos, vivemos em permanente preocupação com os índices de colesterol no sangue. Vivemos intensamente a época do corpo esbelto, malhado, sarado. Quem engorda uns quilos a mais está praticamente ferrado, com chances diminuídas de crescer na vida. A não ser que seja um gordo ou uma gorda bem espertos.
Seja pelo rádio ou pela televisão, sempre aparece um para dizer que este ou aquele alimento não deve ser muito consumido ou até abolido. Manteiga faz mal, é gordura animal. Margarina é melhor, é vegetal. Não, manteiga é que deve ser ingerida. Há que se ter cuidados com a quantidade. Nosso organismo foi feito para absorver gordura animal. Esta eu ouvi hoje cedo na TV. Use óleo para cozinhar. Margarina aquecida vira plástico. Azeite não pode ser aquecido. Não, azeite todos os dias, duas colheradas, faz a barriga do homem diminuir. Portanto é bom.
Café faz mal, tem cafeína, sobe a pressão. Tome suco, chás. Não, pode tomar café! É excelente para memória, tem componentes ótimos para o organismo. Açúcar é um veneno. Use adoçante. Adoçante faz mal, causa câncer.
E por aí vai a guerra comercial dos alimentos. Infelizmente o “mens sana in corpore sano” vai sendo esquecido. Porque na verdade, o que parece estar doente hoje em dia é a nossa mente. Alimentos, todos, têm que ser dosados. Em excesso qualquer um deles poderá fazer mal. Esta é a opinião prática de um leigo que acredita ser a “aporrinhação” cotidiana a causa de todos os males maiores. Reduzir as aporrinhações da vida e controlar quantidades de comida pode ser um bom caminho para as veias não entupirem tanto. E sem dúvida é mais fácil controlar o volume de alimentos.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Reis, rainhas e votos

Este é para encerrar o primeiro semestre de 2008:


Ora, o Presidente Lula nega que o reajuste de 8 por cento, no valor do benefício do Programa Bolsa Família, não tem propósito eleitoreiro. Vamos acreditar, digamos assim, embora possamos questionar o porquê, o Governo Federal não tenha criado ou não crie meios de dar trabalho aos pobres beneficiários do referido programa. Nesta vida, a gente sempre consegue fazer o que quer, especialmente quando se tem amplos poderes nas mãos. A não ser quando existem mais coisas no céu que meros aviões de carreira. Por exemplo, não se consegue retornar com impostos extintos, como é o caso dessa tal de CSS – a contribuição social para a saúde? Os governos sempre acabam conseguindo o que querem executar, mesmo que a princípio, haja aquele blá blá blá contrário no Congresso Nacional, para aprovação.
Pois bem, quem somos nós então para contestar o tal programa Bolsa Família? Aliás, deixando essa tal bolsa de lado, essa história de comprar voto no Brasil é velha. As técnicas políticas eleitoreiras são de museu. É bom lembrar o velho método de se dar um pé da bota agora para o eleitor do campo e o outro pé somente quando a eleição estiver ganha. Essa história, ouvi várias vezes em minhas viagens pelo interior do Brasil. É como se fosse aquela coisa das escolas, pelo menos de tempos atrás, de se vender voto para a eleição das rainhas da primavera. As interessadas saiam correndo atrás de nós pelas ruas, para que comprássemos o seu voto e garantíssemos a sua eleição. Só que, anos passados, vi como há montanhas de rainhas e reis da primavera por aqui.
Mas, tudo bem. Afinal, o velho ditado diz que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Todavia quero dizer, não concordo muito com isso não, pois, em assim sendo, a trolha só vai entrando. E como dói. Com propósito ou sem propósito de eleição, só gostaria de perguntar ao nosso Presidente, o porquê ele (e todos os anteriores) esquece (ram) dos infelizes aposentados do INSS? Todo ano, a mesma história. Um aumentinho ínfimo para os que recebem até aquela vultosa soma de um salário mínimo e praticamente nada para os que recebem acima disso. Seria porque esses infelizes já são considerados com o pé no caixão ou seria descaso, falta de respeito com quem já trabalhou muito? Ou seria porque até de “vagabundos” já foram chamados por quem vive no topo da cordilheira? Não gostaria de acreditar nesta última, porque se assim o fosse, o que poderíamos dizer desses beneficiários atuais desse insólito programa, que dá dinheiro a muitos que até dispensaram míseros trabalhos que tinham?

terça-feira, 24 de junho de 2008

A felicidade de um reencontro

Como é bom o reencontro com pessoas com quem convivemos profundamente em nossa infância e adolescência. Não há dinheiro que pague a sensação de ser bem recebido, de ver a alegria estampada nos rostos dessas pessoas, de receber o carinho delas. A gente então tem a certeza de que apenas o tempo passou, mas aquele amor, aquela amizade, permanece como que eterna.
Hoje vivi o privilégio de passar por essa experiência. Em poucos minutos, talvez em duas horas, revivi o meu Rio de Janeiro de alguns anos atrás. Viajando no tempo, ao rever velhos amigos, dezenas de lembranças, de bons pedaços de vida passaram de novo pela minha mente. Bateu uma grande saudade dos bons vizinhos dos tempos em que todos nós íamos à escola e perseguíamos sonhos de um futuro que achávamos distante.
Nessas lembranças não passaram violências excessivas, abundância de drogas ou mesmo balas perdidas. Os play boys da época eram minoria e estavam muito longe daquela rua de subúrbio.
A vizinhança era solidária tanto na alegria como na tristeza. Todo mundo fazia questão de dizer bom dia e boa noite para todos. Daquele tempo, sobraram grandes amizades que duram até hoje, após quase cinqüenta anos. Era um tempo de pouca arrogância e com certeza de maior amabilidade. Mas, ainda bem que sempre houve muita esperança que nos fez prosseguir até agora.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Nua e crua a vida incomoda

Nua e crua, a realidade da vida incomoda. Viver na fantasia, na ilusão é, obviamente, mais gostoso. De fato, há coisas que é melhor não se aprofundar. Até porque a vida está passando. Passa para todos do mesmo modo. O tempo não para mesmo. Segundo a segundo, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia. E a gente pode perder tempo com coisas insolúveis.
O nu e cru de algo, quando observado, dá mais trabalho se precisar de conserto. Por isso, ignorar a verdade pura de um fato, com certeza é bem melhor. Ou então, de cara com a verdade talvez isso possa explicar tanto consumo de drogas, tanto as ilícitas como as lícitas. Pelo menos um mínimo de cerveja para esquecer ou para colocar as idéias em rumos mais flutuantes.
Ora, porque estou falando dessas coisas? Porque a vida é muito legal e nós é que a complicamos. Na ilusão de que o ilusionismo é melhor, creio que deixamos passar mil oportunidades de fazer a vida coletiva mais amena para se viver. Todavia, julgamos sempre o contrário. Que, se estivermos bem, se tivermos nos dado bem em algo, aí está tudo ótimo. Só esquecemos um detalhe: que precisamos sair às ruas em paz com todos os demais. Queiramos ou não, precisamos dos outros. Alguém pode imaginar uma cidade sem garis ou varredores de ruas? Nápoles, na Itália, está mostrando isso para o mundo.
Para uma vida de fato boa, precisamos de todos os caminhos pela frente, livres de empecilhos. Ao falar dessas coisas, não posso deixar de lembrar o famoso jornalista, escritor e dramaturgo brasileiro, Nelson Rodrigues, falecido em 1980. Nelson foi polêmico, incomodou grande parte da sociedade com seus textos teatrais. “A vida como ela é” foi uma de suas colunas mais lidas em um jornal de sua época. Ele escrevia a verdade nua e crua, mesmo com humor. Nelson incomodou por desmascarar a hipocrisia do comportamento social. Aquilo que geralmente fazemos, mas que, por conta dos dogmas sociais, religiosos e políticos, não temos coragem de assumir muitas vezes, com medo de perder alguma coisa. Mas que, no frigir dos ovos, perdemos um pouco de nossas vidas. E sem jeito de voltar no tempo.

domingo, 15 de junho de 2008

Desvios...

Não quero ser chato, mas sou forçado a lembrar que, no Brasil, o roubo do dinheiro público não é chamado de roubo, mas sim de “desvio” de verbas. Ou seja, o sujeito, obviamente, não assalta os cofres públicos a mão armada e nem abre suas portas com explosivos. Há que se ter ardilezas e sutilezas. Muitas negociações. Muitas reuniões a portas fechadas. Geralmente há que existir pelo menos dois protagonistas. Uma autoridade pública e um empresário de um setor de interesse público. O dinheiro dá umas voltas e acaba desviado para os bolsos de muita gente. É uma festa. E isto parece estar acontecendo de norte a sul e de leste a oeste. O conceito de ladrão por aqui vai ficando cada vez mais confuso. Por causa da compra de laranjas.
Por outro lado, nunca se acusa esses personagens taxativamente de terem desviado verbas. Mesmo que haja evidências. Parece que o “politicamente” correto é dizer que há “indícios”. Talvez esse jeito faça parte da nossa moral e dos bons costumes. Desvio pra lá e pra cá, indícios em todas as direções e ao final o gato come o dinheiro. Sumiu! Só a Polícia Federal sabe onde encontrá-lo quando chega a ocasião.
Advogados tornam-se famosos por “solucionar” o insolúvel e “explicar” o inexplicável. E a gente toma vacina contra a febre amarela, a dengue contra-ataca e terremotos afetam nosso dia a dia junto com o aquecimento global.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Rosa para homens e azul pra quem quiser...

Por conta do Dia dos Namorados, uma senhora hoje na TV sugeria flores para cada um homenagear a sua cara metade. Orientando os amantes do dia, ela sugeria “cravo” para os homens, que, segundo ela, “são as flores mais apropriadas para esses”, e rosas para as mulheres.
Nesse ponto, quase entrei pela tela da televisão para dizer àquela senhora: para com isso, que cravo o cacete, que rosa! Quem disse que a natureza produziu esta ou aquela flor para homem ou para mulher! Se liga! Estamos em 2008 e vocês ainda ficam com esse negócio de que esta ou aquela cor, esta ou aquela flor é para homem ou para mulher! Para com isso!
PÔ! Em tempos que mulher dirige trator, corta cabelo de homem, trabalha como pedreiro em obra, pilota avião, que história é essa? Cadê os homens? Será que ainda são tão idiotas que acreditam que sensibilidade maior ou menor pela vida, pela natureza, afeta a sua masculinidade? Será que as mulheres são tão idiotas que ainda pensam que a masculinidade de um homem é proporcional ao tamanho do seu bigode, da barba ou até mesmo do seu pinto? Será que ninguém sabe o que é ser verdadeiramente um homem, com H bem grande? Sim, porque de homens hipocritamente estereotipados de homens machos o mundo já está cheio. Casados, não casados, fardados ou engravatados ou sem gravatas. Chega de tanta ignorância e de conceitos retrógrados. Mande rosas para um macho que ele não vai se sentir ofendido. Se ele ficar puto, você, moça, passa a observar mais o seu homem!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Quem não pode se sacode

Mas que cooooisa! Políticos e poderosos passam a maior parte do tempo discutindo, trocando acusações, analisando, investigando coisas que não serão concluídas nunca e muito menos descobertas em profundidade.
Um verdadeiro blá blá blá remunerado que visa apenas à manutenção do poder. Nesse meio tempo, a pilha de trabalhos vai só aumentando e já deve estar acima da estratosfera a essa altura do campeonato.
Assim tem sido nosso dia a dia nos últimos tempos. E bota tempo nisso.
Denúncias, fatos, desmentidos, provas, desvios disso ou daquilo, evidências, falta de vergonha e outros ingredientes chovem de provocar enxurradas. Um ingrediente mistura no outro e forma aquele bolo que envenena o povo, que ainda resiste, talvez, pelo fato de ser um povo heróico de um brado retumbante! Berra, berra e não consegue nada a não ser pagar mais impostos ou ficar endividado.
Enquanto tudo isso acontece, o principal vai ficando para trás. Falo dos serviços básicos que servem de referência para classificar o desenvolvimento de um povo. Desenvolvimento de grandes empresários e banqueiros é outra coisa. Povo é o mesmo que escadaria. Só serve para se chegar lá. De resto, vão ficando buracos e mais buracos, especialmente nas estradas do País!
Mas, infelizmente, o que dita as modas e o estado de coisas é sempre o dinheiro e o poder, daí, fica mais difícil nadar contra essa correnteza de lama imunda. Ou seja, quem pode, pode, que não pode se sacode, mesmo que seja por um poder ignorante.

sábado, 7 de junho de 2008

DUM DUM pode ser a solução...

Será que temos solução no Brasil para acabar com tanta falta de educação e de vergonha? Gente, o noticiário não me deixa fantasiar, “viajar na maionese”! A gente está tropeçando na falta de educação geral, na corrupção, nos corruptos, nos safados, nos caras de pau! De norte a sul, de leste a oeste. Pior, a cara de pau é tanta que, ao final, muita gente ainda fica duvidando se tanta falta de vergonha existe. Há muitos crédulos nos discursos dos velhacos. Será que é a mídia com o seu poder, que produz tanta coisa ruim no País? Será “invencionice” no meio de todos os jogos de poder?
Bom, deixa pra lá porque até as coisas se organizarem num nível de qualidade de vida geral, todos nós, hoje de olhos arregalados, já estaremos, há muito, comendo capim pela raiz. Deixa quem quiser pensar que, se está montado num bonito carrão e tem um patrimônio legal, isso é que é viver bem. Então, vamos viver!
Olhando os fatos ao meu redor, só me vem à cabeça um anúncio que vi em Lisboa, da primeira vez que lá estive. Português de Portugal torna-se engraçado porque ele fala o óbvio, o objetivo com simplicidade e redundância. Estava escrito na lataria de um ônibus que passava: “Com DUM DUM é o fim”. Mais nada explicava o anúncio, a não ser a foto estampada de uma antiga bomba de espalhar inseticida no ar. Fiquei com isso na cabeça até hoje e são passados vinte anos. Quem sabe não precisamos de muito DUM DUM aqui no Brasil? Aquele anúncio me passou a forte idéia de que o inseticida tinha um poder incrível. Devia ser porreta.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Seriam os pedófilos comunistas enrustidos?

Esse absurdo de “gostar” de criancinhas, parece ser um fato mais comum no Brasil do que a gente possa imaginar. O que mais me intriga nisso tudo é que, às vezes, o sujeito denominado pedófilo é também pai de crianças ou já de adolescentes.
Anos atrás eu pensava que os “tarados” eram aqueles caras problemáticos de cabeça, sem grana para pagar uma mulher e ou largados de uma família. Mas não, para minha surpresa, há pedófilos de nível superior, bem empregados, podem ser originários até mesmo de famílias ditas boas e decentes. Podem ser empresários, homens públicos, podem ter grana ou não. Pior, a grana muitas vezes até favorece o pedófilo que “arranja” suas vitimas nesse terrível esquema que se formou no Brasil.
Uma doença, com certeza. Um horror a gente descobrir que muitos “machões” não têm a coragem de sair em busca de uma mulher adulta ou até atrás de outro homem adulto.
Será que existem mulheres que também praticam esse negócio absurdo? Porque até agora o noticiário só dá conta de pessoas do sexo masculino.
Paradoxalmente, essa história de desejar criancinhas parecia ser no passado político brasileiro, uma perigosa ação de comunistas. Assim corria a lenda nos tempos da ditadura militar, por exemplo. Nos tempos daquela União Soviética fechada e misteriosa, dizia-se por aqui que quem gostava de comer criancinhas eram os comunistas.